29/05/2020 às 18h43min - Atualizada em 29/05/2020 às 18h43min

Arquiteto leopoldinense tem prédio indicado para ser visitado em Belo Horizonte

O prédio da Escola da Ciência da Informação, da UFMG, tem como um dos autores do projeto o arquiteto leopoldinense Eduardo Fajardo Soares

Escola da Ciência da Informação, prédio projetado pelo arquiteto leopoldinense Eduardo Fajardo Soares
Em dezembro passado Belo Horizonte comemorou seu​ 123º aniversário como a 1ª cidade planejada no Brasil, já dentro da ótica positivista,  do modelo sanitarista onde as largas ruas e avenidas  em uma malha ortogonal de seus quarteirões, com justificativas de ventilação, insolação para a salubridade substituíam os traçados das ruas estreitas, sinuosas, continuas das ruas das cidades coloniais.
 
Este modelo foi inspirado em Paris onde na segunda metade do sec XIX o prefeito Haussmam demoliu grande parte medieval da cidade para implantar largas avenidas, boulevards  e em Washington  projetada com o mesmo traçado e rígida hierarquização territorial. na realidade, Haussmama, representante da classe dominante, além de tornar a cidade mais bela e imponente pretendia também evitar as barricadas que as ruas estreitas e sinuosas medievais proporcionavam nas revoltas populares e com a demolição de milhares de casas transferir os trabalhadores para a periferia de Paris. Mas isso é outro assunto.
 
Desde então Belo Horizonte vem se transformando e somando como várias camadas vários períodos de sua história urbana e arquitetônica e um dos seus mais revolucionários marcos nesta paisagem, que chamou a atenção do mundo,  foi a construção em 1940 da Lagoa da Pampulha e seu Conjunto Moderno de Arquitetura, composto pelos prédios do Iate Clube, da Casa do Baile, do Cassino, hoje Museu de Arte e da  icônica igrejinha de São Francisco, projetados pelo genial Oscar Niemeyer, com o magnífico paisagismo do outro genial brasileiro, Burle Marx.
 
A partir daí Belo Horizonte para a ser conhecida em todo mundo. Como comemoração desta data de aniversário, a revista eletrônica internacional publicou uma serie de prédios icônicos, que julgou estarem entre os mais representativos da capital para serem conhecidos e entre eles está um dos prédios do campus universitário da UFMG, o da Escola da Ciência da Informação, projetado pelo arquiteto leopoldinense Eduardo Fajardo Soares, em parceria com Ricardo França (in memoriam)  e Sebastião Lopes.
 
Eduardo, que só veio tomar conhecimento da escolha deste prédio ao ver a publicação, acredita que ela se deveu  não só  pela qualidade arquitetônica fiel à arquitetura modernista inaugurada no conjunto da Pampulha mas também pela adoção, já no início dos anos de 1990  de recursos paisagísticos com forte presença de vegetação, e de uma estrutura transparente do prédio não só por questão de embelezamento, mas para dotá-lo de conforto ambiental ,o que foi conseguido.
 
Hoje em dia a utilização em larga escala de vegetação na estrutura do prédio é chamada de biofilia na arquitetura  cujos vários exemplos podem ser conferidos na internet. Portanto há trinta anos antes, assim como no conjunto da Pampulha há oitenta anos, Belo Horizonte foi vanguarda na arquitetura.


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