12/03/2015 às 10h02min - Atualizada em 12/03/2015 às 10h02min

Família de micos tenta resgatar filhote na praça Felix Martins

Da cena, ficou uma lição de solidariedade do mundo animal, que deveria ser copiada por alguns seres humanos

Para muitos, uma cena comum, mas para os transeuntes e alguns lojistas do calçadão que presenciaram uma família de micos tentando resgatar um filhote na praça Felix Martins, foi uma cena muito curiosa e triste, que foi registrada pelo fotógrafo do jornal Leopoldinense João Gabriel Baia Meneghite. 

Uma família de saguis de tufos-pretos (Callithrix penicillata), popularmente conhecidos como micos-estrela, que vivem nas árvores daquela região, tentavam salvar um filhote que caiu de uma altura de cerca de 10 metros. 

O episódio ocorreu na manhã desta quarta feira, 11 de março e despertou a curiosidade de populares, que lamentaram a agonia do filhote em seus últimos instantes de vida. 

Para evitar que um cachorro abocanhasse o filhote, o comerciante Ebinho, o colocou em cima do muro onde fica o Mural de Funchal Garcia, local de fácil acesso para os micos, com galhos de árvores próximos. A tentativa de resgate da família foi frustrada, pois o filhote não resistiu e morreu. 

Da cena, ficou uma lição de solidariedade do mundo animal, que deveria ser copiada por alguns seres humanos.

Os saguis de tufos-pretos popularmente conhecidos como micos-estrela.

Cobiçados nos anos 1970 e 1980 no mercado ilegal de animais silvestres, os saguis de tufos-pretos (Callithrix penicillata), popularmente conhecidos como micos-estrela, são originários das regiões Nordeste e Centro-Oeste. Eles se espalharam pelo Sudeste do país levados pelo homem. Décadas após sua introdução, a população explodiu e hoje o animal tipicamente florestal vive em grupos compostos de 7 a 15 insdivíduos, ocupando áreas até mesmo dentro das cidades.

Contudo, muitas vezes desce ao chão para conseguir alimentos. Possui uma intricada estrutura social baseada na hierarquia, na qual algumas fêmeas dominantes podem procriar e as demais são inibidas fisiologicamente e não se reproduzem. Após uma gestação de 150 dias nascem dois filhotes, que recebem cuidados do grupo todo, principalmente do pai e dos irmãos mais velhos. Até completar dois meses eles são carregados nas costas, principalmente pelo pai, durante os deslocamentos do grupo. Mamam até os seis meses, após 8 semanas começam a aprender a procurar os alimentos e em 18 meses estão aptos para a reprodução. Tem hábitos diurnos. Alimenta-se de frutas, flores, folhas, insetos, ovos, pequenos animais e goma de certas plantas gumíferas. Habita cerrados, florestas semidecíduas, florestas secundárias e matas ciliares. Ocorre na região nordeste, central e sudeste do Brasil.

Conhecido também como mico-estrela ou sagui-do-cerrado, apresenta hábito diurno e crepuscular. É uma espécie arborícola. Faz pequenos saltos entre os galhos e é um ágil caçador. A área de uso é de 1,5 hectare. Forma grupos compostos de dois a nove indivíduos, mas a média é de seis.

Uma característica interessante na alimentação é que apresenta os incisivos inferiores especializados para perfuração da casca de árvores gumíferas (que possuem goma ou látex), estimulando a saída de exsudatos que lhe servem de fonte de carboidratos, cálcio e certa proteína. A goma constitui 50% da alimentação vegetal na estação seca.


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