14/10/2020 às 21h31min - Atualizada em 14/10/2020 às 21h31min

Ele sempre volta....

Ele quem? Perguntaram. Não sabem?  Ele, o ódio,  essa coisa monstruosa que de repente emergiu de uma forma tão espetacular  que assusta, apavora...

Só para citar um exemplo, recorro ao triste acontecimento  do cãozinho morto a pedradas aqui no meu bairro. Desconheço os motivos que levaram o homem a tal ato, para mim nada justificável. Entretanto, outros personagens surgiram na história quando esta ganhou as redes sociais. Incrível a sede de vingança  de algumas pessoas! Teve gente aconselhando a fazer o mesmo com o agressor, outros sugeriram espancamento, pena de morte etc..,etc..

Afinal, cometer a mesma atrocidade, desta vez com um ser humano, quem sabe portador de um desequilíbrio. seria correto?

Que ódio é esse  que surge nas entrelinhas de uma resposta nas redes sociais e, acreditem, entre nossos melhores amigos? Como chegamos a isso? 

Às vezes me pergunto  e fico cada vez mais sem resposta vendo crescer o número de indivíduos que trazem impregnados no suor esse cheiro de ódio, que agora já posso identificar com mais facilidade. Até arrisco dizer que as pessoas perderam o medo de expor seu verdadeiro interior até aqui escondido, camuflado na aparência de “boa gente”. O ódio oficializou-se, infelizmente.

Não sei se antes eu era mais feliz quando acreditava nas pessoas ou no que elas aparentavam ser. O que hoje sinto, quando assisto  demonstrações de intolerância e ódio, em nada se compara ao sentimento anterior. Não sei se convivendo com realidade arranquei de dentro do peito a consideração por pessoas que pensam e agem com tamanho descaso pela vida do próximo.  Rogo a Deus que lhes restitua  a capacidade de colocar-se no lugar do outro, ouvir suas razões, se é que as tem e tentar ensinar ao que  erra o caminho certo e não fazer o mesmo ato de insanidade, que a nada levaria.

Mas voltando ao agressor, temi que o encontrassem embora também reconheça a necessidade da punição pelo ato; mas não da maneira sugerida por algumas pessoas. Mesmo assim, pedi a Deus que os “paladinos da justiça” não o encontrassem. Curioso em tudo isso, é que a sanha de vingança, linchamento etc., partia exatamente de pessoas com as quais conversei e que  se dizem religiosas.  Para mim não passam  de falsos piedosos, frequentadores de igrejas, juízes de todas as causas, menos da própria, a pior das piores; a falta de sensibilidade e amor ao próximo.
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