14/06/2023 às 15h09min - Atualizada em 14/06/2023 às 15h09min

Dia Mundial do Doador de Sangue: 5 perguntas que você sempre quis fazer antes de doar, respondidas por um médico da área

Médico da área de Angiologia da AmorSaúde, Dr. Andrés Humberto Mego Bayona dá dicas e responde as dúvidas mais frequentes de quem já é doador e de quem quer se tornar um

Milena Almeida

Criado em 2014 pela Organização Mundial da Saúde — OMS, o Dia Mundial do Doador de Sangue é celebrado anualmente em 14 de junho e tem como objetivo contribuir para a conscientização da população sobre a necessidade de dispor de sangue e produtos sanguíneos seguros para transfusões, além de destacar o apoio essencial que os doadores de sangue voluntários dão aos sistemas de saúde e cooperar com as organizações de doadores de sangue, conforme aponta a Organização Pan-Americana da Saúde — OPAS.

 

Embora a importância da pauta seja de reconhecimento internacional, a população de doadores de sangue ainda é baixa ao redor do mundo. No Brasil, por exemplo, apenas 1,4% da população nacional doa sangue com frequência, segundo o levantamento do Ministério da Saúde realizado em novembro de 2022. Esse número tímido de doadores contrapõe uma demanda diária e encontra motivação nos mais diversos fatores, em especial nas percepções receosas, e muitas vezes equivocadas, que o senso comum tem sobre o processo de doação.

 

Como forma de combater os mitos e os medos sobre a doação de sangue e estimular a ação voluntária, além do Dia Mundial do Doador de Sangue, o sexto mês do ano sedia também a campanha de Junho Vermelho, instituída em 2015 pelo Ministério da Saúde, e cujo objetivo está em incentivar cada vez mais brasileiros a se tornarem doadores. Realizada anualmente, a campanha terá um caráter especial em 2023 no estado de São Paulo, tendo em vista que a região está em situação de alerta pela baixa nos estoques de bolsas de sangue, conforme aponta o boletim emitido pela Secretaria de Saúde paulista. “Os estoques da Fundação Pró-sangue operam em nível crítico, com menos de 40% da sua capacidade. Os sangues do tipo O-, O+ e B- são os mais necessários, pois estão operando com menos de 10% da capacidade ideal”, destaca o boletim emitido pelo órgão.

 

Médico da área de Angiologia da AmorSaúde, Dr. Andrés Humberto Mego Bayona, pontua que os estoques estão em baixa atualmente devido às baixas temperaturas e à alta incidência de doenças respiratórias, como gripes e resfriados. Além disso, nessa época, os possíveis doadores tendem a evitar o processo também pela crença em mitos como o de que no frio a dor da agulhada seria mais intensa. 

 

Conforme o Dr. Bayona destaca, é comum que dúvidas, receios e preconceitos afastem as pessoas do processo de doação de sangue, tanto quanto os verdadeiros fatores impeditivos. Para evitar que isso ocorra, o médico responde a dúvidas e dá dicas para que os doadores possam contribuir sem medo, confira:

 

Quem faz tatuagem e/ou coloca piercing pode doar sangue?

 

Não. Quem se submete a procedimentos como esses corre o risco — apesar de baixo — de ser contaminado com doenças infecciosas, como hepatite B e C. Desse modo, quem faz tatuagem ou coloca piercings precisa passar 12 meses sem doar sangue, por conta da janela imunológica de algumas doenças infecciosas que podem ser transmitidas neste período, caso o doador esteja contaminado. 

 

Por que existe peso mínimo para que o doador possa realizar a doação de sangue?

 

O peso mínimo atual de um doador corresponde a 50 Kg e ele existe para responder ao volume mínimo de sangue a ser doado — em geral 450ml. A relação entre o peso e o volume coletado é a ideal para evitar riscos à saúde do doador e garantir que ele se recupere rapidamente. 

 

Para aqueles que já doaram e sentem um mal estar depois, por que isso ocorre? 

 

O mal estar posterior à doação é motivado pela diminuição da volemia, ou seja, a quantidade total de volume sanguíneo presente no sistema circulatório de uma pessoa em determinado momento. A alteração dessa quantia pode resultar em hipotensão arterial — pressão baixa — e desencadear sintomas como a tontura e a indisposição. 

 

Há alguma forma de evitar o mal estar após a doação?

 

Há sim. Entre os cuidados estão: permanecer sentado por pelo menos 15 minutos após a doação, aumentar a ingestão de líquidos ao longo do dia e evitar esforços físicos extenuantes por pelo menos 12 horas.

 

Dizem que atos como não olhar para a agulha ou doar sangue em estações mais quentes nos fazem sentir menos dor, isso é verdade? Você teria alguma dica para quem tem medo de doar por causa da dor da agulhada?

 

Ambos os casos são mitos criados pelo senso comum, mas há alguns fatores que podem sim fazer com que o doador sinta menos dor ao longo do processo. A dica para uma doação mais tranquila é olhar para um ponto fixo na parede no momento da punção — ou da popular agulhada — controlar a respiração e levar um amigo ou acompanhante para ajudar na tranquilização e na distração.

 


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