31/12/2023 às 13h40min - Atualizada em 31/12/2023 às 13h40min

Tempo, tempo, tempo...

Helenice Fonseca
Não me ocorre neste exato momento nada mais abstrato que o tempo. E além de abstrato é veloz, é fugaz, é insistente, é lembrança, enfim... Tempo é instante e eternidade, pode ser cruel e pode ser dádiva, benção ou desespero, é início e fim (e meio também). É efêmero!

O tempo tem sido gentil comigo, não posso me queixar. Olho para trás e vejo que fiz algumas escolhas certas, outras nem tanto e muitas necessárias. Procurei ser mais objetiva e pragmática na medida do possível. De modo geral, procuro ser bastante otimista e acredito que o melhor está reservado para mim ali na frente. E ainda, nada é por acaso, tudo tem um sentido, um porquê e o tempo certo de acontecer.

Me vem à lembrança uma mensagem de carinho e consolo que recebi de alguns amigos de faculdade num momento de bastante pesar, que dizia “Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou; Eclesiastes 3:2”. Nunca esqueci estas palavras e isto ficou impregnado em mim de tal maneira que as vezes me pego a pensar sobre o tempo como o senhor de todas as coisas. É ele que se encarrega de transformar a dor da perda em saudades, de distanciar para compreender e aceitar. O tempo é cura, é entendimento, é ensinamento, é resposta, enfim, o tempo é sábio.

E é nesta época do ano que surge uma atmosfera exigente de reflexão sobre o que fizemos por aqui neste tempo em que o planeta fazia mais uma volta elíptica em torno do SOL e o que será de nós no próximo percurso da Terra na órbita do astro rei.

Será recomeço ou continuação? Será mudança ou repetição? Será movimento ou acinesia? Um ano é muito tempo e nos custa caro, muito caro! É tempo que não volta, que não se recupera e por isto temos que empregar melhor nossas energias, porque no fundo é isto: Escolher projetos para o novo ciclo que nos preencha diariamente de boas energias para que a troca com o Universo seja fluida, leve e acima de tudo SOLAR!
 
 
“Ainda assim acredito
Ser possível reunirmo-nos
Tempo, tempo, tempo, tempo
Num outro nível de vínculo
Tempo, tempo, tempo, tempo”

(C.Veloso, 1979)
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