18/05/2016 às 10h50min - Atualizada em 18/05/2016 às 10h50min

CAPS III em Leopoldina comemora o Dia Nacional da Luta Antimanicomial

Nesta quarta-feira, 18 de maio, o CAPS III – Centro de Atenção Psicossocial, de Leopoldina, inicia uma programação comemorativa ao Dia Nacional da Luta Antimanicomial. Das 09h00 às 16h00 uma equipe multiprofissional do CAPS estará na Praça General Osório esclarecendo dúvidas sobre o tema. “Uma Mostra do novo modelo de saúde mental no município de Leopoldina será apresentada”, informou a Superintendente de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde, Ana Carla Alvarenga Pimentel.

Em 1987 estabeleceu-se o lema do movimento: "Por uma sociedade sem manicômios", e o 18 de maio foi definido como o Dia Nacional da Luta Antimanicomial, data comemorada desde então em todo o país. O Movimento da Luta Antimanicomial se caracteriza pela luta pelos direitos das pessoas com sofrimento mental. Dentro desta luta está o combate à idéia de que se deve isolar a pessoa com sofrimento mental em nome de pretensos tratamentos, idéia baseada apenas nos preconceitos que cercam a doença mental.



O Movimento da Luta Antimanicomial faz lembrar que como todo cidadão estas pessoas têm o direito fundamental à liberdade, o direito a viver em sociedade, além do direito a receber cuidado e tratamento, sem que para isto tenham que abrir mão de seu lugar de cidadãos. Por esta razão o Movimento tem como meta a substituição progressiva dos hospitais psiquiátricos tradicionais por serviços abertos de tratamento e formas de atenção dignas e diversificadas, de modo a atender as diferentes formas e momentos em que o sofrimento mental surge e se manifesta.

Esta substituição implica na implantação de uma ampla rede de atenção em saúde mental que deve ser aberta e competente para oferecer atendimento aos problemas de saúde mental da população de todas as faixas etárias e apoio às famílias, promovendo autonomia, descronificação e desinstitucionalização. Além dos serviços de saúde, esta rede de atenção deve se articular a serviços das áreas de ação social, cidadania, cultura, educação, trabalho e renda, etc., além de incluir as ações e recursos diversos da sociedade.

O Movimento da Luta Antimanicomial teve seu início marcado em 1987, em continuidade a ações de luta política na área da saúde pública no Brasil por parte de profissionais de saúde que contribuíram na própria constituição do SUS. Naquele ano a discussão sobre a possibilidade de uma intervenção social para o problema da saúde mental, especificamente, dos absurdos que aconteciam nos manicômios ganhou relevância, permitindo o surgimento específico deste movimento.

Outra conquista importante foi a aprovação, em 2001, da Lei 10.216, de autoria do então deputado Paulo Delgado, após anos de discussões e resistência dos setores mais retrógrados. Esta lei preconiza a reestruturação da atenção em saúde mental, defende os direitos das pessoas que necessitam de tratamento e propõe a criação de serviços que ofereçam este tratamento sem que isto signifique exclusão da vida social ou perda dos diretos e do lugar de cidadão.

O Movimento da Luta Antimanicomial caracteriza-se pelo seu cunho democrático, contando com a participação ativa e efetiva dos usuários de serviços de saúde mental, seus familiares, profissionais, estudantes e quaisquer interessados em defender uma postura de respeito aos diferentes modos de ser e a transformação da relação cultural da sociedade com as pessoas que sofrem por transtornos mentais.

Dentro da programação que será desenvolvida pelo CAPS III em Leopoldina a partir desta quarta-feira, uma Roda de Conversa Intersetorial com integrantes da Rede de Atenção Psicossocial – RAPS acontecerá na quinta-feira, 19 de maio, das 14h30 às 17h30, na sede do CAPS III, à Praça Senador Botelho, Centro. No dia 20, também entre 14h30 e 17h30, o CAPS III promove um Cine Pipoca, com apresentação e exposição de trabalhos aos familiares dos pacientes. 

Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Leopoldina. Informações: CAPS III.

 


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