31/05/2016 às 17h32min - Atualizada em 31/05/2016 às 17h32min

Novo busto do ex-governador Clovis Salgado já está sendo esculpido e será reposto

Praça Félix Martins será reinaugurada em 1º de julho, último dia permitido pela legislação eleitoral com a participação do prefeito.

Luiz Otávio Meneghite
O busto de Clóvis Salgado foi roubado da praça Félix Martins.
A Superintendente Municipal de Cultura de Leopoldina, Amanda Almeida, informou ao jornal Leopoldinense que “já foi feita a encomenda de um novo busto de Clóvis Salgado que vai ser reposto e inaugurado junto com a praça no dia 1º de julho. Já estávamos em contato com o escultor e por coincidência enviamos hoje a formalização da encomenda e já está sendo esculpido. A praça vai ter parquinho, academia ao ar livre, fonte luminosa, lago, enfim, tudo que costumam reivindicar” revela Amanda em seu contato com a redação do Leopoldinense.



Amanda Almeida-Superintendente Municipal de Cultura de Leopoldina


Para refrescar a memória

Vereador pede manutenção permanente em monumentos históricos de Leopoldina

O vereador Ivan Martins Nogueira, atual presidente da Câmara Municipal de Leopoldina, encaminhou indicação ao prefeito José Roberto de Oliveira, parabenizando-o pela iniciativa de revitalizar a praça Félix Martins, considerada pela população leopoldinense como um dos mais belos ‘cartões postais’ da cidade.
 
Na indicação, o parlamentar lembrou ao chefe do poder Executivo, que a Praça Felix Martins abriga em seu interior vários monumentos de personagens que ajudaram a construir a história do município, entre os quais, a estátua do ex-presidente da República, Carlos Coimbra da Luz e os bustos do ex-presidente Juscelino Kubistcheck de Oliveira, do ex-governador e ex-ministro Clovis Salgado da Gama além de Custódio Junqueira. Estes monumentos, diz Ivan Nogueira no documento oficial enviado ao prefeito José Roberto, foram alvos de vandalismo com placas de identificação roubadas e de pichações.
 
Há algum tempo, tentaram roubar - sem sucesso - o busto de Custódio Junqueira. No final de 2011 desapareceu o busto do ex-governador de Minas Gerais, Clóvis Salgado, dele restando apenas o pedestal em granito, localizado em frente ao antigo Fórum da Comarca de Leopoldina e futuro Centro Cultural Mauro de Almeida Pereira. O vereador lembrou ao prefeito que, em 2009, o marco histórico de fundação da Rodovia Rio-Bahia, feito em granito maciço que ficava instalado no canteiro de um pequeno trevo na rua José Peres, também desapareceu, tendo sido encontrado dias depois jogado à margem de um córrego no bairro Três Cruzes onde permanece até hoje. Ivan Nogueira registrou ainda que há pouco tempo foi roubado o monumento ao motociclista, único do Brasil, que foi instalado junto ao Pórtico da Entrada de Leopoldina em governo anterior do prefeito José Roberto de Oliveira.
 
Finalizando sua indicação em que pede a limpeza e manutenção permanente dos monumentos históricos existentes em Leopoldina. O vereador Ivan Martins Nogueira lembrou que também carecem de limpeza e manutenção os bustos de Enéas Lacerda França e Joaquim Furtado Pinto na praça General Osório e do ex-presidente Getúlio Vargas localizado em  frente à Escola Municipal Ribeiro Junqueira, de frente para a praça Francisco Pinheiro Corrêa de Lacerda
 
Biografia de Clóvis Salgado

Clóvis Salgado da Gama nasceu em Leopoldina (MG) no dia 20 de janeiro de 1906, filho de Luís Salgado Lima e de Virgínia da Gama Salgado. Bacharelou-se em Medicina em 1929. Iniciou suas atividades profissionais como assistente de cirurgia, e ingressou na vida política, fundando e dirigindo o jornal Nova Fase.

Filiou-se ao Partido Republicano Mineiro (PRM), pelo qual candidatou-se às eleições para a Assembléia Nacional Constituinte realizadas em maio de 1933, obtendo uma suplência.

