28/03/2022 às 20h19min - Atualizada em 28/03/2022 às 20h19min

Há 80 anos era criada a Diocese de Leopoldina

Diocese de Leopoldina

‘Sertões de Leste’ era a denominação de um território da antiga Província de Minas Gerais, hoje conhecido a Zona da Mata Mineira, que também se estendia ao noroeste do Rio de Janeiro e sul do Espírito Santo. A região foi habitada por indígenas, mas passou a ser explorada por colonizadores no final do século XVIII, formando assim muitas vilas e cidades.

Nessa época foram construídos vários templos católicos, então subordinados ao bispado do Rio de Janeiro. Mais tarde, com a criação da Diocese de Mariana, muitas igrejas desta região passaram a fazer parte de sua área episcopal.

Com um extenso território, ‘Mariana’ foi elevada à categoria de arquidiocese e precisou ser desmembrada sucessivamente para a formação de outras dioceses, entre elas a de Leopoldina, no dia 28 de março de 1942.

A bula de criação ‘Quae ad Majus’ foi assinada pelo Papa Pio XII em plena Segunda Guerra Mundial. Consta que o documento não chegou a tempo, tendo o Núncio Apostólico do Brasil, dom Bento Aloise Masella, o ofício de publicar o decreto de sua constituição.

Na formação da Diocese de Leopoldina, o arcebispo de Mariana dom Helvécio Gomes de Oliveira nomeou o padre José Domingues Gomes como administrador diocesano. Ele visitou todas as paróquias que constituiria o território da nova diocese.

No dia 6 de agosto de 1942 aconteceu a instalação da Igreja particular de Leopoldina. O seu primeiro bispo diocesano foi Dom Delfim Ribeiro Guedes, que tomou posse no dia 26 de junho de 1943, exercendo o seu ministério nesta área episcopal por 17 anos.

Em 1979 o território da Diocese de Leopoldina foi ampliado, passando a integrar sua área episcopal as áreas paroquiais de Argirita e Providência, então subordinadas ao bispado de Juiz de Fora.

A Cúria Diocesana funcionou em um dos cômodos do Palácio Episcopal. Posteriormente, foi transferida para um amplo espaço ao lado da residência do bispo, onde ficavam os dormitórios dos seminaristas.

Mais tarde, em 28 de março de 2000, o bispo Dom Frei Célio de Oliveira Goulart, OFM, inaugurou a nova estrutura da Cúria Diocesana, que recebeu o nome de Monsenhor Guilherme de Oliveira, sacerdote que foi reitor do Seminário de Leopoldina e professor por mais de 30 anos do Ginásio Leopoldinense, tradicional colégio que pertenceu à Igreja Católica.

O primeiro seminário diocesano funcionou provisoriamente nas dependências do Ginásio Leopoldinense e da Casa Paroquial do Curato da Catedral de São Sebastião, sendo inaugurado em 1948 com o nome ‘Nossa Senhora Aparecida’. Seu primeiro reitor foi o padre Guilherme de Oliveira. No dia dia 28 de março de 1947 a diocese adquiriu a Chácara da Boa Vista, em Leopoldina (MG), para a construção das novas dependências do seminário, cuja pedra fundamental foi lançada no dia 27 de novembro de 1947, data essa considerada o marco inicial do Seminário Diocesano.

Com a conclusão das obras em 1950, os seminaristas foram transferidos para o prédio definitivo. Em 1954, as atividades foram paralisadas e retomadas em 1957, sob direção de Monsenhor Antônio José Chámel. Ao longo de sua história, o Seminário Nossa Senhora Aparecida foi fechado e reaberto por motivos diversos, entre eles a dificuldade de se manter uma estrutura para abrigar os seminaristas.

O Seminário Menor já foi sediado em Cataguases, Astolfo Dutra, Visconde do Rio Branco, Muriaé e por fim, em Leopoldina, sendo reaberto na cidade após 50 anos, com a bênção de dom Edson Oriolo, no dia 25 de janeiro de 2021.

Já o Seminário Maior Nossa Senhora de Guadalupe surgiu da necessidade da Diocese de Leopoldina ter a sua própria casa de formação para abrigar os seminaristas das etapas discipular e configurativa, pois, em 1988, o Seminário Santo Antônio, localizado em Juiz de Fora (MG), passaria a ser apenas um local de estudos, tendo as dioceses a incumbência de providenciar a moradia e gestão da formação de seus seminaristas.

Entre 1989 aos anos 2000 existia uma indefinição quanto à localização da ‘Casa de Formação’, para abrigar os seminaristas da filosofia e teologia que, ora estudavam em Belo Horizonte, ora em Juiz de Fora. Em 2000 a Diocese de Leopoldina adquiriu, definitivamente, um imóvel no bairro Grambery, em Juiz de Fora (MG).

Em 2018, o bispo diocesano, dom José Eudes Campos do Nascimento, juntamente com o reitor da época, o padre Edmilson Ferreira, com a ajuda das paróquias e todo o Povo de Deus presente na Diocese de Leopoldina, iniciaram as obras de ampliação e revitalização da casa de formação.

