18/12/2020 às 13h18min - Atualizada em 18/12/2020 às 13h18min

Dr. José Roberto de Oliveira, o cirurgião que escolheu o caminho da política

Luiz Otávio Meneghite
José Roberto de Oliveira, prefeito de Leopoldina por 5 mandatos (Foto: Rodrigo Rodrigues)
Filho de pais operários, a mãe tecelã da fábrica de tecidos e o pai mecânico, José Roberto de Oliveira tem 70 anos de idade dos quais 20 foram dedicados à administração municipal de Leopoldina, cidade onde nasceu, cresceu e estudou sempre em escolas públicas. Formado em Medicina pela Universidade Federal de Juiz de Fora, fez residência médica no Rio de Janeiro e, voltando a Leopoldina, tornou-se um dos melhores cirurgiões da Casa de Caridade Leopoldinense, ganhando a fama de ser o sucessor do Dr. Francisco Ubirajara Moraes Coutinho, o famoso Dr. Bira. Pouco tempo depois entrou para a política chegando a ser eleito prefeito de Leopoldina por 5 mandatos, recorde que dificilmente será batido. Ele aceitou conceder entrevista ao Jornal Leopoldinense falando de sua carreira como médico e político.

Confira a seguir as perguntas e as respostas dadas ao Jornal Leopoldinense:
 
 
JL – Conte-nos sobre a sua trajetória pessoal e profissional da medicina e como  surgiu o político  José Roberto de Oliveira?

JR –Sempre estudei em escolas públicas. Me formei em 1982 e vim para Leopoldina exercer minha profissão que tanto gosto. Fiz da medicina meu sacerdócio e não um comércio. Nunca fiz questão de colocar o dinheiro na frente daqueles mais necessitados.
 
JL - Por que o senhor se dedicou mais ao cargo de prefeito de Leopoldina e menos à profissão de cirurgião?

JR – Devido ao tempo, a prefeitura me exigiu tempo demais. Por isso, optei para melhor servir à população, pois sempre achei que a política seria o melhor instrumento para ajudar as pessoas. 
 
 
JL - Fale um pouco sobre sua experiência adquirida como gestor público ao final de 5 mandatos.

JR –Aprendi muito como, por exemplo, ser necessário deixar de lado o comando, o controle e abraçar a sensibilidade. Que é necessário ter coragem para tomar decisões em busca de melhores resultados; ter coerência, presença, transparência, cuidado, respeito e humanidade.
 
 
JL – Quais os problemas que ainda temos no setor de Saúde e o que o senhor fez para melhorar a situação?

JR – A saúde pública no Brasil é um problema difícil de ser resolvido, mas lutamos muito com nossa equipe de saúde, no sentido de sempre fazer melhor. Tenho o orgulho de ter a cidade referência em tratamento de Covid-19 em todo o Brasil, uma vez que o mundo todo sofre com essa doença, além de tantas outras ações realizadas na saúde.
 
JL –Durante 5 mandatos o que o senhor fez para a Casa de Caridade Leopoldinense?

JR – Dei condições dos profissionais de saúde desenvolverem seu trabalho, que apesar das dificuldades, como falta de repasse do governo, o que nos atrapalhou bastante. Temos hoje com o Estado uma dívida de 12 milhões de Reais que, se tivéssemos recebido esse recurso, certamente teríamos feito muito mais. Fizemos muito para o hospital: aumentamos o repasse do pronto socorro, colocamos máquinas de hemodiálise, reformamos o centro cirúrgico, reformamos a enfermaria, construímos o Pólo de Saúde, doamos uma lavanderia, demos um tomógrafo, demos um gerador, além de respiradores e monitores.
 
JL -Que empresas o senhor teve participação efetiva para a vinda para Leopoldina?

JR –Em todas as empresas. Bahamas, Lojas Americanas, Magazine Luiza, Pif Paf, Drogaria Indiana e agora a distribuidora de energia Rio-Minas (Zoponi), Coutinho e Coutinho, Mart Minas, Sol e Neve, entre outras. Queremos deixar claro que essas empresas só se instalaram em Leopoldina pelas condições de infra-estrutura que a cidade ofereceu, como o Corpo de Bombeiros, o Samu, o CEFET.
 
JL - O que o senhor fez em benefício do pequeno agricultor?

