06/03/2022 às 10h25min - Atualizada em 06/03/2022 às 10h25min

Cães com e sem donos deixam cocô nos passeios da cidade de Leopoldina

Alguns proprietários de cães já carregam consigo pequenas sacolas plásticas com as quais recolhem os dejetos dos animais, mas estes são minoria.

Luiz Otávio Meneghite
Placa bem humorada no Vale do Sol
Em várias oportunidades, sempre atendendo sugestão de pauta dos leitores do Jornal Leopoldinense, publicamos matérias relacionadas aos cães que deixam suas fezes nas vias públicas, principalmente nos passeios de ruas e praças.

Mas, não são apenas os cães sem donos que provocam a sujeira. Em nossas caminhadas pelas ruas de Leopoldina, observamos que muitos deles estão encoleirados e seguros por seus donos. Felizmente, alguns já carregam consigo pequenas sacolas plásticas com as quais recolhem os dejetos dos animais, mas estes ainda são minoria.

No final de 2015 publicamos um texto que revelava que incomodados com a grande quantidade de dejetos de cachorros encontrados nas ruas e passeios do bairro, moradores do Vale do Sol começaram a espalhar placas bem-humoradas, com o objetivo de sensibilizar os donos dos animais a recolherem as fezes durante os seus passeios diários.

Naquela ocasião, um morador que preferiu não se identificar para não entrar em litígio com vizinhos disse ao jornal Leopoldinense que alguns proprietários de cães já carregam consigo pequenas sacolas plásticas com as quais recolhem os dejetos dos animais. Mas, disse ele, naquela oportunidade:  “infelizmente é uma minoria bem-educada que assim procede e um grande número de pessoas não está nem aí com a sujeira feita pelos seus cachorros e emporcalham nossos passeios. O jeito foi apelar para as placas para ver se eles se envergonham, mas não tem jeito. Acredito que a solução seria fazer uma lei que multe os porcalhões porque se mexer no bolso ele podem tomar mais cuidado”, disse o morador.

Uma moradora fez coro com o vizinho incomodado e disse acreditar que já exista alguma lei que responsabilize proprietários e acompanhantes de animais pela limpeza e remoção imediata dos dejetos eliminados em espaços públicos com a aplicação de multa pela desobediência. Para ela, “os proprietários ou acompanhantes de animais devem portar meios para proceder a limpeza e remoção imediata dos dejetos produzidos por esses animais, nos logradouros e outros espaços públicos, deixando-os devidamente acondicionados, de forma hermética, para evitar qualquer insalubridade”. Afinal, diz ela, “é preferível prevenir porque o cocô de cachorro pode transmitir doenças ao ser humano”.

Por outro lado, observamos que não é só nos passeios de bairros que se encontra cocô de cães e no centro de Leopoldina é muito comum isso. Quem passa de carro não vê, mas quem anda a pé está sujeito a pisar e, sem perceber, levar para dentro de casa a sujeira e o mau cheiro. Uma vez eu dei carona a uma pessoa que tinha pisado num monte de cocô. Quando terminou o trajeto percebi que o cheiro tinha ficado dentro do veículo e então observei a sujeira no tapete exatamente onde o carona tinha pisado.

Deixar cocô dos cachorros na calçada pode provocar doenças

Muitas pessoas não sabem os perigos escondidos nas praças e ruas da cidade, porque além dos riscos a que são submetidas diariamente com animais errantes e desconhecidos, ainda existem os riscos proporcionados por alguns donos de cachorros que não se responsabilizam pelas fezes do animal. Além de demonstrar falta de cidadania, não recolher o cocô do cão pode prejudicar a saúde de outros. Bicho geográfico, que causa coceira e lesões, o bicho do pé, e a toxocaríase, um parasita que pode afetar o fígado e se instalar no aparelho digestivo, são algumas das doenças que podem ser causadas por esse problema. O principal alvo acaba sendo as crianças porque sentam no solo e caminham de pés descalços desprotegidos. Então os riscos acontecem quando há essa condição. O toxacara também pode causar ao colocar as mãos e ingerir acidentadamente, especialmente, as crianças que colocam a mão na terra e podem ingerir ovos do parasita.

O que pensa o prefeito de Leopoldina a respeito do assunto

Durante a campanha eleitoral de 2020, o Jornal Leopoldinense ouviu os candidatos a prefeito com as mesmas perguntas e o mesmo espaço concedidos a todos, sem privilégios a qualquer um deles. Veja o que respondeu sobre o tema o prefeito eleito Pedro Augusto Junqueira Ferraz:

JL - Que providências serão tomadas para resolver o grande número de cães abandonados pela cidade?

Pedro Augusto – Esse é um tema muito importante e atual, que tem que ser tratado com todo carinho. É necessário criar em nossa cidade um grande canil e que o mesmo seja administrado de forma técnica e competente. É necessário apoiar e ter um diálogo bem estreito com as pessoas da causa animal, para se discutir e planejar ações adequadas no cuidado e proteção dos animais de rua. Para isso, pensamos em firmar parceria com a Universidade Federal de Viçosa, a qual tem modelos de gestão voltadas aos animais de pequeno porte, principalmente os que estão abandonados nas ruas.

Fontes: Ministério da Saúde e arquivo do Jornal Leopoldinense


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