Após um período longo de reformas, a Diocese de Leopoldina reinaugurou, no dia 08 de novembro de 2021, o Seminário Diocesano Nossa Senhora de Guadalupe. O momento foi marcado por vários ritos que expressam a dignidade do templo e a sacralidade do lugar de culto, como a aspersão com água benta, prece de dedicação, unção do altar, entre outros.

A Solene Celebração Eucarística foi presidida pelo bispo diocesano, dom Edson Oriolo e concelebrada pelo arcebispo metropolitano de Juiz de Fora, dom Gil Antônio Moreira, pelo reitor do Seminário Nossa Senhora de Guadalupe, Pe. Paulo Roberto Gomes e pelo padre João Victor Melo Martins, membro do Conselho de Formação da Diocese de Leopoldina. Estiveram presentes vários sacerdotes do clero diocesano, diáconos e seminaristas.

Bispos

Dom Delfim Ribeiro Guedes

Foi o seu primeiro Bispo Diocesano. Ele nasceu no dia 02 de maio de 1908, em Maria da Fé, Minas Gerais. Foi nomeado pelo Papa Pio XII para a Diocese de Leopoldina, tomando posse no dia 26 de junho de 1943, exercendo o seu ministério por 17 anos. Teve como lema: “Esperar Contra toda Esperança”.  Dom Delfim faleceu no dia 23 de fevereiro de 1985, sendo sepultado em São João Del Rei.

 



Dom Gerardo Ferreira Reis

O segundo Bispo Diocesano foi dom Gerardo Ferreira Reis, nascido no dia 1º de outubro de 1911, em Alpinópolis, Minas Gerais. Foi nomeado pelo Papa João XXIII para a Diocese de Leopoldina, tomando posse em 15 de outubro de 1961. Nossa região foi a única área a qual ele exerceu o seu ministério ao longo de 23 anos como bispo. O seu lema foi ‘Com os teus Santos’. Dom Reis, como era conhecido, renunciou aos 74 anos de idade, tornando-se mais tarde o bispo emérito de nossa diocese. O seu nome é atribuído ao principal centro de formação de Pastoral de Leopoldina. Ele nasceu no dia 1º de outubro de 1911 e faleceu aos 83 anos, sendo sepultado em Passos, Minas Gerais. Em 2011, os seus restos mortais foram traslados para a cripta da Catedral de São Sebastião, em Leopoldina.




Dom Sebastião Roque Rabelo Mendes


O terceiro bispo da Diocese de Leopoldina foi Dom Sebastião Roque Rabelo Mendes, nascido em 9 de outubro de 1929, em Itapecerica, Minas Gerais. Ele governou a diocese durante quatro anos, com o lema ‘Ele Lutará por ti’. Em 1989 foi transferido para exercer a função de bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, onde foi eleito bispo emérito. Ao completar 75 anos de idade, como prevê o código de direito canônico, pediu renúncia e passou a residir em sua terra natal, dedicando-se a Evangelizar o Povo de Deus daquela região, sendo um grande incentivador da música e homenageado com uma orquestra que leva o seu nome. Faleceu no dia 11 de março de 2020 e foi sepultado em Itapecerica (MG).





Dom Ricardo Chaves Pinto Filho


O quarto bispo foi Dom Ricardo Chaves Pinto Filho, nascido em 06 de agosto de 1938, em Capelinha, Minas Gerais. Foi designado bispo da Diocese de Leopoldina no dia 14 de março de 1990, onde exerceu o seu ministério por seis anos. O seu lema episcopal foi “O amor de Cristo nos Impulsiona”. No ano de 1996 foi nomeado arcebispo de Pouso Alegre. Quando completou 75 anos, pediu renúncia, tornando-se bispo emérito dessa arquidiocese do sul mineiro. Ele faleceu no dia 1º de abril de 2018, em Monte Sião, sendo sepultado na cripta da Catedral Metropolitana de Pouso Alegre.

 




Dom Célio de Oliveira Goulart


O quinto bispo foi dom Célio de Oliveira Goulart, que nasceu no dia 14 de setembro de 1944, em Piracema, Minas Gerais. Ele foi nomeado pelo Papa João Paulo II para a Diocese de Leopoldina em 1998, permanecendo no leste mineiro por cinco anos. Ele adotou como lema episcopal  ‘A cruz é a força de Deus’. Posteriormente foi bispo de Cachoeiro de Itapemirim e, por último, São João del-Rei, onde faleceu em 19 de janeiro de 2018.

 

 




Dom Dario Campos


O sexto bispo que governou a Diocese de Leopoldina foi o capixaba Dom Dario Campos, nascido em 09 de junho de 1948, em Castelo, Espírito Santo. Em 2000, foi ordenado bispo coadjutor de Araçuaí e, no ano seguinte, bispo diocesano dessa mesma região. Em 2004 foi transferido para a Diocese de Leopoldina, onde ficou por sete anos, tendo como lema ‘Nas tuas Mãos”. Em 2011 foi nomeado pelo Papa Bento XVI para a Diocese de Cachoeiro do Itapemirim. Já em 2018 tornou-se arcebispo de Vitória, no Espírito Santo.

