22/05/2017 às 08h38min - Atualizada em 22/05/2017 às 08h38min

Leopoldina sediou seminário sobre obesidade

Médicos de toda região se reuniram na cidade para a 464ª Urezoma

João Gabriel Baia Meneghite
Um relatório da ONU - Organização das Nações Unidas - aponta que a obesidade e sobrepeso vêm aumentando no Brasil e em toda América Latina e Caribe, com incidência maior nas mulheres e com crescimento entre as crianças. Os dados apontam que num total de 360 milhões de pessoas, a obesidade afeta 140 milhões. 58% da população latino-americana e caribenha estão com sobrepeso. O estudo é amplo neste sentido, apresentando diversas estatísticas e acende um alerta para sociedade, principalmente nos debates médicos.
 
Neste contexto a Associação Médica de Leopoldina e a União das Associações Médicas Regionais da Zona da Mata, promoveram a 464ª edição da Urezoma. Segundo o presidente da Associação Médica de Leopoldina Dr. Celso Vieira, o simpósio teve como tema principal a obesidade e estudo metabólico. "A obesidade é um problema de saúde pública.  Cerca de 60% das pessoas estão obesas e com sobrepeso. Geralmente apresentam problemas metabólicos, na cirurgia, anestesia, diabéticos, hipertensos, operações cardiovasculares, pulmonares. Todos nós médicos atendemos pacientes obesos, desde crianças até adultos. Neste evento desdobramos esses conceitos, esclarecendo questões do nosso dia-a-dia”, comentou.

Dr. Celso Vieira, presidente da Associação Médica de Leopoldina.

Criada em 1966, a UREZOMA tem como principal objetivo promover os intercâmbios científico, profissional e social entre os médicos de 11 cidades da Zona da Mata: Além Paraíba, Carangola, Cataguases, Juiz de Fora, Leopoldina, Manhuaçu, Muriaé, Ponte Nova, São João Nepomuceno, Ubá e Viçosa .

No seminário que aconteceu em Leopoldina foram realizadas nove palestras, com profissionais de diversas especialidades. Ao final do evento houve um debate, sendo os médicos orientados pelos conselheiros do CRM-MG Dr. Jairo Silvério e Dr. Delano Carlos Carneiro sobre atestado médico.
 
Confira os temas abordados no seminário:
 

Alterações metabólicas – obeso, com Dr. Carolina Machado, da Santa Casa de Juiz de Fora.

Obesidade infantil, com Dr. Paulo Rubens Montes Lupatini, da Casa de Caridade Leopoldinense.
 

Dispnéia no obeso, com Dra. Marízia Ritt.
 

Alterações metabólicas, diabetes e tratamento clinico com medicamento, com Dr. Bruno Fanetano, professor da UFV – Universidade Federal de Viçosa e FAGOC de Ubá.

Alterações cardiovasculares, com Dra. Arize Galil, professora da UFJF.
 

Nutrição e dieta, com Dra. Rafaela Moura, da Casa de Caridade Leopoldinense.
 

Distúrbio psiquiátrico no obeso, com Dr. Paulo Repsold, psiquiatra, clínico e forense de Belo Horizonte.
 

Cirurgia bariátrica é a solução?, com Dr. Leonardo Vicente, da Casa de caridade Leopoldinense e Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro
 
Posteriormente, o presidente da Associação Médica de Leopoldina, Dr. Celso Vieira, fez homenagens a dois profissionais que ainda prestam relevantes serviços à medicina, entregando placas aos médicos Dr. Antônio Carlos Alvim e Dr. Maurício Rosa. Ele parabenizou os homenageados, pessoas dedicadas que exerceram a medicina durante muitos anos, com sabedoria e comprometimento ético.
 
O médico Dr. Ronald Alvim Barbosa, irmão do homenageado, o ginecologista e obstetra Dr. Antônio Carlos Alvim, citou uma passagem do poeta Mário Quintana, ocasião em que disse: “Pior do que morrer é deixar de viver”, fazendo referência quando uma pessoa começa a morrer quando é esquecida, elogiando a atitude da Associação Médica sobre a homenagem em vida. “Sinto orgulhoso por entregar uma homenagem ao meu irmão. Eu fui caçula até os meus quinze anos. Ele me tirou o trono”, brincou.

Dr. Antônio Carlos comentou sobre o carinho de sua família. “Agradeço todos os dias de minha vida o que o meu irmão e sua esposa fizeram por mim. Nesta ocasião, ao lado do meu filho Dr. Marcelo Alvim, [também ginecologista] que me orgulha muito, desejo que ele siga os passos do seu tio”, comentou. “Em nome do Dr. Celso, agradeço todos os colegas da Associação Médica e da Urezoma. Muito obrigado mesmo”, finalizou.

Outro homenageado foi o cardiologista Dr. Maurício Domingues Rosa. Em seu discurso ele mencionou que trabalha há 40 anos em Leopoldina. “Aqui cheguei e fui recebido de braços abertos pelos colegas médicos da época como Dr. Francisco Ubirajara, Dr. Dalmo Pires Bastos, Dr. Ronald Alvim Barbosa, Dr. Lisboa e tantos outros. Agradeço a minha família por ter me ajudado esse tempo todo. Os colegas sabem como a gente tem que sair para o hospital nos sábados, domingos, de noite, enfim, toda hora tem chamados e a gente acaba deixando a família para trás. Agradeço a Casa de Caridade Leopoldinense, que me recebeu nesse tempo todo, mas principalmente, agradecer à Deus. Deixou uma mensagem para os que estão chegando agora: Em 1700, lá em Viena, tinha um tal de um doutor chamado Samuel Oto, que dizia que na arte de curar, salvadora de vidas, deixar de aprender é um crime”.

 
Dr. Maurício Domingues Rosa

O Dr. Manoel Torres Neves Neto, presidente da Urezoma, disse que é sempre um prazer estar em Leopoldina, que foi o “berço” da Urezoma. “Ano passado completamos 50 anos do evento. Nós não temos noticia de que isso existe em qualquer outro local do mundo. Tanto é que já tivemos a oportunidade de homenagear o presidente da Associação Médica Mundial. Ele esteve em Muriaé e posteriormente em Ubá. Sempre em Leopoldina encontramos essa expressiva plateia. Parabéns ao Dr. Celso, presidente da Associação Médica e os demais colegas da cidade”, elogiou.

 
Dr. Manoel Torres Neves Neto

Ele disse ainda que a União das Associações Médicas Regionais da Zona da Mata cumpre mais uma vez o seu papel, entre os quais o de compartilhamento de conhecimentos e confraternização com a classe.
 


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