26/08/2023 às 17h07min - Atualizada em 26/08/2023 às 17h07min

Sapin multicultural!

Paulo Lúcio Carteirinho
Fabrício Manca (Sapin) Foto retirada do perfil do facebook
Leopoldina vem mostrando ser um celeiro de artistas, espalhados em diversas áreas culturais. Com destaque para os saudosos:  Serginho do Rock e Mestre Vitalino Duarte.

Mas a cultura de Leopoldina não vive só de passado, temos nos dias de hoje grandes artistas  em atividade.

Recentemente, duas das mais importantes e antigas bandas de rock da cidade, Apocalipse Corrente Sanguínea, fizeram um show comemorando os 40 anos de atividade.

Tem artista que gosto muito que é o Luciano Baía Meneghite, para mim um dos mais fantásticos de Leopoldina,  devido seu repertório cultural. Lu é pintor, chargista, poeta, escritor, fotógrafo e artista plástico - que é pra mim  seu maior forte, com destaque para os bonecos gigantes no carnaval e várias outras obras.

Acho que a única área que  Lu não  atua é a musical. Na verdade, música ele até faz, com destaque para samba-enredo de carnaval. Não sei se ele toca algum instrumento, talvez toque e eu não saiba. Lu é daquele típico mineiro, come quieto, na dele,  até tenta passar despercebido, mas suas obras não deixam.

Tem um artista que acho tão fantástico quanto Lu, que é  Fabrício Manca, popular Sapin. Não estou falando isso porque sou grande amigo dele, mas sim por ser talentoso demais, dono de um repertório cultural incrível. Sapin é pintor, artista plástico, escritor, editor de vídeos, humorista, ator,   poeta,  músico... . É multicultural.

Com destaque para a poesia e a música. Sapin  ganhou vários concursos, um deles o concurso de poesia Augusto dos Anjos, realizado em Leopoldina e que conta com a participação de artistas de todo o Brasil e até mesmo fora do país. Além desse concurso de poesia  realizado na cidade, Sapin foi premiado em vários outros fora de Leopoldina.

No campo da música o mesmo se repete. Sapin ganhou vários concursos e festivais. O último aconteceu na data de ontem,  ficando em primeiro lugar no Festival de Viola de Piacatuba, com a música autoral: “Resistência Severina”.  Ele que já havia conquistado o segundo e terceiro lugar em edições anteriores e agora ele e Leopoldina chegam no pódio.

Falando em festival, esse ano ele  também  ganhou, junto com Renam Rodrigues,  o prêmio de melhores interpretes no Fenaviola, que ocorreu em Itapina, distrito de Colatina, Espírito Santo.

Esses prêmios se somam a diversos outros que se fosse falar de todos faria com que esse texto ficasse enorme. Como podem ver, Sapin é um grande artista, multicultural e  merece o reconhecimento.  

Parabéns Sapin por mais essa conquista, que cada vez você salte mais alto, levando sempre a cultura e o nome de Leopoldina.
 
Segue abaixo a letra da música: Resistência Nordestina
 
Resistência Severina
  
Coronel, me dê licença,  peço sua atenção 
Vim de um foço de doenças até à porta do Patrão
Requerer minha viola digo; foi seu capitão
Que sob sua cartola a usurpou de minhas mãos
 
Não me olhe atravessado como quem nunca me viu
Atravessei nove estados, nas costas tinha o Brasil
Devolva minha viola, vê se não me enrola e abaixe o seu fuzil
 
Não temo arma de fogo, pois meu escudo é a arte
Não sou peão no seu jogo, tenho aqui por baluarte
A resistência “Severina”, da tradição nordestina, eu que levanto o estandarte
 
Da casa do coronel, segui as fendas do sertão 
Sob escaldante céu, mas com a viola nas mãos 
E mal me valia a sorte entre os santos e o cão
Dei ali com Dona Morte sangrando seu temporão
 
Dona que sempre tem fome, que devora os famintos 
Dona que tudo consome, mas de juízo distinto
Não lhe culpo, não condeno eu não lhe aponto o dedo
Mas não bebo teu veneno assim de manhã tão cedo
Tenho pra mim que justiça é uma balança cruel
Numa bandeja, carniça. Noutra, banquete e mel
A sentinela, vela o corpo seco do minino 
As carpideiras choram pelo o desconhecido 
E nos braço dos irmãos das alma, esse tão pouco destino
Dorme pela fome, da qual nunca será amanhecido 
 
Uma inselença, pro minino que morreu de fome
Duas inselença, pro derradero que num come
Três inselença, pr’essa alma de disisperança 
Peço a São Miguel Arcanjo
Manda do céu todos os anjo
Pra guiar essa criança
 
Mas Nordeste, não é só fome,
Nordeste não é só sofrimento 
O Nordeste não é só morte, não é só lamuria e lamento 
Nordeste é cultura é poesia, é canção é resistência Severina 
No Nordeste todo dia é festa e todo dia é festa junina 
HOJE TEM FESTA JUNINA 
 
Festa na roça, a noiva é Maria bonita 
O Padre é Ciço e o noivo é Lampião 
O conselheiro do cangaço é Antônio
E quem anima essa festa é Gonzaga (Rei do Baião)
 
O Nordeste acabou (é mentira)
O Nordeste morreu (é mentira)
O Nordeste sobrevive (segue a sina)
Viva a Nação Nordestina  
Viva!
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