 





Dom José Eudes Campos do Nascimento


O sétimo bispo da Diocese de Leopoldina foi Dom José Eudes Campos do Nascimento, nascido em 30 de abril de 1966, em Barbacena, Minas Gerais. Ele foi ordenado bispo no ano de 2012, sendo nomeado pelo Papa Bento XVI para a Diocese de Leopoldina. O lema adotado por ele foi ‘Servo no Amor’. Em 2018, dom José Eudes foi transferido para a Diocese de São João del-Rei, também em Minas Gerais.

 

 




Dom Edson José Oriolo dos Santos


Atualmente a Diocese de Leopoldina é governada pelo bispo Dom Edson José Oriolo dos Santos, nascido no dia 18 de setembro de 1964, em Itajubá, Minas Gerais. Ele foi nomeado pelo Papa Francisco bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte no ano de 2015. Em 2020 tomou posse na Diocese de Leopoldina. O seu lema é “Anunciar as riquezas da misericórdia”.

 

 

Administradores Diocesanos.

Em diversos momentos de sua história, a Diocese de Leopoldina esteve vacante. Com isso, os Administradores Diocesanos conduzem os trabalhos até a posse de um novo bispo.

Catedral

A Catedral de São Sebastião é a Sé Episcopal da Diocese de Leopoldina e demorou 37 anos para ser construída. A antiga matriz foi criada no dia 27 de abril de 1854, pela mesma lei que elevou o distrito de São Sebastião do Feijão Cru à condição de município de Leopoldina. Ela ficava localizada onde atualmente está o monumento de Nossa Senhora da Paz, mas foi demolida em 1927 para a construção de uma nova Igreja.

Com a criação da Diocese de Leopoldina, a Matriz passou a condição de Catedral, embora as obras ainda estivessem inacabadas. A bênção da pedra fundamental ocorreu no dia 12 de julho de 1928.

O projeto arquitetônico é de autoria de Luiz Dantas Castilho, da Escola Nacional de Belas Artes. A planta foi confeccionada pelo engenheiro Ormeo Junqueira Botelho, cujo desenho corresponde a uma cruz latina, com a cúpula elevada no cruzamento dos dois eixos, tendo na frente uma torre com mais de 50 metros de altura.

Santuários

O primeiro santuário diocesano foi criado no dia 07 de julho de 1996, em Cataguases (MG), numa solenidade presidida pelo então bispo dom Ricardo Pedro Chaves Pinto Filho. É dedicado à Santa Rita de Cássia, cuja paróquia foi criada no dia 10 de outubro de 1851. Ao longo de sua história, a antiga Igreja Matriz passou por sucessivas reformas e ampliações, mas foi demolida por sua estrutura comprometida.

Em 1944, quando acontecia a Segunda Guerra Mundial, foi lançada a pedra fundamental da nova Igreja Matriz, projetada pelo arquiteto Edgar Guimarães do Vale, no estilo modernista, com traços que assemelhasse a um avião, sem uma das asas.

Sua originalidade e beleza arquitetônica desperta a atenção de todos que visitam Cataguases, principalmente em sua fachada, decorada com um painel em azulejos que retrata a vida de Santa Rita, da consagrada pintora brasileira Djanira da Motta e Silva. No seu interior existem pinturas que retrata a Via Crucis, datadas de 1995 e assinada pela artista plástica Nanzita Ladeira Salgado Alvim Gomes. A obra de arte é  inspirada no livro de Pierre Barbet ‘A Paixão de Jesus Cristo segundo o Cirurgião’.

Santuário Diocesano São José Operário

Outro santuário da diocese é dedicado a São José Operário, localizado Leopoldina (MG). O decreto de criação foi assinado pelo bispo diocesano, dom Edson Oriolo, no dia 08 de dezembro de 2021, no encerramento do Ano de São José. É considerado um dos templos católicos mais espaçosos da região, onde muitos devotos de São José Operário expressam a sua fé.

A Paróquia São José Operário foi criada no dia no dia 01 de julho de 1950, pelo decreto assinado por dom Delfim Ribeiro Guedes, primeiro bispo de Leopoldina. Foi destinada aos padres da Ordem da Santa Cruz (Crúzios), que já exerciam um trabalho missionário na cidade, com celebrações nas dependências da antiga fábrica de tecidos.

O templo católico é uma réplica da Igreja de Santa Ágata, localizada no município de Boekel, nos Países Baixos (Holanda), da província de Brabante do Norte, terra natal do padre Egídio Donkers, OSC, responsável pela condução das obras da Matriz em Leopoldina, vindo também a conduzir os trabalhos de evangelização na Paróquia São José Operário entre os anos de 1958 e 1979.

No ano de 1996, devido à falta de sacerdotes, os padres Crúzios retiraram-se de Leopoldina, quando doaram a diocese a Igreja Matriz, a casa paroquial e os terrenos anexos, para que a mesma designasse um pároco do clero diocesano, para assim, dar continuidade aos trabalhos de evangelização. A doação foi marco de generosidade dos Padres Crúzios.



Fonte: Diocese de Leopoldina

 

 


Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »