16/01/2023 às 12h54min - Atualizada em 16/01/2023 às 12h54min

O Asfalto na Getúlio Vargas

José Luiz (Luja) Machado Rodrigues (*)
A Avenida Getúlio Vargas por volta da década de 60 do século XX em sua pavimentação original, antes do calçamento de paralelepípedos (Fotografia gentilmente cedida por Aloísio Monteiro à Memória Leopoldinense)
Parabéns ao Dr. Eduardo Fajardo Soares pelos artigos “Os falsos símbolos do progresso” e “A desastrosa e anacrônica decisão de asfaltar a Getúlio Vargas” publicados pelo Jornal Leopoldinense.

Concordamos plenamente com sua abalizada opinião, contrária ao asfaltamento da Avenida Getúlio Vargas.

Acrescentaríamos que o atual calçamento da citada avenida, realizado no início dos anos 1960 pelo Governo Federal para a entrega do antigo leito da Rio-Bahia ao Poder Municipal, foi uma obra perfeita e que não merece ser destruída para dar lugar à condição de “buracovias” das avenidas Jehu Pinto de Faria e Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco.

Lembramos, ainda, que o calçamento da Getúlio Vargas e o asfaltamento da Jehu Faria são da mesma época. E são duas vias com semelhante intensidade de trânsito. Talvez o trânsito na Jehu Faria seja até um pouco menor, visto que é representativo o número de veículos que transitam pela Humberto Castelo Branco.

No entanto os pisos de ambas são, hoje, incomparáveis. Enquanto na Getúlio Vargas, salvo eventuais “consertos” da Copasa, que quase sempre deixam suas marcas pela cidade, todo o calçamento está em bom estado. E poucas vezes se viu na Getúlio Vargas poças de água de chuva não absorvidas pelo piso. Bem diferente é a situação da Jehu Faria. E qualquer pessoa que transite da ponte do Hotel Avenida até o posto da Polícia Rodoviária Federal, no Bairro Caiçara, pode comprovar isso.


O Calçamento perfeito da Avenida Getúlio Vargas  defronte a revendedora Ford - Levesa - Década de 70 do século XX  (Fotografia gentilmente cedida por Aloísio Monteiro à Memória Leopoldinense)

Mesmo após algumas operações de “tapa-buraco”, não se pode dizer que o asfalto hoje esteja nem mesmo regular. Principalmente na parte baixa, onde a situação por vezes beira ao péssimo. E na parte alta, a água não absorvida pelo asfalto com certa regularidade leva parte do acostamento em frente à Rua Edson Werneck, o que nos parece confirmar que o piso asfáltico, no longo prazo, é uma alternativa bem pior do que o paralelepípedo.

Quanto à referência ao antigo calçamento de pedras da Rua Plóbio Cortes de Paula o Dr. Eduardo F. Soares nos fez recordar duas observações interessantes. - A primeira, uma curiosidade que poucos leopoldinenses atentam para ela. O fato de que essa rua é uma divisora de água da chuva. A água que desce por essa rua abastece a dois ribeirões do município. A do meio fio voltado para a Cotegipe corre por essa rua vai desaguar no Feijão Cru. A que escorre para a Praça General Osório, segue para os lados da Exposição e vai encontrar o Ribeirão Jacareacanga.


Rua Plóbio Cortes de Paula na década de 60 do século XX 
(
Fotografia gentilemnte cedida por Nisley Machado Soares à Memória Leopoldinense)

- A segunda curiosidade é que, antes da Plóbio Cortes um outro piso de pedras também desapareceu da cidade. O da antiga Rua Boa Vista, possivelmente construído por volta da década de 1880. Para finalizar, registramos que a Rua Boa Vista aqui referida é atual Rua João Neto, nosso caminho para chegar ao Grupo Novo nos idos de 1955, cujo calçamento era de pedras irregulares, vulgarmente chamado de “pé de moleque” talvez por assemelharse ao apreciado doce de amendoim.


(*) Pesquisador e historiador/Co-autor do livro  Nossa Ruas Nossa Gente

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