14/05/2017 às 10h55min - Atualizada em 14/05/2017 às 10h55min

Dia das Mães

Antônio Márcio Junqueira Lisboa
Embora o pai tenha responsabilidade na educação e no desenvolvimento afetivo e emocional dos filhos, o papel desempenhado pelas mães é de muito maior transcendência, excetuando-se, obviamente o representado por mães ausentes, irresponsáveis, negligentes, tirânicas, superprotetoras.
 
Mãe significa   amor, um dos três pilares da segurança – amor, aceitação e estabilidade, O amor materno, a pedra angular do desenvolvimento afetivo da criança, é também carinho, ternura, compreensão, bondade.  Ele é importante desde a concepção. Hoje não se tem mais nenhuma dúvida de que a afetividade materna tenha influência sobre o comportamento fetal.  E isso é tão importante que deu origem a uma nova área de conhecimentos em Pediatria – a Psicologia Fetal.
 
Sontag acredita que “algumas características mais ou menos permanentes do comportamento da criança podem ser estabelecidos durante esse período”, embora não se possa negar, nem minimizar, a influência dos fatores ambientais, após o nascimento.  
 
Durante nove meses o filho faz parte do corpo da mãe, são “dois seres numa só pessoa”.  Cortado o cordão umbilical esse vínculo não desaparece, pois mãe e filho se tornam ser “um só ser em duas pessoas”.   Daí a expressão “carne da minha carne” traduzir uma verdade biológica profunda.
 
A criança é um ser dependente, necessitando receber alimentos para que   seu corpo e sua alma se desenvolvam corretamente.  Todos estão cientes das necessidades do corpo, mas poucos conhecem ou se preocupam, com as da alma. O bebê precisa tanto de carinho, quanto de leite e oxigênio.  A amamentação é um “ato de amor”, pois alimenta o corpo e a alma. Só pelo fato de permitir o contato direto entre mãe e filho já seria superior às mamadeiras.      
 
Entretanto, tenho certeza de que, mesmo alimentando seus filhos com mamadeiras, a mãe amorosa é capaz de suprir as necessidades emocionais de seu bebê, “De um a três anos pode-se dizer que o meio natural no qual vive a criança é o prolongamento da fase fetal; apesar da ligadura do cordão umbilical, a criança não deixa o regaço materno”, diz Heuyer.  Muito mais do que o pai, a mãe é quem atende as necessidades do filho nos primeiros dias, meses e anos de vida.  É ela que o acalenta, afaga, acaricia, estimula, conversa com voz meiga e suave. Logicamente, é ela quem primeiro recebe a recompensa pela dedicação – os sorrisos do seu filho.  Desde pequenininho, ele reconhece a mãe. Quando a vê, seus olhinhos brilham, sorri, demonstra a sua alegria, E a sua primeira palavra costuma ser mamãe. Infelizmente, um número significativo das mães não tem consciência da influência e da importância de seu comportamento em relação ao futuro psíquico do filho.
 
Aos poucos, essa dependência, absoluta na vida intra-uterina, vai diminuindo, progressivamente, até uma total independência em relação às necessidades orgânicas.  Entretanto, às necessidades afetivas e emocionais, costumam, em grau maior ou menor, persistir.  Durante a fase edipiana, por exemplo, o filho se tornará perdidamente apaixonado pela mãe.  O amor materno é uma troca entre mãe e filho. Há tantos amores maternos quanto mães.  
 
A ausência ou carência afetiva das mães é uma verdadeira catástrofe, documentada por um sem número de estudiosos. Negar o papel do amor paterno seria tão incorreto quanto compara-lo com o materno.  Dolby considera a privação materna a causa mais importante na geração da delinqüência.   A indiferença materna esconde um sentimento de hostilidade em relação ao filho.  
 
Existem mães que deixam seus filhos aos cuidados das avós, tias, babás, por insegurança, temor de não saber educa-los.  Há também aquelas que o fazem, por considerarem os filhos uns trambolhos que vivem interferindo em sua vida social e mundana.   Napoleão, que não era pediatra, dizia: “Minha opinião é de que a futura conduta boa ou má de uma criança depende inteiramente da mãe”.       
 
Aprendi a valorizar tanto as mães que, quando adolescente, eu dizia aos meus amigos ter duas “mães”:  meus pais. Meu pai foi uma figura humana tão excepcional, tão carinhosa, tão amiga, me amava tanto, que eu o comparava à figura materna.   Por isso tudo é que a omissão da mãe é muito mais grave para o futuro afetivo e emocional dos filhos, do que a omissão do pai.  FELIZ DIA DAS MÃES.
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