20/10/2023 às 22h00min - Atualizada em 20/10/2023 às 22h00min

Dia Nacional da Filantropia: entenda conceito, diferenças e como colaborar para um bem maior

Prática está ao alcance de todos, mas ainda gera equívocos sobre quem pode doar e como encontrar instituições confiáveis

Movimento Bem Maior
Casa de Caridade Leopoldinense é a entidade filantrópica mais antiga de Leopoldina (Foto Divulgação CCL)

No Brasil, o Dia Nacional da Filantropia é comemorado todo dia 20 de outubro desde 2019. A prática da filantropia está ao alcance de todos que tenham empatia, vontade de ajudar e consciência que, em um mundo interconectado como o atual, dependemos de boas ações para melhorar o bem-estar social.

 

Mas, o que é filantropia? O termo é a junção das palavras gregas "filos" (amor) e "antropo" (humanidade). Seu significado literal é "amor pela humanidade” e seu conceito é antigo, mas evoluiu ao longo dos séculos e passou a ser entendida como um conjunto de ações para o bem do próximo ou do público.

 

Há também uma distinção importante entre caridade e filantropia. A caridade visa aliviar o sofrimento dos outros, enquanto a filantropia busca resolver as causas subjacentes desse sofrimento.

 

Atualmente, o Brasil tem 10.201 entidades filantrópicas registradas na Receita Federal e 27.384 estabelecimentos relacionados (matrizes e filiais), de acordo com a última pesquisa realizada pelo Fórum Nacional das Instituições Filantrópicas (Fonif).  

 

Há um engano comum que é a ideia de que filantropia é algo que só pode ser praticado por pessoa ricas, que doam grandes somas de dinheiro por meio de suas empresas ou instituições familiares. Mas, é possível ser filantropo com pouco dinheiro ou até mesmo com nenhum dinheiro.

 

Qualquer pessoa pode doar sistematicamente R$ 10, R$ 20, R$ 50 mensais para instituições sérias que atuam em diferentes causas.

 

A Pesquisa Doação Brasil do ano passado, conduzida pelo Instituto Desenvolvendo o Investimento Social (IDIS), mostrou que 84% dos brasileiros acima de 18 anos e com rendimento familiar superior a um salário-mínimo fizeram ao menos um tipo de doação, seja de dinheiro, bens ou tempo, na forma de voluntariado. Dois anos antes, a média era de 66%.  

 

A média das doações alcançou R$ 300. Em 2015 era de R$ 240 e em 2020, de R$ 200. O crescimento foi puxado por um maior percentual de doações mais altas durante o último ano. O cálculo permite estimar que R$ 12,8 bilhões foram destinados a ONGs e projetos socioambientais, o equivalente a 0,13% do PIB de 2022 (R$ 9,9 tri).  

 

O que doar?

Sim, o tempo também pode ser doado. É possível arregaçar as mangas e dedicar-se a uma causa para fazer trabalho voluntário.

Tem gente que vai para a cozinha ajudar a preparar refeições a serem distribuídas, outros transportam os alimentos e os entregam, por exemplo. Alguns sentam-se à frente do computador e ajudam no trabalho de marketing, outros usam telefone na busca doações, entre outros trabalhos. 

 

Outro dado interessante da pesquisa é que os jovens da Geração Z estão doando mais do que no passado, têm uma percepção melhor das ONGs do que a população em geral e admitem mais a influência das mídias sociais na hora de doar.

 

As motivações da geração Z se diferenciam do restante da população quando se trata de religião. Apenas 44% doa com essa motivação, enquanto na população geral o número sobe para 55%.  

 

Para quem doar?

 

Como saber se uma instituição é séria e os recursos vão mesmo para a causa apoiada? 

 

Existem boas maneiras de se fazer isso. Para além da recomendação do tradicional boca-a-boca, a partir de testemunhos de pessoas conhecidas e confiáveis, há um website mantido pelo Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS) e pelo Instituto Mol, organizações da sociedade civil de interesse público (Oscip), voltado para as pessoas descobrirem que tipo de filantropia faz mais sentido para ela, de acordo com seus valores, personalidade, preocupações com o mundo à sua volta. O site pode ser acessado pelo seguinte endereço: https://descubrasuacausa.net.br

 

O Movimento Bem Maior (MBM) atua com a filantropia de forma estratégica, com mecanismos que ampliam o impacto social de iniciativas filantrópicas.

Em 5 anos de atividade, já apoiou mais de 200 organizações, mobilizou mais de R$ 110 milhões, articulando redes e recursos em prol do desenvolvimento socioeconômico do país.

 

“Sabemos que sozinhos não podemos mudar a sociedade. Por isso, trabalhamos em rede, articulando o poder

público, empresas e mais organizações para uma atuação conjunta”, diz Carola Matarazzo, diretora-executiva do MBM, que complementa.

 

“A sociedade tem a responsabilidade e a possibilidade de optar por ações coordenadas, colaborativas e intersetoriais na busca de soluções para os problemas estruturais. Queremos engajar cada vez mais pessoas a contribuir nessa mudança, de modo que teremos resultados cada vez maiores”.


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »