29/07/2023 às 16h45min - Atualizada em 29/07/2023 às 16h45min

Servidor público tem como verdadeiro patrão o contribuinte

Infelizmente, nem todos tem consciência dessa realidade do que é servir ao público, ao eleitor.

Luiz Otávio Meneghite
Sede da Prefeitura Municipal de Leopoldina(Foto: Rodrigo Rodrigues)
Trabalhei durante 33,5 anos no serviço público municipal de Leopoldina e desde o primeiro dia, 24 de julho de 1968, fui conscientizado de que o meu verdadeiro patrão era o contribuinte, pois seria dos impostos por ele recolhidos aos cofres públicos que sairia o meu salário no fim do mês.

A lição me foi passada pelo então prefeito Francisco Barreto de Faria Freire e durante todo o tempo em que trabalhei na Prefeitura Municipal de Leopoldina, procurei ter sempre em mente suas sábias palavras e repassá-las aos colegas de trabalho. Mesmo nos momentos de adversidades, e eles foram muitos, procurei tirar proveito das orientações recebidas no primeiro dia de uma longa carreira no serviço público.

Hoje, me vêm à mente passagens com as quais convivi sem perder o foco nas orientações recebidas no dia de minha admissão. Ao longo da carreira trabalhei com  8 prefeitos eleitos democraticamente pelo voto popular. Durante 18,5 anos me especializei em legislação trabalhista e previdenciária em órgãos como o IBAM-Instituto Brasileiro de Administração Municipal e na FGV-Fundação Getúlio Vargas procurando me aperfeiçoar e aplicar no meu dia a dia os conhecimentos absorvidos durante os treinamentos. Foram 21 ao todo.

Paralelo ao serviço público, fui redator  e apresentador de noticiários de rádio e de alguns jornais impressos que circularam em Leopoldina a partir da década de 1970. Na época não se falava em internet. Era tudo presencial e nas Remington’s e Olivetti’s. Com a experiência adquirida no setor privado fui transferido para o setor de imprensa sendo o editor do jornal oficial EQUIPE, que além dos atos oficiais divulgava o noticiário governamental por mim redigido.

Infelizmente, nem todos os prefeitos tinham consciência de que estavam ali de passagem com mandato de prazo pré-estabelecido e assumiam o cargo como se fossem donos selecionando seus auxiliares com critérios nem sempre democráticos, mas obedientes aos seus interesses pessoais amedrontados  com socos na mesa e gritos ameaçadores. Alguns alcaides se deixavam emprenhar pelos ouvidos e excluíam os servidores que, embora capacitados, não se enturmavam com seus propósitos nem sempre muito claros. Triste realidade!


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