17/05/2015 às 15h05min - Atualizada em 17/05/2015 às 15h05min

Vereador pede redutores de velocidade e radares para Fortaleza e Três Cruzes e DNIT diz que não precisa

Engenheiro do DNIT garante que trecho não apresenta os requisitos técnicos que justifiquem a implantação de redutores de velocidade ou lombada física.

Luiz Otavio Meneghite
O Vereador Diego de Freitas Pereira não se conforma com relatório do DNIT

Basta acontecer um novo acidente na BR 116, nas proximidades dos bairros Fortaleza e Três Cruzes, para que a população procure seus representantes e reivindique deles as providências necessárias para que sejam instalados redutores de velocidade e radares naquele trecho da rodovia devido ao excesso de velocidade imprimido por condutores de veículos pesados que trafegam na Rio Bahia.

Em fevereiro deste ano, o vereador Diego de Freitas Pereira/PSL, encaminhou ofício ao senador Aécio Neves/PSDB solicitando o seu empenho no sentido de conseguir a instalação de radares ou outro tipo de instrumento de mesma finalidade, objetivando a redução da velocidade em que trafegam os veículos na BR 116 em sua extensão dentro do perímetro urbano de Leopoldina, mais precisamente nas proximidades dos KM’s 765 e 766, na altura dos bairros Fortaleza e Três Cruzes.

Em menos de um mês o senador encaminhou o pleito do vereador ao senhor Flávio Bazzano Franco, chefe de gabinete do DNIT, que o encaminhou para análise à Superintendência Regional do DNIT no Estado de Minas Gerais, chefiada pelo engenheiro Álvaro Campos de Carvalho, que por sua vez solicitou estudos por parte do engenheiro José Paulo da Silva Pinto, Supervisor da Unidade do DNIT em Leopoldina.

Automóvel  destruído em acidente na saída do bairro com vítima fatal.

Engenheiro do DNIT não considera trecho na categoria de ponto negro

Em resposta à sua chefia, o engenheiro José Paulo da Silva Pinto, cita dados estatísticos referentes ao período de 2005 a 2014 numa distância de três quilômetros, entre os KM’s 759 e 761, da BR 116 e um resumo da contagem de tráfego na utilização dos acessos aos bairros Fortaleza e Três Cruzes situados do lado direito da pista rodoviária. Segundo ele, é extremamente baixo o número de pedestres cruzando a rodovia não existindo atropelamentos no local, citando dados da Polícia Rodoviária Federal.

Para o engenheiro é muito grande o número de irregularidades cometidas por condutores dos bairros que fazem conversões irregulares que atingem 26,6% do total das manobras, particularmente a manobra de conversão à esquerda, diretamente sobre a pista de rolamento, sem a utilização dos refúgios dos acessos. Segundo ele, tal irregularidade, pelo menos em parte, pode explicar o grande número de acidentes do tipo ‘colisão traseira’ e ‘saída de pista’ que ocorrem no trecho.

“Embora reconheçamos que é difícil do ponto de vista humano converter acidentes, vítimas e até mesmo mortes em números, as estatísticas de acidentes, principalmente no seu aspecto comparativo do local estudado não podem deixar de serem consideradas. Tal comparação é de suma importância para podermos separar o que realmente é problema específico do local, daquilo que é problema comportamental dos usuários de uma maneira geral. Sendo assim, os números de quase 10 anos de comparação demonstram que o trecho em estudo, do ponto de vista estatístico, está dentro da média de toda a BR 116 no Estado de Minas Gerais, não podendo ser o segmento enquadrado na categoria de ‘ponto negro’”, relata o engenheiro enfatizando que o trecho não apresenta os requisitos técnicos que justifiquem a implantação de redutores de velocidade ou lombada física.

Relatório responsabiliza Prefeitura, moradores, a PRF e o próprio DNIT

Prosseguindo com seu relatório encaminhado ao seu superior em Belo Horizonte, o engenheiro do DNIT em Leopoldina acredita que o segmento da BR 116, entre os KM’s 759 e 763 deve ser estudado de forma sistêmica onde são identificados pelo menos quatro atores intervenientes: a Prefeitura, os usuários (tantos os moradores do bairro, quanto condutores que passam pelo local), a Polícia Rodoviária e o DNIT. Com relação à Prefeitura, o engenheiro é incisivo ao afirmar que ela não faz a manutenção das vias públicas municipais adjacentes à rodovia e transfere para ela um tráfego urbano local de características e comportamentos totalmente diversos do trânsito da rodovia. Sobre os moradores, o engenheiro avalia que eles não respeitam as normas de circulação aumentando sensivelmente a sensação  de insegurança. O engenheiro não poupa críticas  até à Polícia Rodoviária Federal que não consegue coibir em 100% do tempo as infrações de trânsito local, em especial as conversões irregulares e excessos de velocidade. Por fim, o engenheiro faz uma autocrítica ao relatar que o DNIT apresenta falhas na conservação da via e de sua sinalização

Vereador não se conforma com relatório

No relatório elaborado pelo engenheiro José Paulo da Silva Pinto, Supervisor do DNIT em Leopoldina, encaminhado ao superintendente do DNIT em MG, engenheiro Álvaro Campos de Carvalho, do qual o Jornal Leopoldinense obteve cópia, uma revelação alentadora: o DNIT está finalizando os projetos de nova sinalização para a BR 116, dentro do Programa BR Legal e firmou um contrato com o Consórcio Strata-Sitran que prevê a adoção de uma sinalização bastante incisiva, tanto na advertência, quanto no aspecto regulamentar. Outra boa notícia é que foi firmado um contrato com a Construtora Visor para a manutenção em bom estado da conservação do trecho da BR 116.

Inconformado com o relatório apresentado pelo engenheiro José Paulo da Silva Pinto à Superintendência Regional do DNIT em Minas Gerais, o vereador Diego de Freitas Pereira disse ao jornal Leopoldinense que vai utilizar de todos os meios ao seu alcance para atingir seus objetivos e atender aos pleitos da população dos bairros Fortaleza e Três Cruzes.


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