12/11/2023 às 10h46min - Atualizada em 12/11/2023 às 10h46min

Educação de Jovens e Adultos promove a inclusão social de pessoas de meia-idade e idosos em Minas Gerais

Em 2022, quase 33 mil estudantes concluíram o ensino fundamental e médio por meio da EJA; deste total, 397 tinham entre 60 a 89 anos de idade

Agência Minas
Foto: Gabriel Vargas
No mês em que se comemora o Dia Nacional da Alfabetização, em 14/11, Minas Gerais tem muito o que comemorar. Conforme dados do Censo Escolar, só em 2022, cerca de 33 mil pessoas com idades entre 15 a 89 anos, concluíram o ensino fundamental e médio, por meio da Educação de Jovens e Adultos (EJA), na rede pública estadual de ensino.

Na trajetória da vida destas pessoas que não tiveram a oportunidade de concluir os estudos no período regular, as ações e investimentos do Governo de Minas foram fundamentais.

Só em 2022, foram aplicados mais de R$ 1 bilhão na melhoria da infraestrutura das escolas, por meio do Programa Mãos à Obra, além de outras reformas pontuais que foram realizadas com recursos de manutenção e custeio.

Recomeços

O estudo é a principal ferramenta para vencer as barreiras sociais, seja na busca por uma vaga no mercado de trabalho ou na realização do sonho de saber ler e escrever. 

Adriano Luiz dos Santos, de 62 anos, morador de Curvelo, na região Central do estado, trabalhador braçal, só tinha a antiga 4ª série do primário, quando ingressou no Centro Estadual de Educação Continuada (Cesec) do município, em 2022.

Estudante dos anos finais do ensino fundamental da instituição, ele comemora. “Não ser enganado pelas pessoas por não saber ler foi o que me fez voltar a estudar. Eu não sabia ler nada, agora já consigo ler e assinar um contrato de trabalho. Estou muito feliz”, expressou Adriano.

“Com a alfabetização que está recebendo, Adriano conseguiu ler um conto inteiro no projeto de leitura da EJA este ano. Ele é um exemplo para os colegas. Isso nos deixa muito feliz”, contou a diretora do Cesec, Marluce de Assis Nascimento.
Já Marlon Sedlmaier de Araújo, 49 anos, do município de Nova Era, também na região Central de Mins, é um exemplo de quem está tendo a oportunidade de mudar de vida por meio dos estudos.

Após ficar 20 anos fora da sala de aula, ele recomeçou pela EJA e concluiu o ensino médio na Escola Estadual Nossa Senhora de Fátima.

“Fiz o ensino fundamental e médio nesta escola, e depois fui selecionado para o curso Técnico em Segurança do Trabalho, oferecido pelo Trilhas de Futuro, em 2022. Agradeço ao governo por tudo que está me proporcionando e aos professores da rede estadual pela dedicação e carinho”, revelou o mecânico.

Para Marlon, a educação é uma porta imensa em meio aos desafios que precisa vencer todos os dias, já que a EJA permitiu que ele fosse selecionado para o Trilhas e se preparasse para mais um passo: fazer a graduação em engenharia de produção. “Podem até roubar minha ideia, mas meu saber ninguém pode levar. Só o estudo abre portas. É nossa maior riqueza”, declarou.

Ampliação da EJA pós-pandemia

Em 2021, pós-pandemia, a modalidade de ensino foi reformulada pela Secretaria de Estado de Educação (SEE/MG) para atender as lacunas e os prejuízos causados pelo isolamento social, que dificultou o acesso ao aprendizado das pessoas com mais idade que não sabiam lidar tão bem com a tecnologia.

O atendimento foi ampliado em 43%, em relação ao número de matrículas de 2020. Esse aumento representou um número de 130 mil estudantes atendidos em 1.488 escolas da rede estadual, distribuídas entre unidades prisionais, Cesecs e escolas próprias da rede.

A subsecretária de desenvolvimento da Educação Básica da SEE/MG, Kellen Senra, ressalta que a EJA é uma oportunidade de mudança de vida.

“O impacto maior da oferta da EJA é a inclusão de diversas pessoas no mercado de trabalho e nas oportunidades para seu crescimento pessoal. É importante valorizar a EJA, pois a conclusão dos estudos traz uma perspectiva de vida pessoal e, principalmente, profissional a cada cidadão”, destacou.

“Sabemos também da importância dos Centros Estaduais de Educação Continuada, que dão a oportunidade para o estudante que não finalizou seus estudos no tempo certo, através dos exames de banca”, concluiu a subsecretária.

Seminário de Boas Práticas EJA

Em 27/11 será realizado o 3º Seminário de Boas Práticas das melhores iniciativas da EJA. Neste encontro serão apresentadas as práticas exitosas que foram trabalhadas com os estudantes ao longo do ano.

A partir das práticas escolhidas pelas Superintendências Regionais de Ensino (SREs), a coordenação da Educação de Jovens e Adultos organizou uma equipe para análise e seleção de seis práticas exitosas, uma de cada polo regional, para apresentação no Seminário e para divulgá-las na 2ª edição da Revista EJA/ Práticas exitosas no ano de 2024.

“Estamos na terceira edição deste evento, que mobiliza SREs, escolas, professores e comunidades escolares no sentido de divulgar o valioso trabalho realizado na Educação de Jovens e Adultos do Estado de Minas Gerais”, diz a coordenadora da EJA na SEE/MG, Denise Jacqueline Silva Oliveira.

“Esta ação, desenvolvida e orientada pela equipe da EJA/SEE/MG, tem motivado as escolas que oferecem EJA a proporcionar atividades que estimulem o engajamento e a motivação dos estudantes contribuindo para a diminuição do abandono e evasão escolares”, explica.

Sobre o Cesec

Os Centros Estaduais de Educação Continuada atendem jovens e adultos que não cursaram ou não concluíram os anos finais do ensino fundamental e o ensino médio na idade própria prevista em lei. A idade mínima para matrícula do estudante nos cursos de ensino fundamental anos finais é de 15 anos e de ensino médio é de 18 anos.

A metodologia de ensino e aprendizagem oferecida pelos Cesecs, por meio do da educação a distância (EaD), possibilita o atendimento individualizado, na organização do tempo escolar dos estudantes, na flexibilidade e sua disponibilidade de tempo para os estudos.


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