Ao longo de meus quase 73 anos de vida, 33,5 dele trabalhando no serviço público municipal e quase 40 na imprensa local em todas as suas versões, assisti de perto a homenagens prestadas a pessoas, autoridades ou não, que de alguma forma contribuíram para melhorar a qualidade de vida dos nossos conterrâneos. A concessão de Cidadania Honorária Leopoldinense é uma forma que autoridades do Poder Legislativo lançam mão para mostrar gratidão a quem tenha feito algo em benefício da cidade em que vivemos.
As reações do público são as mais diversas com alguns enxergando exagero na homenagem uma vez que o motivo que levou à sua concessão não teve merecimento suficiente para justifica-la. Outros aplaudem e comungam com a iniciativa.
Existem casos de homenageados que com apenas um gesto fizeram por merecer a honraria, assim como existem pessoas que nasceram em outras cidades e fixaram residência aqui há dezenas de anos e nunca moveram uma palha em favor de Leopoldina.
Também existem centenas de pessoas que se mudaram para Leopoldina e aqui constituíram famílias e são, na prática, mais leopoldinenses do que muitos que aqui nasceram.
Houve uma época, lá se vão muitos anos, que gestos dessa natureza viraram folclóricos. Pasmem e acreditem se quiserem, chegou a existir um grupo de vereadores que faziam plantão na rodoviária à espera de pessoas que aqui aportavam para oferecer a Cidadania Honorária. O gesto poderia ser interpretado como sinônimo de uma cidade hospitaleira ou falta do que fazer.
Com relação à Medalha de Mérito, ela existe no âmbito do Poder Legislativo mas também criada por entidades representativas de algum segmento da sociedade que pretenda reconhecer a atuação de pessoas especificamente para aquele setor que representam.
Existem também pessoas que fazem questão de colecionar títulos dessa natureza para serem incluídos em suas biografias por pura vaidade. Enfim, sejam todos bem vindos a Leopoldina.
Cidadania honorária é um título de honraria que uma pessoa de importância recebe de alguma localidade. O título de cidadão equipara a pessoa homenageada a uma adoção oficial. A pessoa agraciada passa a ser um irmão, um conterrâneo, uma pessoa da terra natal. Mesmo que um homenageado não tenha nascido ou não resida na localidade, para que se lhe conceda tal homenagem, faz-se necessário que se diga o que ele (homenageado) fez, sem visar lucros, interesses pessoais ou profissionais, em defesa do povo da localidade que lhe concedeu tal cidadania.
Foto: João Gabriel Baía Meneghite
