06/01/2016 às 08h10min - Atualizada em 06/01/2016 às 08h10min

Chuvas melhoram índices pluviométricos de Leopoldina

Cobertura vegetal para o ciclo hidrológico ainda é crítico no município

João Gabriel B. Meneghite
Vista panorâmica de Leopoldina em dia de chuva. (Foto: Luciano B. Meneghite)
A Chácara do Desengano S/A, instituição que mantém em sua sede um pluviômetro, equipamento que mede a quantidade de água de chuva, divulgou o índice pluviométrico total do ano de 2015 (clique aqui para ver). O período considerado "época das águas", que tem início em outubro, inicialmente registrava um número insignificante em relação à média de resultados anteriores.

No entanto, com a intensificação das chuvas nos meses de novembro (188mm) e dezembro (225,50mm), de 2015, os resultados melhoraram, conforme avaliou o diretor da Chácara do Desengano S/A Paulo Cruz Martins Junqueira: Voltamos a passar dos 1.000 mm/ano, o que não ocorria desde 2012, mas ainda assim não atingimos a média histórica que, salvo melhor juízo, seria 1.200 mm. De qualquer forma, entramos o ano com chuvas, o que nos traz esperança de que dias melhores virão”, comentou Paulo.

Em outubro de 2015 apenas 26,6mm foram registrados, sendo 18 mm apurados em um dia de temporal, ocorrido em 04/10. Com o tempo seco e calor escaldante, os moradores de algumas regiões do município demonstravam preocupação com as chuvas, que alivia a sensação térmica elevada, contribui para atividades ligadas ao campo e para o aumento dos níveis da Estação de Captação de Água em Leopoldina.
 
Paulo salientou que nos registros apurados há de se considerar que o pluviômetro está instalado apenas em um local, pois o município de Leopoldina tem uma área total de 942,7 km², sendo considerado um dos maiores territórios de Minas Gerais e, por isso, há situações em que em determinadas áreas chove mais do que em outras.

Na avaliação de José Libério, extensionista da Emater de Leopoldina, a região foi assolada pela seca nos últimos anos, prejudicando entre outros setores, o agropecuário. Para ele um dos fatores que contribuíram para o agravamento desta crise foi o desmatamento.

Libério considera que a solução para amenizar o problema seria a plantação de florestas nativas em topos de morros, que contribui para a cobertura vegetal para o ciclo hidrográfico, que segundo o extensionista, é crítico em Leopoldina e região. O ciclo da água, conhecido cientificamente como o ciclo hidrológico, refere-se à troca contínua de água na hidrosfera, entre a atmosfera, a água do solo, águas superficiais, subterrâneas e das plantas. (Clique aqui e saiba mais).

Outra opção intermediária sugerida pelo especialista é a construção de barraginhas, pequenas bacias para captar enxurradas, fazendo a água de chuva se infiltrar no solo, recarregando o lençol freático, que fica com nível mais elevado. A tecnologia, além de aumentar a disponibilidade de água na região, preserva o terreno, já que, ao conter as enxurradas, evita erosão.

Veja o vídeo produzido por Jeferson Souza sobre barraginha em Leopoldina



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