09/04/2022 às 09h01min - Atualizada em 09/04/2022 às 08h47min

Reviravolta política: Paixão foi para o União Brasil.

Paulo Lúcio Carteirinho
 A melhor frase que define política é de Magalhães Pinto: “Política é como nuvem. Você olha está de um jeito. Olha de novo e ela já mudou”. Pois bem, quando escrevi o último artigo, antes de começá-lo, fui atrás de algumas informações, como sempre faço.  Procurei cada pré-candidato para confirmar se ainda continuam na disputa e em qual partido estão filiados.
 
De posse desses dados escrevi o texto. Passado um dia após a publicação dele, fui surpreendido por uma fonte que me disse que havia uma mudança naquilo que havia escrito, segundo essa fonte, o pré-candidato Marcos Paixão havia deixado o REDE e foi para o União Brasil.

Entrei imediatamente em contato com Paixão, que me confirmou. Até questionei porque ele havia falado comigo que continuava no REDE. Segundo ele, preferiu o sigilo até a confirmação da sua filiação no TRE, fato que ocorreu na data de ontem, tendo vista temer que alguém tentasse sabotá-lo. Como ocorreu em 2020, quando tiraram dele o partido o qual ele estava filiado.

De acordo com Paixão, sua ida para o União Brasil ocorreu por dois motivos. Primeiro pelo fato de saber que o REDE estava sendo desejado por alguns políticos locais, como de fato ocorreu, Roberto Brito foi para o partido. Mas o que pesou mesmo foi o convite feito por Paulo Neves, prefeito de Guarani, que é pré-candidato a deputado federal pelo União Brasil. Paulo Neves é casado com Lurdinha Paixão, que é natural de Cataguases, sendo prima de Marcos Paixão. Tudo leva a crer que Paixão deve fazer uma dobradinha com esse “primo”.

Porém, ele disse que não definiu nada e que está aberto a conversas. Vale destacar que José Eduardo, sobrinho do prefeito Pedro Augusto, está no União Brasil, com isso, pode ser que tenhamos uma chapa puro sangue em Leopoldina.

O engraçado nessa história toda é que Roberto Brito foi para o partido de Paixão, o REDE, e Paixão foi para o partido do Roberto Brito, União Brasil, que é o antigo PSL, o qual Roberto Brito concorreu a deputado em 2018, sendo que juntou com o DEM e mudou de nome. Trocaram de partido um com o outro.

A primeira coisa que terão que fazer é remontar esses partidos. Roberto terá que levar seu grupo para o REDE, tirando apoiadores de Paixão, que por  sua vez deve levá-los para o União Brasil, que vai contar também com o grupo de José Eduardo, o que pode aproximá-los.
 
Com duas grandes lideranças dentro do partido, o União Brasil em Leopoldina tende a ser um partido forte. Bem, até a eleição desse ano sim. Depois a gente não sabe. Infelizmente, partido no Brasil só funciona em período eleitoral. Passada a eleição ele acaba, são descartáveis: usou joga fora.

Mas a culpa disso não são dos políticos locais, mas dos próprios partidos, que criam regras coronelistas, impedindo que os partidos se organizem, de modo controlar a política.  É um tal de poder mudar o diretório do dia pra noite que desanima qualquer um.

Foi o que ocorreu com Paixão em 2020, onde estava organizando um partido e de repente alguém foi em Belo Horizonte e pegou o partido,  tornando presidente, mesmo não estando sequer filiado ao partido. Os estatutos de boa parte dos partidos permitem que qualquer pessoa possa ser presidente do partido, a qualquer momento, mesmo não estando filiado a ele. Uma coisa sem lógica. Na verdade, tem lógica.  Isso é proposital, inclusive, usam isso para minar adversários.  

Se uma pessoa não quer que outra seja candidata, basta simplesmente ir até a direção desse partido e convencê-la a mudar a organização do partido na cidade. A única forma de impedir isso é tendo um padrinho político na direção do partido, que é controlada por deputados e senadores, que cobram apoio. Entenderam a lógica?

Como podem ver, é uma grande negociata. O sistema obriga você apoiá-los. Como diz o sargento Rocha, do filme Tropa de Elite: “Quem que rir, tem que fazer rir”.   Por isso muitos políticos locais acabam apoiando políticos de fora, pois é uma forma de conseguir ter e manter um partido. Isso acaba dificultando as candidaturas locais, que deixam de ter apoio da classe política local, que apoiam os “donos” dos partidos, garantindo assim sua continuação na política.

Além de ter o controle dos partidos, os políticos têm também acesso as emendas parlamentares, que também funcionam como moeda de troca. Envio dinheiro para sua cidade ou base, mas para isso terá que me apoiar. O sistema favorece quem está no poder. Para mudar isso será preciso uma grande reforma política, a qual permita maior participação popular, mas isso é assunto para outo artigo.

 
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