11/04/2016 às 00h00min - Atualizada em 11/04/2016 às 00h00min

População pede o início da poda de árvores urbanas em Leopoldina

Galhos baixos já expulsam pedestres dos passeios e galhos altos ameaçam as redes elétrica e telefônica.

Luiz Otávio Meneghite
Galhos altos ameaçam as redes elétrica e telefônica. (Foto: João Gabriel B. Meneghite)
Aumenta o número de mensagens dirigidas à redação do jornal Leopoldinense alertando para a necessidade de poda das árvores urbanas que começam a incomodar na maioria das ruas, com os oitizeiros crescendo desordenadamente, se enroscando nos fios de alta tensão, escondendo luminárias, a sinalização de trânsito, atrapalhando a circulação de ônibus e caminhões e agora também prejudicando a circulação de pedestres nas calçadas porque os galhos esbarram em suas cabeças. A quem cabe reclamar?

A poda dos oitizeiros e demais árvores urbanas de Leopoldina tem sido feita por uma empresa terceirizada pela Prefeitura, que parece não conhecer muito do assunto, pois além da poda radical que está fazendo, mutilando um dos mais belos cartões postais da cidade. Aqui em Leopoldina tornou-se comum ver  árvores urbanas criminosamente decepadas a golpes de foice, machado e facão, a pretexto de poda. Isso, além de constituir infração e improbidade administrativa (seja por conduta comissiva ou omissiva de administradores públicos), é crime, com tipificação expressa no artigo 49 da Lei nº 9.605/98 (com pena de até um ano de detenção).

Nos últimos anos a empresa contratada pela Prefeitura tem começado o serviço com atraso e, por isso tem  ultrapassado o período recomendável para a poda, que vai de maio a agosto, época de dormência das árvores, e tem avançado pelo mês de setembro bem atrasada, invadindo a primavera e prejudicando a reprodução dos pássaros.

Como já registrou Luciano Baia Meneghite, em artigo publicado em 2014 no Jornal Leopoldinense Online, com o surgimento de novos bairros, conseqüentemente aumentou o número de árvores. Por isso, é recomendável que os prazos sejam respeitados e as Secretarias do Meio Ambiente e de Serviços Urbanos, às quais compete zelar pela poda, já comecem a se movimentar no sentido de acionar a empresa que vai fazer a poda.

Os titulares destas mesmas secretarias tem que ter humildade para acatar as muitas críticas que surgiram pela forma como a poda passou a ser feita, ora muito radical cocm utilização de ferramentas inapropriadas como foices, facões e machados, ora na época de choca dos muitos pássaros urbanos que se aninham nessas árvores. Tal atitude, segundo observou Luciano Baia Meneghite, cria um problema ambiental bem maior do que pode se supor, pois os pássaros atingidos pela poda fora de época, fazem o controle do número de insetos.   


►Galhos baixos já expulsam pedestres dos passeios.

Inúmeras vezes o jornal LEOPOLDINENSE registrou o problema e em 2014 houve certo esforço em se podar dentro do período adequado (de maio a agosto) o maior número possível de árvores. Em 2015, a poda que mais uma vez foi  iniciada com atraso, tinha passado pouco mais que a metade quando chegou a primavera, período não recomendável por biólogos, pois já acabou  o período de dormência das árvores e é época de floração e da reprodução dos pássaros.

Quando deve começar a poda das árvores urbanas?

A poda deve ser realizada por pessoas especializadas e a melhor época para fazer a poda, é em períodos mais secos, de maio a agosto.  A poda feita no período chuvoso pode contribuir para que a árvore, com a exposição do corte, possa ser contaminada com fungos e bactérias resultando no seu apodrecimento. O cupim aproveita os galhos previamente apodrecidos pelos fungos para se alojar nas árvores. No verão, quando as temperaturas se elevam é que sentimos o valor e a importância de uma árvore, pois as suas sombras amenizam a temperatura.

O  oitizeiro,  árvore que predomina na arborização urbana de Leopoldina, é uma espécie fornecedora de ótima sombra, devido a sua copa frondosa, com folhagem compacta que varia do amarelo ao verde intenso, possuindo por isso, elevado valor ornamental. Possui madeira de boa durabilidade, e por isso é perfeita para o plantio em praças avenidas e jardins, além de ser recomendada para reflorestamento misto de áreas degradadas. Existe uma recomendação de não deixar o oitizeiro com copa alta, podando-a com altura de 3 a 3.5 metros de altura. A primeira poda deve ser feita de forma educativa para evitar o seu crescimento desordenado e os possíveis transtornos futuros. Apesar de suas vantagens, o oitizeiro é uma árvore de muitos galhos, muitas folhas o que proporciona uma cidade que se suja facilmente, o que exige varrição diária e contribui também para o entupimento de galerias de águas pluviais, além do perigo de arrebentamento de cabos e fios elétricos que sua copa oferece.

A seguir alguns tipos de poda utilizados em árvores de rua:

Poda de Condução: é adotada em mudas e árvores jovens com o objetivo de adequá-las às condições do local onde se encontram plantadas, adquirindo tronco em haste única, livres de brotos e copa elevada, acima de 1,80 metros.
 
Poda de Manutenção: adotada nas árvores jovens e adultas, visando a manutenção da rede viária. Divide-se em:
 
Poda de limpeza: é executada em árvores jovens e adultas, com o objetivo de remover galhos secos, doentes ou ramos ladrões.
 
Poda de conformação: poda leve em galhos e ramos que interferem em edificações, telhados, iluminação pública, derivações de rede elétrica ou telefônica, sinalização de trânsito, levando-se em consideração o equilíbrio e a estética da árvore.
 
Poda para livrar fiação aérea: adotada em árvores de médio e grande portes sob fiação, visando evitar a interferência dos galhos com a mesma. O ideal é o preparo da árvore desde jovem. Pode ser efetuada de maneiras diferentes, dependendo de cada situação e da espécie que será podada.
 
Poda de contenção de copa: é a redução da altura da copa, com o objetivo de mantê-la abaixo da fiação aérea. É utilizada principalmente em árvores plantadas sob fiação primária energizada.
 
Poda drástica: é considerada poda drástica aquela que apresenta uma das seguintes características: Remoção total da copa, permanecendo acima do tronco os ramos principais com menos de 1,0 metro de comprimento nas árvores adultas; Remoção total de um ou mais ramos principais, resultando no desequilíbrio irreversível da árvore; Remoção total da copa de árvores jovens e adultas, resultando apenas o tronco. As podas drásticas deverão ser evitadas, sendo a sua utilização permitida apenas em situações emergenciais ou quando precedida de parecer técnico de funcionário municipal autorizado.
 
As ferramentas e equipamentos principais para os serviços de poda são: tesoura de poda, serras manuais ou moto-serras. Deverão ser evitadas as seguintes ferramentas: machado, facão e foice. Os equipamentos acessórios são as escadas, cordas e plataformas elevatórias ou cestos.
 
Os equipamentos de segurança são: capacete com fixação no queixo, óculos para evitar serragem nos olhos, protetores auriculares para os operadores de moto-serra, luvas de couro e sapatos com solado reforçado.


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