28/09/2016 às 20h50min - Atualizada em 28/09/2016 às 20h50min
Licinho
Década de 1980 – Ulisses Gomes de Oliveira, o “Licinho” e sua tuba na Lira 1º de Maio.
Luciano Baía Meneghite
(Do livro Uma das figuras mais populares de Leopoldina, Licinho além de músico, exercia várias outras atividades, como artesão e comerciante. De 1965 a 1975 Trabalhou para a Prefeitura de Leopoldina, onde era encarregado de praças, parques e jardins. Em 1954 fundou com alguns amigos a Sociedade Recreativa Carnavalesca Unidos dos Pirineus, que de bloco rival do famoso Cutubas transformou-se anos depois na maior escola de samba de Leopoldina. A Unidos dos Pirineus tinha como sede um antigo barracão próximo à Praça do Chafariz e quase defronte a casa de Licinho. Era o “Sapezão” que marcou época com bailes e movimentos carnavalescos.
Licinho Foi também presidente da UBOL – União Beneficente Operária Leopoldinense, cuja sede na rua Presidente Carlos Luz é cedida a Lira Primeiro de Maio.
Licinho era uma figura folclórica, protagonista de algumas histórias engraçadas e outras polêmicas. Sua figura séria e até meio turrona não o impediu de encarnar por muitos anos as figuras de Rei Momo de Leopoldina e a de Papai Noel.
Uma das estórias diz que em uma apresentação da banda em um distrito, em virtude da demora em servir o almoço, Licinho teria “pegado emprestado” um frango assado e escondido em sua tuba. Um figurão chegou e pediu a apresentação de um novo número musical. Após resistir um pouco, Licinho acabou concordando, mas não teve como retirar o frango da tuba. Com o transcorrer da apresentação, alguém notou que escorria sangue da boca de Licinho e acharam que ele estava passando mal. Não sei como terminou a confusão, mas evidentemente era sangue ou caldo do frango, não do Licinho.
Faleceu em 22 de junho de 1992 aos 76 anos, deixando a viúva, D. Martinha, o filho Carlinho Bolão e netos.
O músico Albino Montes, amigo e vizinho de Licinho o homenageou no livro “Leopoldina, Sua Gente, Sua Música” e em uma coluna no jornal LEOPOLDINENSE intitulada “No tempo do Horácio e do Licinho” em que relembrava histórias da música em Leopoldina. Horácio era outro músico do Pirineus amigo de Licinho, igualmente folclórico.
A coluna me inspirou a escrever o enredo do Bloco dos Pirineus em 2009 e posteriormente foi transformada em livro por Albino Montes.