19/08/2016 às 08h08min - Atualizada em 19/08/2016 às 08h08min

Crise econômica ameaça órgãos de comunicação na Zona da Mata

Representando o jornal Leopoldinense, o jornalista Alair Ribeiro manifestou preocupação com a qualidade do jornalismo na região.

O mercado de comunicação na Zona da Mata mineira está em crise. Essa foi a conclusão da audiência pública realizada nesta quarta-feira (17/8/16) pela Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Além de relatos corroborando essa situação, o deputado que requereu a reunião, Isauro Calais (PMDB), apresentou dados sobre o setor na região, dando destaque para o fato de que o “Tribuna de Minas”, publicação mais antiga de Juiz de Fora, demitiu neste ano mais de um terço de seus jornalistas com o objetivo de cortar despesas.

“Temos 60 empresas de comunicação na região, responsável por 7,6% do Produto Interno Bruto PIB) do Estado. E cerca de 400 pessoas se formam em jornalismo por ano na Zona da Mata”, lembrou Isauro Calais, ao destacar a importância do setor na região.

O presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Juiz de Fora, Ricardo Miranda, pediu mais políticas públicas de incentivo aos veículos de comunicação do interior. “Vivemos um período complicado, de grande precarização das relações trabalhistas. A qualidade da informação está caindo, com grande predomínio de boatos advindos de redes sociais e blogs. O maior financiador da comunicação pública e privada ainda é o poder público. Nesse sentido, são essenciais políticas públicas e o direcionamento de recursos para o setor”, apontou.
Pres. do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de JF, Ricardo Miranda
O fundador de “O Vigilante Online”, de Leopoldina, Julio César Martins Gonçalves, afirmou que, em tempos de crise econômica, os veículos de comunicação são os primeiros a sofrer devido aos cortes na publicidade. “Temos uma equipe reduzida na qual todo mundo faz tudo. A pressão é grande. Para crescermos as autoridades precisam repensar a distribuição da mídia", reivindicou. Ele ainda  sugeriu que, por meio da Escola do Legislativo, sejam dados cursos de qualificação on-line para os profissionais de comunicação da região.
Fundador do “O Vigilante Online”, Júlio César Martins Gonçalves
O diretor do site de mesmo nome, Silvan Alves, de Muriaé, avaliou que, sem apoio, o mercado de comunicação na região está estagnado. “Esbarramos na falta de recursos e incentivos. Funciono há dez anos e só agora consegui uma pessoa para trabalhar comigo. Não tenho férias, nem feriado. Quero crescer, mas para isso preciso de incentivos. Acredito em unirmos a imprensa do interior e crescermos todos juntos”, afirmou.
Jornalista Silvan Alves, do Site de Notícias, Silvan Alves – Muriaé
O diretor do "Site do Marcelo Lopes", Marcelo da Silva Lopes, outro portal de notícias da região, reforçou que o setor também enfrenta problemas em Cataguases, mas um deles é peculiar: a falta de mão de obra. “Nenhuma das sete emissoras de rádio da cidade possui o setor de jornalismo. Muitos veículos da região estão demitindo profissionais, mas, em Cataguases, eles não estão ociosos. Lá faltam profissionais”, disse.
Marcelo Lopes, do Site Marcelo Lopes,de Cataguases
Representando o jornal O Leopoldinense, Alair Ribeiro Silva, de Leopoldina, manifestou preocupação com a qualidade do jornalismo na região, ressaltando o problema causado pela divulgação de falsas notícias.
Representando o jornal  Leopoldinense, o jornalista Alair Ribeiro Silva

TV Assembleia – Na mesma reunião, o deputado Isauro Calais pediu a expansão do sinal da TV Assembleia na Zona da Mata, algo que estaria, segundo ele, em processo adiantado. “Precisamos levar o sinal para mais cidades para que o eleitor possa fiscalizar e acompanhar o mandato dos deputados e a atuação das comissões”, avaliou. Ele também disse que a expansão do sinal seria, de certa forma, uma maneira da ALMG incentivar a comunicação no interior.

Fonte: Assessoria de Comunicação da ALMG

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