20/10/2019 às 09h50min - Atualizada em 20/10/2019 às 09h50min

132 – Encontro de Descendentes dos Imigrantes de Leopoldina

Imigrantes Italianos em Leopoldina

Luja Machado e Nilza Cantoni

O Trem de História de hoje, considerando o objetivo dos autores de tirar do esquecimento o fato de que Leopoldina recebeu um grande número de imigrantes e, dentre estes, o enorme contingente que veio para a lavoura, vem recordar alguns pontos e trazer para a discussão uma ideia que vem evoluindo a cada dia.

Bem antes de 1998, Nilza Cantoni pesquisava sobre a história de Leopoldina e, vasculhando livros de registros das igrejas, observara que 10% dos nomes que apareciam em batizados e casamentos eram de imigrantes e, destes, 9% eram de imigrantes italianos. Em 1998 surgiu a ideia de se escrever para um dos jornais da cidade sobre os que viveram na Boa Sorte e Constança.

Dali a ideia foi se desenvolvendo e até o ano de 2000, quando a Colônia Agrícola da Constança completou 90 anos, se escreveu um bom número de artigos sobre o tema.

Intensificaram-se as conversas com descentes, algumas palestras e mais gente começou a se interessar pela história de seus antepassados imigrantes.
Surgiu, então, a proposta de comemorar o Centenário da Colônia e os, até então, 130 anos da imigração italiana em Leopoldina. Foi uma grande festa, com mais de quinhentas pessoas tendo assinado o livro de presença naquele abril de 2010. Observou-se a emoção de gente que só então veio a conhecer uma parte da história dos seus antepassados e tomou consciência da importância daqueles imigrantes que mudaram as feições e a economia de Leopoldina. As trocas de informações se acentuaram ainda mais. A cada dia uma novidade. Reproduções de artigos para a distribuição entre familiares e a vontade de repetir o evento a cada ano para lembrar Santo Antonio e os imigrantes que ergueram sua Capela do Bairro da Onça.

Anos depois a sugestão dos autores de transformar em lei o projeto do Caminho do Imigrante, uma via pública que partindo da Capela segue para a Boa Sorte, foi finalmente acatado pelo poder público e assim passou-se a contar com um marco para lembrar quanta riqueza material, econômica e moral transitou por ali, carregada por pessoas simples mas que fizeram toda a diferença.

Em 2019, os festejos dos dias 21 a 24 de fevereiro foi um sucesso. Inclusive o trajeto pelo Caminho do Imigrante, da Capela de Santo Antonio até o distrito de Tebas, onde o povo do lugar recepcionou os caminhantes com alegria e uma macarronada, bem à moda das antigas festas de seus antepassados. Mais uma bela comemoração!

Assim surgiu a ideia de uma data para o calendário de eventos da cidade que não atropele outras comemorações já instituídas. Uma data para realizar o

ENCONTRO DE DESCENDENTES DOS IMIGRANTES DE LEOPOLDINA. Momento para lembrar os antepassados de mais de quarenta por cento da população de Leopoldina.

E pensando nela, o Trem de História propõe o dia 17 (dezessete) de MAIO.
MAIO, por ser um período de temperatura mais amena e agradável, oferecendo mais conforto para: reuniões e atos religiosos ou, ecumênicos, desfiles e apresentações dos alunos das escolas – da cidade e dos distritos, caminhadas, cavalgadas, apresentações dos colecionadores de veículos antigos e dos bonitos carros de bois, partidas de futebol ou malha, comidas típicas e o bom vinho do cardápio italiano.

O dia DEZESSETE, porque foi a 17 de maio de 1882 que o presidente da província recebeu o comunicado de que 203 colonos estrangeiros haviam sido introduzidos em Minas Gerais, 9 (nove) deles, em Leopoldina, na Fazenda do Socorro, de propriedade de Vicente Ferreira Monteiro de Barros, segundo a fala de Teófilo Otoni na instalação da 24ª legislatura em 01 de agosto de 1882.

Dezessete de maio, então, porque é a data da chegada dos primeiros imigrantes trazidos para as lavouras das fazendas de Leopoldina.
Assim, no dia 17 de maio de 2020, um domingo, será realizado o Encontro de Descendentes dos Imigrantes de Leopoldina, que poderá agregar os atos comemorativos dos 105 Anos da Igrejinha de Santo Antonio, dos 110 Anos da Colônia Agrícola da Constança e dos recentemente descobertos 160 anos da Imigração Italiana para Leopoldina.

Pensando nisto o Trem de História já começou a republicar, com acréscimos, o material publicado nos últimos vinte anos sobre o assunto. E fica por aqui, sonhando em contar com a adesão de todos para abrilhantar o evento proposto.
Luja Machado e Nilza Cantoni - Membros da ALLA
Publicado na edição 385 no jornal Leopoldinense de 1 de agosto de 2019
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