07/05/2024 às 18h26min - Atualizada em 07/05/2024 às 18h26min

Greve da UEMG em Leopoldina tem programado um ato público no sábado,18/05

Com informações de Dora Stephan
Roda de conversa na UEMG Leopoldina (Foto: Facebook Jardel Costa Pereira)
A greve da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), iniciada em 2 de maio, entra na segunda semana. Na Unidade de Leopoldina, onde a adesão é total, na noite de segunda-feira, dia 6 de maio, houve a apresentação de um jogral, por parte dos alunos do curso de Pedagogia, do poema "O operário em construção", em apoio à greve dos professores.
 
Em seguida, foi realizada a roda de conversa entre professores e alunos, cujo objetivo foi elucidar as motivações do movimento grevista. Durante a tarde de segunda-feira, professores da unidade Leopoldina estiveram reunidos para confeccionar faixas e cartazes alusivos ao movimento grevista e para discutirem novas ações a serem realizadas durante a paralisação.
 
Nesta quarta-feira, dia 8 de maio, professores e alunos da UEMG Leopoldina, junto com professores e alunos da UEMG Ubá, seguirão para Belo Horizonte, onde haverá, pela manhã, uma reunião na Escola Guignard, pertencente à UEMG, e manifestação da comunidade acadêmica na Praça da Assembleia. Na parte da tarde, às 14 horas, está marcada Assembleia Geral para fazer um balanço do movimento e discutir os rumos do movimento.
As principais reivindicações dos docentes da UEMG são:

- Abertura de mesa de negociação em caráter permanente.

-Relativas ao Cumprimento do acordo de greve:

- Forçar a negociação para a implementação da Dedicação Exclusiva.

- Recomposição orçamentária e mais investimentos nas universidades estaduais mineiras.

- Reajuste Salarial já!

- Aumento da ajuda de custo.

Pontuais:

Abertura de editais de PSS de 20 horas para 40 horas

Pagamento por titulação dos contratados.

Cronograma de realização de concursos  e nomeações.

A professora do curso de Pedagogia da UEMG, Dora Stephan, explica que a ajuda de custo, cujo aumento do valor está entre as reivindicações, é suspensa quando o professor entra de licença médica, licença maternidade ou de férias. "Isso faz com que professores optem por trabalhar mesmo estando doentes para não perderem a ajuda de custo. Um verdadeiro absurdo! Outra situação absurda é que as professoras, quando estão de licença maternidade, não recebem o benefício, num período em que tanto necessitam receber seus vencimentos de forma integral", complementa a professora. Então não podemos adoecer, ter filhos ou tirar férias?, questiona.
 
Dora Stephan, que fala em nome dos professores da UEMG, explicita que o quadro de professores da instituição é formado por professores efetivos, isto é, aprovados em concurso público, e professores contratados, cujo contrato de trabalho é por tempo determinado. Com relação aos contratados, a uma grande possibilidade de que passem a receber seus proventos com base na titulação menor, ou seja, de especialista. "Isso significa que professores com Doutorado receberão um salário igual ao dos que só têm especialização", declara a professora, lembrando que os salários já são baixos, o contrato é de 30 horas, não mais de 40 horas e, o que é pior, querem reduzir para 20 horas. "Seria precarizar ainda mais o trabalho nas unidades da universidade contratando professores meramente aulistas", denuncia a professora.

A professora, que ministra disciplinas da área de Ciências Sociais, denuncia também as precárias condições da UEMG de Leopoldina, que funciona em regime de cohabitação com a escola Polivalente, no Pirineus. Além do espaço ser insuficiente para as diversas atividades que exigem um curso de nível superior, a maioria das salas de aula não têm ar condicionado, o que prejudica o processo ensino aprendizagem, considerando, sobretudo, as altas temperaturas da cidade de Leopoldina, agravadas com o aquecimento global. Dora Stephan acrescenta que a verba destinada ao pagamento de pequenas despesas é pífia. "Não dá nem para repor as lâmpadas que queimam na unidade", diz a professora. O movimento grevista segue com uma série de atividades a serem realizadas nas 16 unidades da UEMG presentes no estado todo, cuja adesão à paralisação, de acordo com o comando geral de greve, de 70%.

Em Leopoldina, está programado um ato público no próximo dia 18 (sábado), com a participação de professores e alunos. A concentração será na Praça do Ginásio, a partir das 10 horas. A UEMG de Leopoldina possui dois cursos de graduação presenciais: Pedagogia e Administração, este recém criado. Tem também o curso de graduação em Administração Pública, na modalidade EAD, pela qual, brevemente terá também o curso de pós-graduação em Gestão em Saúde. "Não há como crescer sem dispor das mínimas condições materiais", finaliza Dora Stephan.


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »