17/12/2016 às 11h44min - Atualizada em 17/12/2016 às 11h44min

65 – Luiz Botelho Falcão IV – parte 3

Personagens Leopoldinenses

Luja Machado e Nilza Cantoni, membros da ALLA
A viagem de hoje se inicia com a segunda descendente do casal Luiz IV e Emília, Luiza Erminia Botelho, nascida em 1883 e casada em 1903 com Nestor Capdeville, filho do imigrante francês Batista Capdeville e sua esposa Maria Albuquerque.
Registre-se que Nestor Capdeville trabalhava na Gazeta de Leopoldina em 1916 e faleceu antes de 1942, ano em que a família passou a receber pensão do Instituto dos Bancários do qual ele era associado.
Luiza Ermínia e Nestor foram pais de Ester (1905-1906); Teófilo (1907); Ester (1908); Iracema (1909-1910); Maria Luiza nascida e falecida em 1911; Nestor nascido e falecido em 1912; Dinah, a primeira aviadora de Minas Gerais (1913-2005); Paulo (1914); Luiza (1916-1917); e, o expedicionário Celso Botelho Capdeville que, segundo Pedro Wilson Carrano de Albuquerque, nasceu em 1921 e se casou em 1941, no Rio de janeiro, com Elza Guimarães Antunes, de família leopoldinense.
O próximo filho de Luiz IV e Emília de quem se tem registro é Luiz Eugênio Botelho, nascido em 1889 e que se casou em 1913 com Cyrina Capdeville, irmã de seu cunhado Nestor Capdeville.
Luiz e Cyrina tiveram doze filhos: Thier (1914); Yvete (1915); Lizete; Suzete (1916); Ruth (1920); Maria Emilia; Belkiss; Arethusa (1927); Lucíola; Luiz; Antonio e Helena.
Luiz Eugenio foi memorialista, tendo publicado os livros “Leopoldina de Outrora” (1963), “Leopoldina de Hoje... e de Ontem” (1967), além de vários textos em jornais da cidade. Foi funcionário do DNER, tendo recebido o distintivo do Grêmio dos Veteranos da instituição em 1957. Faleceu no Rio de Janeiro em 1975 e foi sepultado em Leopoldina. Vinte e cinco dias depois, por iniciativa do irmão de seu genro Otacyr, o então prefeito de Leopoldina Osmar Lacerda França, seu nome foi dado à Biblioteca Municipal.
O penúltimo filho de Luiz IV e Emília foi Luiz Rousseau Botelho, nascido em 1892 e que se casou em Além Paraíba, em 1921, com Joaquina Santos, com quem teve os filhos Maria Josefina, Solange e José Botelho.
Luiz Rousseau, a exemplo de seu irmão Luiz Eugênio, foi também memorialista que, incentivado pela filha Solange, publicou os livros Dos 8 aos 80 (1979), Alto Sereno (1981), Moinho de Fubá (1982) e Coração de Menino (1984).
Segundo o prefácio do livro Alto Sereno, Rousseau foi acrescentado ao nome de Luiz por um seu irmão em referência a Jean-Jacques Rousseau, filósofo suíço, nascido em Genebra, figura marcante do iluminismo francês.
Em seu livro Dos 8 aos 80, Luiz Rousseau informa que seu primeiro trabalho foi como ajudante de seu irmão Tatão (Luiz Emílio) numa farmácia em Tebas. Depois, foi admitido como empregado da Gazeta de Leopoldina e em 1913 foi para a Cia. Força e Luz Cataguases Leopoldina, dali saindo em 1914 para trabalhar na Cia. Mineira de Eletricidade em Juiz de Fora. Em 1920 era microscopista no Posto de Profilaxia em Campo Limpo, distrito de Leopoldina, sendo depois transferido para o Posto de Profilaxia de Além Paraíba. Em 1921 foi designado para Tombos do Carangola para combater um surto de Tifo. Em 1923 a Brasilian Light and Power, na Ilha dos Pombos, em Além Paraíba era o seu local de trabalho. Depois passou a ser funcionário da Light em São Paulo, Pirapora e Santos. Em 1930 tornou-se funcionário da Prefeitura de Além Paraíba, trabalhando em Pirapetinga como encarregado do serviço de abastecimento d'água que vinha do rio que deu nome àquele município. Em 1933 voltou a trabalhar para a Light em Além Paraíba.
No Almanaque do Arrebol, ano II, outubro 1985, há uma entrevista de Luiz Rousseau em que ele declara ter vivido em Leopoldina até 1918 e que o Dr. Irineu Lisboa foi seu padrinho de casamento.
Concluída a descrição da família de Luiz Botelho Falcão IV e Emília Antunes, caminhamos para a última estação, onde nos encontraremos com o irmão dele, Eugênio Botelho Falcão. Até lá!
 

Fontes consultadas:
Secretaria Paroquial da Matriz do Rosário, Leopoldina, MG, lv 02 bat fls 98v termo 922; lv 03 bat fls 108 termo ordem 1061; lv 04 bat fls 51v termo 663; lv 11 bat fls 21 termo 32 e fls 73v termo 199; fls 29v termo 38 e fls 73v termo 117; lv 13 bat fls 39v termo 193; lv 14 bat fls 15v termo 264; lv 15 bat fls 11v termo 106, fls 64v termo 97 e fls 76v termo 216; lv 16 bat fls 5v termo 504, fls 25 termo 161 e fls 72 termo 90; lv 18 bat fls 75 termo 539; lv 3 cas fls 183 termo 21.
Cemitério Nossa Senhora do Carmo, Leopoldina, MG, lv 2 fls 10 sep. 190, fls 33 nr 58, fls 39 nr 111, fls 46 nr 122 e 2 fls 81 nr 222.
Lei Municipal de Leopoldina nr 1106 de 20 de novembro de 1975.
Diário Carioca (Rio de Janeiro, 1957, 19 dez, ed 38 p.5.
Diário de Notícias do Rio de Janeiro, edição 5953 de 22 de março de 1942, página 17, coluna Vida Bancária
Gazeta de Leopoldina, 1914, 26 nov, p.1 e 1924, 8 maio, ed 8, p.4.
BOTELHO, Luiz Rousseau, Dos 8 aos 80. Belo Horizonte: Vega, 1979. p.305.
Luja Machado e Nilza Cantoni - Membros da ALLA
Publicado na edição 320 no jornal Leopoldinense de 1  de dezembro de 2016
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