07/07/2022 às 08h58min - Atualizada em 07/07/2022 às 08h58min

Luiz Roberto Pereira, o “Cientista”, lança livro de poemas na Exposição, em Leopoldina

Ele é natural do Rio de Janeiro, mas morou em Leopoldina desde 1958, quando tinha dois anos de idade, até o final da adolescência, quando se mudou para Beagá.

Enviado por Marcelo Freitas (*)
Luiz Roberto (Foto: Comunicação de Fato Divulgação)
O poeta Luiz Roberto Pereira lança no próximo sábado, dia 9, no estande do Cefet na Expoleo 2022, em Leopoldina, o livro “De tudo o que foi dito”, com uma seleção de 64 poemas de sua autoria, vários dos quais relatando lembranças do tempo em que morou na cidade, nos anos de 1960 e 1970.

O lançamento do livro em Leopoldina tem para ele, que é conhecido como “Cientista”, o agradável sentido de um retorno. “É voltar à cidade que me acolheu, que me deu amigos, alegrias, conhecimento e onde me constituí como pessoa, com valores éticos e morais sólidos, em um momento tão significativo para mim, que é impactante e mexe muito com minha alma e meu coração”, afirmou o autor.

Durante o lançamento, Luiz Roberto irá prestar uma homenagem à professora de português, Maria Aparecida Lintz Guedes Machado Silva, a Cidinha Machado, por ter sido a primeira pessoa que o encorajou a apostar na poesia. Cidinha Machado inscreveu um de seus poemas no Festival de Poesia que se realizaria na Faculdade Santa Marcelina, de Muriaé. Um dos poemas – Cavaleiro da figura triste – ficou em 1º lugar no concurso.

Luiz Roberto Pereira é natural do Rio de Janeiro, mas morou em Leopoldina desde 1958, quando tinha dois anos de idade, até o final da adolescência, quando se mudou para Belo Horizonte para fazer o curso superior.

Sua primeira moradia na cidade ficava na rua João Gualberto, no bairro da Grama, em uma pequena casa que pertencia à sua avó. Luiz Roberto estudou no Colégio Imaculada, no Colégio Santa Terezinha e, em seguida, no “Grupo Novo”, como era conhecida a Escola Municipal Botelho Reis, na praça Professor Ângelo.

Em Leopoldina, estudou também no Colégio Espírito Santo, que mais tarde seria estadualizado, ganhando o nome de “Anexo”, e no “Ginásio”, atual Escola Estadual Professor Botelho Reis, onde encerrou seus estudos na cidade.

Além da casa na rua João Gualberto, Luiz Roberto morou na rua Tiradentes, em frente ao bar do Onalde, onde acompanhou a final da Copa de 1970, que deu ao Brasil o título de tricampeão mundial de futebol. “Foi apoteótico”, recorda-se o poeta, que daí mudou-se para a Praça da Catedral, de onde, para desespero de sua mãe, via os raios que atingiam a torre da Catedral nas noites de tempestade.

Sua última residência em Leopoldina foi na rua das Palmeiras. Foi de lá que, no dia 19 de janeiro de 1977, sua mãe o acompanhou até a antiga rodoviária de Leopoldina, na praça Félix Martins, para que ele embarcasse no ônibus que o levaria a Belo Horizonte, na viagem que mudou para sempre sua vida e o colocou definitivamente na vida adulta.

Para trás, ficaram as lembranças. “Foram 18 anos de uma vida cheia de descobertas, surpresas, alegrias, algumas poucas tristezas e, na soma geral, muito feliz”, resume Luiz Roberto. Alguns de seus poemas trazem de volta essa lembrança como o belíssimo “Memória”, que está no livro a ser lançado no próximo sábado.

Memória
 

Há que conhecer Leopoldina,
desventrar seus passos,
compassos de música
que tange o homem e o gado.
 
O sorriso ameno das senhoras
a latente espera das horas
 e o crescer rápido dos filhos,
que se tornam ilhas à deriva,
navios saudosos de um porto seguro.
 
Há que habitar Leopoldina,
conviver com sonhos
e devaneios de crepúsculo,
sentir a solidão tardia das igrejas
e a tradição fornida das ideias.
 
Cada pedra, cada rua,
produz o som e a voz da esperança.
Cada esquina retorcida de velhice
aguarda o despertar súbito,
como um grito de criança.
 
Há que conversar em Leopoldina,
no comércio, nas praças,
na sapataria, no barbeiro,
ouvir a voz da indústria e do operário.
 
Nas escolas, ouvir os estudantes
nas ruas, ouvir o caminhão de leite
e o padeiro.
Comer o pão como quem suou primeiro.
 
Há que conhecer Leopoldina,
de cada um, de todos nós.
Saber que é uma cidade
e que respira e vive.
 
Submergir-se em suas ruas,
Sentar-se nas pequenas praças,
converter-se aos seus mistérios,
feitos de coisas pequenas.
 
Há que amar Leopoldina
e transformá-la em poema


Serviço:
Lançamento do livro “De tudo o que foi dito”
Autor: Luiz Roberto Pereira, o “Cientista”
Local: estande do Cefet na Expoleo 2022
Dia: 9 de julho, sábado
Horário: das 19h às 21h
 
(*) Comunicação de Fato Editora


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