História

Princesa Leopoldina.
 

topônimo é uma homenagem à segunda filha do Imperador D. Pedro II, a princesa Leopoldina de Bragança e Bourbon2 . A adoção do nome ocorreu quando de sua emancipação política do município de Mar de Espanha no ano de 1854. Antes disso, a localidade era um distrito denominado São Sebastião do Feijão Cru9 , em referência tanto ao padroeiro da localidade como ao ribeirão que a atravessa.

Origens

No final do século XVIII, a produção aurífera da Capitania de Minas Gerais entrou em decadência. Algumas famílias abandonaram as vilas do ouro, saindo em busca de terras férteis em outras regiões da capitania. Alcançaram as áreas proibidas de colonização, então conhecidas como Sertões do Leste, uma extensa faixa de Mata Atlântica que ia do Rio Paraibuna e do Caminho Novo até o Rio Doce. Posteriormente, essa região ficou conhecida como Zona da Mata13 14 .

Em 1813, foram doadas as primeiras sesmarias no território do atual município, que à época pertencia ao termo de Barbacena15 , Comarca do Rio das Mortes. No entanto, as mais antigas referências de moradores datam de 182416 . Os primeiros desbravadores fixaram-se com suas famílias às margens do ribeirão Feijão Cru, onde um pouso de tropeiros começou a se desenvolver próximo a uma pequena capela depau a pique erguida em 1831 pelos fazendeiros Francisco Pinheiro de Lacerda e Joaquim Ferreira Brito e dedicada a São Sebastião16 17 .

Até a chegada dos primeiros sesmeiros, a região era habitada por índios puris. Os índios foram encarregados de alguns serviços como, por exemplo, derrubar a mata e colher a poaia, pelos quais eram pagos com cachaça. Os puris desapareceram por conta das doenças trazidas pelos desbravadores, como o sarampo, e por se retirarem para a província do Espírito Santo18 , de forma que, em 1865, praticamente já não se encontravam índios na região19 .

Em 1831 foi criado o distrito de São Sebastião do Feijão Cru, pertencente ao município de São Manuel do Pomba, atual Rio Pomba. O distrito foi transferido em 1851 para o município de Mar de Espanha, do qual se emancipou pela Lei Provincial n° 666 de 27 de abril de 1854, que criou o município de Vila Leopoldina16 . A mesma lei transferiu para Leopoldina alguns distritos desmembrados do município do Presídio, atual Visconde do Rio Branco20 . Por essa época, o território do município abrigava uma população de 23.000 habitantes21 .

A formação da vila começou em torno da praça do Rosário, a partir da qual saíam as ruas do Rosário (atual Rua Tiradentes), Direita (atual Rua Gabriel Magalhães) e Riachuelo (atual Rua Joaquim Ferreira Brito), as quais constituem os logradouros mais antigos da cidade22 .

O ciclo do café[editar | editar código-fonte]

cafeicultura desenvolvida na província do Rio de Janeiro atravessou o rio Paraíba do Sul e avançou na Zona da Mata pelos vales dos rios ParaibunaPirapetinga e Pomba, desencadeando rápido crescimento da região na segunda metade do século XIX. A Vila Leopoldina foi elevada à categoria de cidade pela Lei Provincial n° 1116 de 16 de outubro de 186123 . Por essa época, já havia na cidade ensino de Latim e de Francês. Em 1872, Leopoldina passou a ser sede de comarca, pela Lei Provincial n° 186715 .

O município também foi beneficiado pela construção da Estrada de Ferro Leopoldina, cujos trilhos alcançaram a cidade em 1877. Pela ferrovia, realizava-se o comércio com o Rio de Janeiro, capital do Império. Em 1879 fundou-se o primeiro jornal do município, denominado Leopoldinense. Em abril de 1881, Leopoldina recebeu a visita do Imperador D. Pedro II15 .

Em 1883, o município chegou a apresentar a segunda maior população de escravos da província de Minas Gerais, atrás apenas de Juiz de Fora15 . Entre a última década do século XIX e a primeira do século XX, imigrantes europeus chegaram a Leopoldina para o trabalho na lavoura de café. Na cidade, funcionou uma hospedaria de imigrantes até 1898. Em 1910, foi criada, no distrito de Tebas, a Colônia Constança24 para imigrantes, principalmente italianos.

Em 2 de setembro de 1906, no distrito de Piacatuba, foi lançada a pedra fundamental da Usina Maurício, a primeira usina hidrelétrica construída na região, para aproveitar o potencial hidráulico da Cachoeira da Fumaça, no rio Novo. Dois anos depois, em 16 de julho de 1908, registrou-se a chegada da energia elétrica à cidade25 . Também em 1906 foi fundado o Ginásio Leopoldinense, que a partir de 1912 passou a oferecer ensino técnico pela Escola Agrícola e ensino superior na Escola de Farmácia e Odontologia26 . A crise do café no início do século XX, entretanto, provocou sérios abalos na economia da Zona da Mata e do município, que passou a se apoiar na pecuária leiteira e também no cultivo de arroz.

No período entre a República Velha e o Golpe Militar de 1964, algumas lideranças políticas de Leopoldina alcançaram projeção em Minas Gerais e no Brasil, como o senador Ribeiro Junqueira, o governador Clóvis Salgado e o presidente Carlos Luz. A Rodovia Rio-Bahia, inaugurada em 1963, beneficiou a industrialização do município e o fortaleceu como entroncamento de comunicações11 .

Formação administrativa[editar | editar código-fonte]

Emancipado de Mar de Espanha em 1854, o município foi instalado em 20 de janeiro de 1855 abrangendo nove distritos: Leopoldina (sede), Capivara, Conceição da Boa Vista, Laranjal, Madre de Deus do Angu, Nossa Senhora da Piedade, Bom Jesus do Rio Pardo, Santa Rita do Meia Pataca e São José do Paraíba. Desde então, novos distritos foram criados e outros foram emancipados para constituir os municípios de CataguasesAlém Paraíba e Recreio16 . O último desmembramento ocorreu pela lei estadual n° 2764 de 1962, que emancipou o distrito de Rio Pardo para criar o município de Argirita11 . Atualmente, o município é formado por seis distritos: Leopoldina, AbaíbaPiacatubaProvidênciaRibeiro Junqueira e Tebas9 .

 

FONTE: WIKIPÉDIA

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