10/04/2024 às 15h19min - Atualizada em 10/04/2024 às 15h19min

Cuidado com a dengue!

Paiva Netto
Com o verão, o receio de outra epidemia da dengue voltou a inquietar a mente de autoridades sanitárias e do povo. E a preocupação tem fundamento. Julguei oportuno, então, novamente tratar do assunto com vocês. Muita gente viaja pelo país.

No Boletim Epidemiológico, da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, tomamos conhecimento de que, “Em 2023, (...) foram registrados 1.530.940 casos prováveis de dengue no país, e o coeficiente de incidência de 753,9 casos/100 mil habitantes. Esses números representam um aumento de 16,5% no número de casos quando comparado com o mesmo período do ano anterior (1.313.805 casos prováveis e 647,0 casos/100 mil habitantes. (...) A região geográfica com o maior coeficiente de incidência é a Região Sul, com 1.269,8 casos por 100 mil habitantes, seguida da Região Sudeste, com 1.028,6 casos por 100 mil habitantes, e da Centro-Oeste, com 935,9 casos por 100 mil habitantes. As Regiões Norte e Nordeste apresentam coeficientes de incidência de 173,8 e 174,7 casos/100 mil habitantes, respectivamente”.

Ainda segundo o informativo, “as maiores taxas de positividade geral para dengue foram observadas no Rio de Janeiro, com 65,5%, seguido de Maranhão, com 51,5% e Mato Grosso do Sul e Paraíba, ambos com 41,8%”.


Focados na solução do problema

Em entrevista à Super Rede Boa Vontade de Rádio, o dr. Ricardo Ciaravolo, pesquisador científico, técnico da Superintendência do Controle de Endemias (SUCEN), foi enfático ao afirmar: “(...) Temos de estar focados em resolver o problema da dengue os 365 dias do ano, porque os ovos do mosquito podem resistir por muito tempo. Daí a necessidade de, em todas as estações, realizar vistorias para identificar esses criadouros e eliminá-los. Eles estão muito próximos da gente, dentro das nossas residências, nos locais onde trabalhamos, ou nas áreas externas, nos quintais, áreas comuns. Temos que colocar o tema dengue em todas as reuniões que fizermos, ou seja: reuniões de condomínio, de pais e professores, Cipas nas empresas, nos encontros da sociedade e melhoramentos de bairros. Assim, estaremos sempre discutindo as ações contra o mosquito da dengue. Como é transmitida pelo vetor mosquito Aedes aegipty, a densidade se eleva justamente nessas épocas com temperaturas mais altas; porém, como em várias regiões do país, o inverno se dá com temperaturas elevadas, temos municípios que apresentam casos de dengue durante todo o ano, mas o número sempre aumenta em épocas de verão, fim de primavera e no começo do outono. (...) Outra atuação, não menos importante, é a da pessoa: ao sentir algum dos sintomas que são de dengue (febre alta, dores no corpo, dores na cabeça, fadiga, vermelhidão, manchas na pele), procurar rapidamente uma unidade de saúde para fazer o diagnóstico, porque só um médico terá condições de verificar se é dengue ou não, e se pode evoluir para um caso grave, a chamada dengue hemorrágica”.

 
Atitudes simples

Diante do que foi exposto pelo dr. Ciaravolo, atitudes simples podem evitar tragédias. A Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde aponta algumas maneiras de eliminar o Aedes aegypti: “Encha de areia até a borda os pratinhos dos vasos de planta; lave semanalmente, por dentro, com escovas e sabão, os tanques utilizados para armazenar água; jogue no lixo todo objeto que possa acumular água, como embalagens usadas, potes, latas, copos, garrafas vazias etc.; mantenha a caixa d’água sempre fechada, com tampa adequada; mantenha o saco de lixo bem fechado e fora de alcance dos animais até o recolhimento pelo serviço de limpeza urbana; coloque o lixo em sacos plásticos e mantenha a lixeira bem fechada. Não jogue lixo em terreno baldio; remova folhas, galhos e tudo o que possa vedar a água correr pelas calhas; não deixe a água da chuva acumulada sobre a laje; entregue seus pneus velhos ao serviço de limpeza urbana ou guarde-os sem água em local coberto e abrigados da chuva”.
É preciso que cheguemos antes dos problemas, de modo a impedir que ocorram. Portanto, estejamos em 2024 esclarecidos e tomando parte no combate aos focos da doença. Trata-se de questão nacional. Resolvê-la é dever do Estado e do cidadão.
 
José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
[email protected] — www.boavontade.com 
 
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