15/05/2014 às 10h22min - Atualizada em 15/05/2014 às 10h22min

Iniciativa privada dá outra lição ao Estado

Iniciativa privada dá outra lição ao Estado

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Um time da Série C do Campeonato Carioca de Futebol apresentou projeto para construir um estádio de última geração com capacidade para 43 mil pessoas. Um Estádio padrão FIFA!

Qual o custo estimado? Na segunda etapa, de R$30 milhões, mas a obra total não deve quiçá chegar aos R$100 milhões, devido ao volume de investimentos necessários estimados para cada etapa. Isso mesmo, enquanto os Estádios com investimento público, construídos e/ou reformados para a Copa do Mundo, ultrapassam os R$1,5 bilhão (R$1.566 bilhão aproximadamente), que é o caso do Estádio Mané Garrincha, que tem capacidade para 70 mil pessoas, o Estádio do Gonçalense F.C. custará “apenas” aproximadamente R$100 milhões.

“Ah, mas o Mané Garrincha tem capacidade muito maior e a área é maior também”. Ok! Só que a Arena Pantanal (um estádio construído em Cuiabá, Mato Grosso, onde a média de público em jogos locais sequer passa dos 2 mil torcedores) possuirá 42.968 lugares e o custo final será no mínimo 5 vezes maior (R$525 milhões pagos com nossos impostos).

O que esperar quando deixamos nas mãos do Estado prover a construção de Estádios para um evento esportivo? O Estado é incapaz de gerir os escassos recursos que adquiriu através da coerção conhecida como imposto e ainda mais incapaz de alocar tais recursos racionalmente, pois não está sob as leis de mercado, logo, não precisa se preocupar com o sistema de lucros e prejuízos, o que impossibilita o cálculo econômico e impede que se mensure qual a demanda e o quanto é necessário ofertar para supri-la, logo, também não consegue calcular quanto precisa investir.

Fora isso, há sempre a corrupção, superfaturamentos, contratos suspeitos e tutti quanti podemos imaginar. A ineficiência comprovada pelos atrasos nas obras, agora, fica ainda mais escancarada.

O estádio do Gonçalense F.C., clube comprado pelo empresário Joacir Thomaz, dono da Macroaction Construtora, terá aproximadamente 43 mil lugares e será entregue completo em 2017, segundo o projeto. A construção ocorrerá em três etapas, a primeira que entregará o estádio (que será batizado de Catarinão) com capacidade para 5 mil pessoas (previsão de entrega para junho deste ano), a segunda que ampliará para 20 mil e a terceira que ampliará para 43 mil e onde serão construídos os vestiários de última geração e implantados os traços tecnológicos mais modernos.

Não haverá um centavo sequer de dinheiro “público” nessa obra, segundo Joacir. A área é de 200.000m² e o campo terá medidas FIFA (105 x 68m), além de ginásio poliesportivo e campos de gramado sintético. Tudo com dinheiro da iniciativa privada.

Não basta ser exposto como incompetente, corrupto e ineficiente, o Estado precisa sempre ser humilhado para (quem sabe) com o choque os cidadãos começarem a prestar mais atenção em como seu dinheiro (extorquido) é gasto sem o menor pudor, racionalismo e coerência.

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