20/01/2016 às 16h13min - Atualizada em 20/01/2016 às 16h13min

Leopoldina pode ter cinema e ferrovia ainda este ano

Leia a análise da enquete: ‘O que Leopoldina já teve que você gostaria que tivesse de novo?

Luiz Otávio Meneghite
Vagão do Trem de Prata, que está sendo reformado numa oficina em Juiz de Fora.
As respostas oferecidas como opção para o leitor  na presente enquete tiveram  um tom misto de saudade de um passado já um pouco distante e de lembranças mais recentes de serviços que durante algum tempo ficaram à disposição da população contribuinte de Leopoldina e dos quais ela sente falta.

A pergunta provocativa: O que Leopoldina já teve que você gostaria de ter de novo?, teve respostas que remeteram o pensamento às décadas de 1960/70 quando as praças ainda ostentavam lagos e coreto e eram cuidadas por mãos habilidosas de jardineiros e protegidas do vandalismo pela guarda noturna como coadjuvante da laboriosa Polícia Militar.A Guarda Mirim talvez tenha sido na sua época o instrumento de inclusão social mais eficaz que Leopoldina já teve. Adolescentes, que poderiam ter se tornado ‘aborrecentes’, tiveram seu caráter forjado dentro da corporação e muitos que por lá passaram ingressaram na idade adulta nas Polícias Civil e Militar, seguiram carreira nas Forças Armadas, na Prefeitura, na Copasa e na iniciativa privada, apenas para citar alguns exemplos. Sua extinção, infelizmente, se deu por força da legislação trabalhista que não permite o trabalho de menores de 14 anos e o trabalho educativo que ela proporcionava foi confundido por quem deveria aplicar a lei naquela época e a  defesa de sua permanência foi frágil e ela se extinguiu, ou melhor, foi extinta.

O transporte ferroviário de turismo

Os mais velhos com certeza se lembram da linha férrea que com sua ‘Maria Fumaça’, cortava o centro da cidade de Leopoldina. O sonho de ver reativada a estrada de ferro no município está prestes a se tornar realidade graças à união de representantes políticos, empresários, voluntários e autoridades de diversos setores dos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais se juntaram para criar o primeiro trem turístico interestadual do Brasil. Prevista para começar a circular no primeiro semestre de 2016 e já batizada de Expresso Trem da Terra, a composição terá duas locomotivas, quatro vagões e dois carros-restaurantes. Os equipamentos, da década de 1970, oriundos da Fábrica Santa Matilde, estão sem utilidade e foram cedidos pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Eles estão sendo recuperados em parceria com a iniciativa privada.

De acordo com o idealizador do projeto, Paulo Henrique Nascimento, presidente da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) Amigos do Trem, ,o Trem da Terra deverá circular entre as cidades de Sapucaia e Três Rios, no Centro Sul Fluminense, Cataguases, Recreio, 5 comunidades de Leopoldina: Vista Alegre (a estação fica em território  leopoldinense), Ribeiro Junqueira, Abaíba, São Martinho e Providência, Chiador, Além Paraíba e Volta Grande, em Minas. O trecho tem 187 quilômetros de malha ferroviária explorada pela VLI, que, porém, desde 31 de julho de 2015 está inoperante, com o fim dos carregamentos de bauxita que eram feitos pela concessionária. Estudos preliminares apontam que por viagem serão transportados até 240 passageiros (60 em cada vagão). O preço do passeio, que vai durar cinco horas, inicialmente só nos finais de semana, custará entre R$40,00 e R$50,00 por pessoa.

A volta do cinema pode se tornar realidade em Leopoldina

Alguns contatos já foram feitos com autoridades municipais de Leopoldina, por meio do Cineminas - Programa Codemig de Apoio ao Cinema, com  o objetivo de implantar uma sala de cinema na cidade. Com o Cineminas, a Codemig atuará como fomentadora da indústria cinematográfica mineira, desenvolvendo políticas, parcerias e ações de incentivo à produção, à exibição e à comercialização de conteúdos. “A Companhia reconhece o potencial econômico, social e cultural do acesso ao cinema para a população de Minas Gerais”, enfatiza a diretora de Fomento à Indústria Criativa da Codemig, Fernanda Medeiros Azevedo Machado. De acordo com ela, a construção de novas salas de cinema nas cidades do interior busca ampliar o acesso da população à cultura, ao mesmo tempo em que gera impactos econômicos e sociais em todo o Estado pela criação de demanda para entidades privadas e públicas de todo setor audiovisual. “Produtores de conteúdo audiovisual, exibidoras, distribuidoras e fornecedores em geral terão oportunidades de investimento em um mercado que está em plena expansão”, assinala.

Os complexos também contarão com espaços de bilheteria e bomboniere. Cada sala terá capacidade para entre 150 e 200 pessoas - uma sala corresponde a uma tela de exibição com 150 a 200 poltronas. Para a eficaz implantação do programa, estão sendo mapeados os locais mais apropriados para receber as novas salas de cinema, almejando o melhor resultado do projeto e racionalizando a aplicação dos recursos públicos.

O jornal Leopoldinense apurou que um dos imóveis mencionados para o funcionamento de uma sala de cinema em Leopoldina, foi a parte superior do Shopping LAC onde já existe local apropriado para isso, com auditório, palco, banheiros, cujas obras estruturais estão prontas, faltando o acabamento e, claro, o  mobiliário.

Com a finalidade de identificar os municípios que devem receber as salas, traçar o perfil do público-alvo e elaborar um plano de viabilidade econômico-financeira que garanta a sustentabilidade da iniciativa, a Codemig realizou processo licitatório para contratação de empresa especializada em inteligência de mercado, capaz de fornecer informações e técnicas para auxiliar no processo.

Vencedora da licitação, a empresa Ernst & Young desenvolveu o estudo mercadológico a partir de cidades pré-selecionadas, com população acima de 28 mil habitantes e não possuem sala de cinema, entre as quais está incluída Leopoldina. Coube à empresa contratada identificar a demanda potencial de espectadores, bem como identificar alternativas de locais para construção ou revitalização dos complexos de exibição.

Câmeras de vigilância e estacionamento rotativo

Dois serviços que foram colocados à disposição da população leopoldinense durante alguns anos e que mostraram resultados positivos enquanto funcionaram, dependem do poder público municipal para serem reativados. As câmeras de monitoramento urbano e o estacionamento rotativo, também conhecido como faixa azul, já foram prometidos em algumas ocasiões e ficaram só nas promessas. Um deles, o estacionamento rotativo, pode ser terceirizado para a iniciativa privada e não traz ônus de sua implantação para os cofres públicos. Só depende de regulamentação. As câmeras de vigilância, segundo fonte da Prefeitura, estão estragadas e tem que ser substituídas por equipamento mais moderno. No ano passado a Prefeitura de Muriaé conseguiu o benefício com recursos obtidos no Ministério das Cidades. Que tal tentar?

O infográfico de João Gabriel Baia Meneghite mostra o resultado da enquete: O que Leopoldina já que você gostaria de ter de novo?


 


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