JR – Aramos centenas de hectares para a agricultura familiar, além de comprar pela educação esses produtos. Demos 10 barracas completas para os agricultores, um kit completo para os produtores para venderem os produtos de suas propriedades.
 
JL – O que o senhor fez para melhorar a coleta de lixo na cidade?

JR –Foi feita uma licitação e contratação de uma empresa qualificada para fazer a coleta de lixo na cidade.
 
JL - O que e fez e deixa encaminhado para resolver o problema do esgoto que está poluindo nossos córregos?

JR –Estamos fazendo a maior obra da história de Leopoldina. Deixo o maior legado para o nosso povo, que é a obra de saneamento básico. É uma obra que atende a todos os leopoldinenses, desde os que moram em condomínios fechados aos que residem nas casas mais simples de qualquer bairro da cidade. Fiz de tudo por essa obra. Fui, inclusive, à Brasília recém operado para que essa obra não parasse. Será a obra de maior igualdade social que vou deixar como legado para nosso povo. Espero muito que ela não pare.
 
JL –Qual a solução para mudar a atual situação das estradas que ligam Leopoldina a Providência e Leopoldina a Abaiba?

JR – Estrada é uma questão muito complicada. Conseguimos asfaltar algumas, entre Ribeiro Junqueira e Piacatuba, por exemplo, demos manutenção durante todo o ano nas estradas de Providência, São Martinho e Abaíba.
 
JL –Porque o senhor não implantou o estacionamento rotativo no centro da cidade?

JR –Porque víamos que outras cidades em nosso entorno tiveram muitos problemas com o ministério público. Então resolvemos deixar essa questão para outra ocasião.
 
JL - Que providências foram tomadas para resolver o grande número de cães abandonados pela cidade?

JR –Fizemos uma reforma no canil municipal, implantando um centro cirúrgico e uma sala para castração dos cães. Além disso, fizemos uma parceria com uma organização sem fins lucrativos, além de intensificarmos o recolhimento de cães na cidade.
 
JL - Por que importantes espaços de lazer e turismo são inexplorados, como por exemplo, o Horto Florestal?

JR –Porque requer um recurso muito alto, que a prefeitura não tinha na época. Com isso, recorremos ao Governo Federal, sem obtermos sucesso. De qualquer maneira, deixamos um projeto para resolver o problema do Horto Florestal no Ministério do Turismo.
 
JL - Por que algumas praças em bairros estão abandonadas? Por que as calçadas e passeios das ruas da cidade não são cuidados?

JR – Nós reformamos dezenas de praças, calçamentos e passeios. Mas, com uma dívida de 12 milhões de Reais, deixada pelo Governo do Estado, torna-se muito difícil gerir uma cidade como Leopoldina.
 
JL - O senhor acha que a cidade de Leopoldina atualmente está carente de JL - O senhor acha que a cidade de Leopoldina atualmente está carente de políticas públicas voltadas para a juventude e consequentemente para a inclusão social?

JR –O país como um todo. Apesar das dificuldades, conseguimos criar um centro de atenção ao autista, contratamos psicólogas para o Pólo de Saúde, repassamos recursos para a Casa do Aconchego e demos apoio total à Casa do Cidadão e ao  Levanta de Novo.
 
JL - Quais os problemas que ainda temos no setor de Educação?

JR – O setor mais forte do meu governo foi a Educação. Trocamos toda a frota de veículos. O próximo gestor já vai encontrar todos os veículos novos para o início de sua administração. Pagamos o piso salarial, igualamos o PEB II ao PEB III, criamos o princípio da prevenção pedagógica e melhoramos muito a merenda escolar. Destinamos recursos e atividades para os alunos especiais. Reconstruímos e reformamos todas as creches da cidade e todas as creches dos distritos. Doamos o SESI para o CEFET implantar cursos superiores, mas aguardamos, para isso, uma aprovação do Governo Federal.
 
JL- Valeu a pena dedicar 20 anos de sua vida ao cargo de Prefeito de Leopoldina?

JR – Valeu a pena, porque tenho certeza que se não tivesse lá e não tivesse coragem para tomar decisões firmes, no combate ao Corona Vírus, muitos leopoldinenses teriam perdido a vida.
 
JL - O senhor pensa em se candidatar a algum cargo no futuro?

JR -O futuro a Deus pertence.


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