Praça João XXIII (Foto: Marcos Vinícius Pereira Costa)
Há poucos dias assisti a uma cena na Praça João XXIII, no centro de Leopoldina, onde dois homens agrediram uma mulher com socos, tapas e chutes com tanta violência, que ela atravessou a rua e caiu desmaiada nos fundos de um dos três quiosques de lanche ali instalados. Todos estavam visivelmente embriagados ou drogados.
Duas mulheres e um homem que também assistiam à cena, tentaram intervir zangando com os dois agressores e a reação foi inesperada. Partiram em direção a eles com ameaças de agressão também. Confesso que tive medo.
Ninguém, em sã consciência, pode negar o aumento considerável da população em situação de rua na cidade. São homens e mulheres que batem à nossa porta diariamente pedindo de tudo um pouco. Uns pedem comida, outros pedem mantimentos, alguns pedem dinheiro e também roupas.
Escrevo baseado não em estatísticas oficiais, mas no que os meus olhos veem diariamente nas ruas e praças de Leopoldina, embora saiba que o fenômeno não é local e sim mundial.
Percebo o aumento do número de catadores de recicláveis de forma seletiva. Também existem aqueles que vandalizam as lixeiras revirando-as e espalhando o conteúdo pelas ruas.
Não importa o nome que queiram dar a essas pessoas vulneráveis. A lista de sinônimos é imensa: mendigo, pedinte, indigente, morador de rua e muitos mais. Todos são indivíduos que vivem em extrema carência material, não conseguindo obter as condições mínimas de salubridade e conforto com seus próprios meios. A maioria é do sexo masculino mas começam a surgir mais mulheres entre eles.
Infelizmente, alguns misturados a eles têm família e saem cedo de casa para formar pequenos grupos que se reúnem em pontos estratégicos onde o movimento de pessoas é grande e são por eles abordados com argumentos variados para obterem ajuda e comprar cachaça ou crack.
A abordagem está se tornando muito comum nos estacionamentos de supermercados onde alguns conseguem gêneros que são trocados por drogas. Sabe-se que o Município tem um setor de assistência social atuante, mas cenas como a que narrei no início vem se repetindo diariamente e talvez fosse necessário o auxílio da segurança pública para amenizar o problema que é de responsabilidade de todos nós.