Rua Tiradentes em Leopoldina homenageia o Mártir da Inconfidência

Talvez seja uma das mais antigas ruas da cidade como mostra a foto que ilustra este registro.

Rua Tiradentes na primeira metade do Século XX (Fotografia do acervo do antigo Espaço dos Anjos)

Uma das vias públicas mais movimentadas de Leopoldina é, sem sombra de dúvidas, a rua Tiradentes, que faz a ligação da rua Barão de Cotegipe com a Praça do Rosário, sendo dividida pela praça Gama Cerqueira, a popular Praça do Urubu. Talvez seja uma das mais antigas ruas da cidade como mostra a foto que ilustra este registro.
 
Originalmente era conhecida como Rua do Rosário. O trecho entre a Cotegipe e a Praça do Urubu chegou a chamar-se Jairo Salgado Gama, em homenagem ao ex-prefeito de Leopoldina,  pela lei n° 946, de 17/010/1973, mas voltou a nomenclatura original pela lei n°1.463, de 11/09/1980.
 
Milhares de pessoas que por ela transitam diariamente, talvez nem se dão conta de que o nome foi dado em homenagem ao Mártir da Inconfidência Mineira, Joaquim José da Silva Xavier, apelidado de Tiradentes que foi enforcado, esquartejado e decapitado no dia 21 de abril de 1792, no Largo da Lampadosa, na cidade do Rio de Janeiro. 
 
Quase cem anos depois, em 1890, logo após a Proclamação da República, foi que o dia 21 de abril passou a ser comemorado em homenagem à morte de Tiradentes.
 
Por causa disso, todos os anos, no dia 21 de abril, é comemorado o feriado nacional de Tiradentes, uma data importante para a história do Brasil. Contudo, muitas pessoas não sabem de fato quem foi Tiradentes e porque esta data foi escolhida como feriado nacional de Tiradentes.

Quem foi Tiradentes?

Joaquim José da Silva Xavier, mais conhecido como Tiradentes, foi um importante líder da luta pela Independência do Brasil. Nascido em Minas Gerais em 1746, na época do Brasil Colonial, Tiradentes se tornou um dos principais símbolos da resistência ao domínio português no país. 

A participação de Tiradentes na Inconfidência Mineira foi crucial para a organização do movimento. Em 1789, ele liderou um grupo de conspiradores que planejavam uma revolta contra o domínio português em Minas Gerais, com o objetivo de proclamar a Independência do Brasil. O plano incluía a criação de uma república, a implantação de um sistema de educação e a libertação dos escravos.

No entanto, a conspiração foi descoberta pelas autoridades portuguesas, e Tiradentes foi preso. Após um longo processo, ele foi condenado à morte por enforcamento, sendo executado em 21 de abril de 1792, no Rio de Janeiro.

Tiradentes se tornou um mártir porque, mesmo diante da morte, não delatou seus companheiros. Além disso, seu julgamento e execução foram marcados por uma série de injustiças, como a transferência do julgamento para o Rio de Janeiro, longe dos olhares da população de Minas Gerais, e a execução em praça pública, como forma de intimidar a população.
 
A história de luta e coragem de Tiradentes inspirou muitos brasileiros e foi importante para os movimentos que antecederam a Independência do Brasil, fazendo com que seu nome se tornasse um dos mais importantes da história nacional. 
 
A história de Tiradentes é alvo de controvérsias e debates até os dias de hoje, e algumas pessoas questionam se ele foi realmente um herói ou se sua imagem foi romantizada ao longo do tempo. 

Um dos argumentos utilizados pelos críticos de Tiradentes é o fato de que ele não era o único líder da Inconfidência Mineira e que muitos outros participantes do movimento tiveram um papel tão importante quanto ele na organização da conspiração.

Além disso, alguns estudiosos questionam as motivações de Tiradentes para liderar a revolta, sugerindo que ele pode ter agido por interesses pessoais ou financeiros. Outros historiadores afirmam que a forma a qual ele foi retratado após a sua morte, de herói, foi utilizada para a construção de um mito nacional, que atendesse aos interesses da época.

No entanto, mesmo que a participação de Tiradentes na Inconfidência Mineira não tenha sido perfeita, é inegável que ele foi um importante símbolo de resistência contra o domínio português e que sua coragem e determinação inspiraram muitos outros líderes e movimentos na história do Brasil.

Fonte> Arquivo jornal Leopoldinense, livro “Nossa Ruas, Nossa Gente” e  Wikipédia

Clique e relembre:

Tiradentes e Mão-de-Luva passaram pelo Feijão Cru