Depois da instauração do Estado Novo em 1937, Clóvis Salgado passou a dedicar-se ao magistério. Foi também um dos organizadores da Cruz Vermelha em Minas Gerais, para a qual fundou e organizou uma escola de enfermagem. A partir de 1944 foi diretor do Hospital São Vicente de Paula e do Hospital das Clínicas da Universidade de Minas Gerais (UMG).

Em 1950 elegeu-se vice-governador do estado de Minas Gerais na legenda do Partido Republicano (PR), em chapa com Juscelino Kubitschek, eleito governador. Antes de completar seu mandato Kubitschek resolveu candidatar-se à presidência da República. Para isso, a Constituição impunha-lhe que renunciasse ao governo dez meses antes do término de seu mandato, entregando-o ao vice-governador Clóvis Salgado.

Em março de 1955, Clóvis Salgado assumiu o governo de Minas Gerais, tendo Juscelino Kubitschek lançado sua candidatura à presidência da República. Em maio de 1955 o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) mineiro rompeu oficialmente com o governo de Clóvis Salgado, depois que o PR se recusou a apoiar a candidatura de João Goulart e vice-presidente na chapa de Juscelino. Em meados de 1955, acionando a Polícia Militar, Clóvis Salgado tomou uma série de medidas ligadas à mobilização e reforço das forças policiais tendo em vista o acirramento das disputas eleitorais.

Como governador deu atenção especial à educação e à saúde, promovendo a criação do Departamento de Saúde Pública e do Departamento Social do Menor. Participou da elaboração de um novo código do ensino primário e favoreceu a criação de numerosos colégios estaduais e cursos de segundo ciclo nas escolas normais oficiais. Foi um dos fundadores da Universidade Mineira de Arte e presidente da Cultura Artística de Minas.

Em 1956, quando Juscelino Kubitschek assumiu a presidência, Clóvis Salgado tomou posse como ministro da Educação e Cultura. Com o intuito de estabelecer uma adequação entre o sistema educacional e as transformações que se operavam no país, promoveu a reestruturação desse sistema com o programa "Educação para o desenvolvimento", que configurava 12 proposições cujas diretrizes seriam capazes de reformular os ensinos secundário e superior. Durante sua gestão, dispensou especial atenção ao ensino técnico-profissional. Concedeu incentivos à Campanha Nacional de Teatro, à construção da Casa do Estudante do Brasil em Paris e ao projeto de um estabelecimento idêntico em Madri. Segundo a cientista política Maria Vitória Benevides, sua permanência na pasta da Educação durante todo o governo de Juscelino Kubitschek deveu-se ao fato de ter sido ele o único político capaz de compor com as facções partidárias por representar o PR que, embora pequeno, servia de mediador entre o Partido Social Democrático (PSD) e a União Democrática Nacional (UDN), favorecendo a estabilidade política do período.
Em julho de 1960 Clóvis Salgado deixou o ministério, desincompatibilizando-se para disputar as eleições de outubro seguinte, quando Jânio Quadros foi eleito presidente da República. Nesse mesmo pleito voltou a eleger-se como vice-governador do estado de Minas Gerais na legenda do PR. Depois de eleito, reassumiu, ainda em outubro, o Ministério da Educação e Cultura, permanecendo no posto até o final do governo Kubitschek, em janeiro de 1961. Apoiou o movimento político-militar de 31 de março de 1964 que destituiu o presidente João Goulart.

Entre 1964 e 1968 foi membro do Conselho Federal de Educação. Em abril de 1967, assumiu a Secretaria de Saúde de Minas Gerais, afastando-se do cargo em março de 1971. Em 1973, assumiu a direção da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), cargo que exerceu até 1976.

Casou-se com a cantora lírica Lia Portocarrero de Albuquerque Salgado, com quem teve três filhos.Faleceu em Belo Horizonte no dia 25 de julho de 1978.

Fonte: Dicionário Histórico Biográfico Brasileiro pós 1930. 2ª ed. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2001
 
 


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