Durante nossa trajetória terrena vamos amadurecendo com o passar do tempo e nossos pensamentos mudam na medida em que assistimos à evolução de tudo à nossa volta. Outro dia, um entrevistado do Jornal Leopoldinense no Ar, disse que começamos a envelhecer quando nascemos e continuamos a cada dia seguinte. É uma afirmativa lógica, mas raramente as pessoas se dão conta dessa realidade.
Quando crianças, começamos a fazer planos para a juventude e quando adolescentes nossos planos vislumbram a idade adulta, um bom emprego, o casamento, uma nova família, os filhos. Depois, vem a velhice, os netos, talvez até bisnetos e nunca deixamos de fazer planos, de sonhar, e em todos eles o desejo de bem estar para as pessoas que nos são caras, aí incluídos, além dos familiares, os amigos.
Ao longo dos meus 63 anos de idade separei-me de familiares e amigos que partiram para a cidade grande em busca de melhores escolas, de melhores empregos. Aos poucos, vamos nos reencontrando com aqueles que resolveram fazer o caminho de volta, aposentados, depois de dezenas de anos trabalhando longe, ostentando agora cabelos brancos ou nenhum cabelo.
Quando eles fizeram a escolha de um centro maior para estudar e trabalhar, a pequena cidade berço não oferecia o suficiente para a realização de seus sonhos. Lá longe, vivendo na agitação da cidade grande, apesar do diploma obtido, do bom emprego que proporciona um melhor padrão de vida, do ponto de vista financeiro, um sonho está sempre presente: o caminho de volta para a terra mãe.
Aqueles que nunca se encorajaram em sair da cidade natal talvez não tenham adquirido grande patrimônio material. A resistência em sair daqui, porém, lhes deu a tranqüilidade proporcionada pela cidade do interior.
Mas, a maioria da população deseja e quer um pouco mais de segurança para permanecer por aqui. Não simplesmente a segurança policial, mas principalmente a segurança de que seus filhos e netos não precisem sair para a cidade grande um busca de melhores escolas e melhores empregos.
Para alcançarmos isso, precisamos de mais desenvolvimento e boa qualidade de vida, em forma exatamente de boas escolas, bons empregos, saneamento básico, boas clínicas, bons hospitais, bons mercados, boas lojas, mobilidade urbana satisfatória, etc...
Não acredito que a maioria que votou na opção de que gostaria que Leopoldina fosse uma cidade mais desenvolvida, queira uma cidade onde o índice de criminalidade, típicos das cidades grandes, acompanhe o progresso. Particularmente, desejo que Leopoldina se desenvolva gradativamente e não numa velocidade da qual possamos nos arrepender mais adiante. Para arrematar, transcrevo os versos do nosso poeta maior em nossa música oficial.
Mineira Gostosa
Serginho do Rock
Protegida pelos contrafortes
Das altas montanhas de Minas
Driblando o tempo, de maneira ladina
Ainda parece menina
Isto é Leopoldina, sonora verdade
Mineira Gostosa, minha cidade
De longe seus filhos lhe amam
De perto seus filhos reclamam
Condenam sua vida tão calma
Mas lhe querem no fundo da alma
Centenária vaidade, retendo o tempo
Sentindo saudades, seus melhores momentos
Águas passadas já são gotas de chuva
Filosofia de estrada, vã literatura
De rimas quebradas
Rebuscando suas velhas histórias
Era apenas um pontinho no mapa
Mais verde, mais culta, pacata
Athenas da Zona da Mata
Alienada em função do futuro
O ócio desprende do gênio
Da bela da Mata que espera no escuro
A luz do terceiro milênio
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