Por 13 anos exerceu o seu ministério episcopal na Igreja particular de Juazeiro, na Bahia. Após completar 75 anos, conforme prevê o Código de Direito Canônico, apresentou renúncia, tornando-se bispo emérito dessa diocese.
Nos últimos anos viveu na Fazenda Santa Maria, localizada no Distrito de Bom Jesus da Cachoeira, em Muriaé (MG), onde celebrava a eucaristia, estando sempre presente na vida paroquial de Nossa Senhora da Conceição, em especial na Comunidade Senhor Bom Jesus, assistida pela paróquia de Laranjal (MG).
No ano passado, Dom José Geraldo participou da cerimônia de reinauguração do Seminário Diocesano Nossa Senhora Aparecida, reaberto em Leopoldina após 50 anos. Ele concelebrou a Solene Celebração Eucarística presida por Dom Edson Oriolo na Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário, na mesma cidade, vivenciando um momento importante na caminhada evangelizadora desta Igreja particular.
O corpo de Dom José Geraldo foi velado na Igreja Matriz São Paulo, em Muriaé (MG), sua terra natal. Na noite desta terça-feira (05), o superior provincial da Congregação dos Agostinianos da Assunção (A.A.), padre Luiz Gonzaga da Silva, presidiu a Missa de Corpo Presente, concelebrada por vários padres Assuncionistas e pelo Pe. Carlos Henrique Mariosa, do clero diocesano de Leopoldina.
Na manhã desta quarta-feira, após a Missa das Exéquias na Igreja Matriz São Paulo, o féretro foi trasladado para a Catedral Diocesana de São Sebastião, em Leopoldina (MG), para um velório seguido da Solene Missa Exequial presida por Dom Edson Oriolo e concelebrada por dom José Eudes Campos do Nascimento, bispo de São João del-Rei, pelo clero de Leopoldina e padres Assuncionistas.
Em homilia, Dom Edson Oriolo destacou a comunhão de orações com a Diocese de Juazeiro, registrando solidariedade ao seu bispo e forças vivas desta Igreja particular. O bispo de Leopoldina comentou que o Evangelho proclamado nos ajuda a vivenciar com maior profundidade o mistério celebrado, no momento de afastamento da vida terrena de Dom José Geraldo.
Agradeceu pela vocação “deste ilustre filho de nossa diocese”, destacando sua trajetória, desde o ingresso no Seminário Nossa Senhora de Lourdes até sua sagração de bispo, tendo o múnus de santificar, ensinar e governar. “Ele abraçou a vida religiosa com verdadeira paixão, exercendo vários ofícios, passando seus últimos anos vivendo com muita simplicidade, escondido em Cristo, no silêncio que transfigura a alma Cristã e vai confortando a vontade de Deus, até que Deus o chamou na alegria eterna”, comentou.
Disse ainda que em vários momentos de sua vida, Dom José Geraldo recebeu inúmeras homenagens merecidas, reconhecidas pelos seus olhos marejados, seu sorriso alegre e emoção. “Hoje nos resta o silêncio no corpo inerte, pois ele partiu para a jornada celestial, voltando ao seu criador, deixando-nos um rastro de Luz, uma marca indelével no coração de todos que foram tocados por ele, que tiveram o privilégio de sua convivência, de um ser humano magnânimo”, exaltou.
Representando a Congregação dos Agostinianos da Assunção, também fez o uso da palavra o padre João Gomes da Silva, que disse ser um momento que os corações se unem pela fé, despedindo de um irmão. “Quero ser a voz de todos os Assuncionistas espalhados pelo mundo afora, principalmente em todos os países por onde Dom José Geraldo esteve a serviço da congregação. Gratidão a todos e a todas que se abrigam ao encontro amistoso e pastoral de Dom José Geraldo. Fica nossa lembrança de um homem determinado, de gênio forte, inteligente e bom administrador, cuja vida foi inteiramente doada por aquilo que ele mais amava, Jesus Cristo, Maria sua mãe, a Igreja, sua esposa”, completou.
Posteriormente, aconteceu o sepultamento na cripta da Catedral, onde seus restos mortais ficarão, provisoriamente, até o translado em definitivo para a sé episcopal de Juazeiro, como desejo expresso do falecido, em comunhão com a família.
Estiveram presentes em Leopoldina os irmãos de Dom José Geraldo: Isabel, Zélio, Sebastiana, Evaristo, Eliane e Maria Aparecida, acompanhados de um expressivo número de familiares.
A CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil manifestou solidariedade aos familiares, amigos e ao povo de Deus. “Em preces pela alma de dom José Geraldo, damos graças a Deus pela vida deste pastor e pelos anos doados à Igreja, especialmente por seu pastoreio na igreja particular de Juazeiro, da qual foi o terceiro bispo. Diante do testemunho dedicado de dom José, reiteramos, a certeza de que a vida sempre vence a morte. Reafirmamos, ainda, a certeza de que, mesmo diante da morte, somos sempre convidados a nascer de novo – como nos apresenta o Evangelho de João 3, 1-8”
O superior geral da Augustiniani ab Assumptione, na França, P. Benoît Grière, publicou uma nota oficial destacando a trajetória de Dom José Geraldo, dizendo ser uma figura carinhosa da Assunção. “Serviu a Igreja e a Congregação com grande zelo e dinamismo. Damos graças a Deus pela vida do nosso irmão”, comentou.
Padre Luiz Gonzaga da Silva, superior provincial dos Assuncionistas, congregação da qual Dom José Geraldo pertencia, disse que a grande família dos Agostinianos da Assunção perde um filho, que peregrinou em diversos lugares, recebendo o Chamado, edificando, evangelizando e levando a Palavra de Deus. “Hoje estamos presenciando a partida de nosso irmão. Essa semente que ele plantou, seus ensinamentos, sempre deve estar forte em nossos corações”, comentou.
Dom Carlos Alberto Breis Pereira, OFM, bispo da Diocese de Juazeiro (BA), manifestou sentimentos aos familiares, confrades assuncionistas, ao clero, sacerdotes e diáconos ordenados por Dom José Geraldo, religiosos e religiosas, e ao povo de Deus de nossa Diocese de Juazeiro, afirmando que o seu lema episcopal “Adveniat Regnum Tuum” (Venha a Nós o Vosso Reino) inspirou o seu ministério junto ao povo de Deus no Estado da Bahia, especialmente no Vale do São Francisco, onde exerceu o pastoreio por 13 anos, entre 2003 e 2016.
Fonte: Diocese de Leopoldina