Casa de Caridade Leopoldinense ( Luciano Baía Meneghite/Arquivo )O leitor Felipe Monteiro de Castro Furtado envia e-mail à Redação do Jornal Leopoldinense Online para relatar um fato ocorrido na tarde de segunda-feira, 22/9, no hospital da Casa de Caridade Leopoldinense. Eis o relato de Felipe:
“Meu tio avô está passando por um problema de saúde do qual resultou sérias escaras nas costas e estava internado na enfermaria do Hospital de Leopoldina. Após ser muito bem tratado por toda a equipe médica e enfermeiros, ele obteve alta médica no dia 22/09, às 11:00 horas, precisando apenas de uma ambulância para que fosse levado para casa, já que possui 84 anos e não tem condição alguma de se locomover, ou seja, não anda, não vira e não se mexe sem a ajuda de alguma outra pessoa.
Conclusão: somente com uma ambulância com maca seria possível levá-lo para casa. A partir desse momento começa todo o descaso. Durante toda a tarde foram feitas várias tentativas com muito empenho pela equipe de enfermeiros da ala de enfermagem a fim de conseguir uma ambulância, porém, todas sem sucesso e as horas foram passando.
Somente às 21:30 horas, graças à Deus e humanidade encontrada ainda em algumas pessoas foi possível levá-lo para casa em uma ambulância que não era da prefeitura nem do hospital, vale ressaltar que a alta foi às 11:00 horas da manhã.
O primeiro pensamento e resposta seria o SAMU, porém este excelente serviço que nos vem sendo prestado só atende a urgências e emergências, a fim de conduzir às vítimas para o hospital e não retorno de pacientes para seus lares. Com isso nos surgem vários questionamentos: o hospital não possui ambulância? Será que todo o problema foi jogado para cima do SAMU, que é um serviço à parte? Se existe, porque não atendeu ou ao menos compareceu? Sabemos que a saúde em nosso país é precária e passa por maus momentos, mas onde está o lado humano das pessoas, onde está a vontade de ajudar e de cada um fazer a sua parte para que possamos construir um futuro melhor? É desumano um senhor de 84 anos, sem qualquer chance de locomoção, com alta médica, ficar esperando 10 horas e 30 minutos para ser levado para seu lar por falta de uma ambulância, que ao meu modo de ver é item básico e essencial para qualquer hospital ou secretaria.
Desde já agradeço a oportunidade deste espaço para poder compartilhar tal situação e aproveito para pedir a ajuda de vocês no papel de impressa para investigar o que foi levantado a fim de evitar que outras pessoas passem por todo esse descaso, e possa ao menos ter tranquilidade e serenidade nos momentos que mais precisam. Mais uma vez agradeço e um grande abraço”. Ass.: Felipe Monteiro de Castro Furtado
Situação vem se repetindo
Em apoio à reclamação de Felipe, outro leitor, Iran Cabral Brandão, enviou e-mail à Redação do jornal Leopoldinense, informando que caso parecido aconteceu com sua mãe: “Ela foi levada para o Hospital através do SAMU, com um excelente atendimento e tratamento no transporte.Mas, após a alta hospitalar, infelizmente tive o mesmo problema do Felipe, conseguindo resolver o problema somente após contatos de um amigo político na Secretaria de Saúde que conseguiu a liberação da ambulância para transportar minha mãe. Mesmo com um Plano de Saúde é preciso pedir à Deus para não adoecer e o pior depender dos outros”, finaliza Iran.
