30/07/2022 às 08h20min - Atualizada em 30/07/2022 às 08h13min

Marcos Paixão sai de cena e Roberto Brito agradece

Paulo Lúcio Carteirinho
O cenário político de Leopoldina teve uma mudança importante nos últimos dias, que foi a desistência de Marcos Paixão em disputar a eleição de deputado estadual. Fato que foi comemorado pelo pré-candidato Roberto Brito, filho do ex-prefeito Zé Roberto, que vem consolidando para ser o único candidato da cidade.

Ainda tramita nos bastidores a pré-candidatura do Pastor Heloyr, que atua tanto na cidade de Recreio quanto Leopoldina. Confirmando sua candidatura, que segundo ele já foi aprovada pela convenção do seu partido (Democracia Cristã – DC), irá disputar com Roberto Brito os votos locais.

Roberto Brito, mais do que ninguém, sabe da importância de ter votos na cidade. Ele que na última eleição deixou de ser eleito por causa de um pouco mais de mil votos, sendo que havia naquela eleição outros três candidatos na cidade: Godelo, Jacques Vilela e Dr. Marco Antônio; que tiveram em torno de 5 mil votos em Leopoldina. Dessa forma, para ele quanto menos candidatos tiver melhor.

Nem sempre ter menos candidatos é tão bom assim. Vejo o caso da eleição para deputado federal, que por ter menos candidatos disputando a quantidade de votos necessários para conseguir uma vaga é muito alta. Por falar nessa eleição, em Leopoldina o cenário está parecido com a disputa para deputado estadual, com duas pré-candidaturas ainda ativas, que é a do José Eduardo Junqueira Ferraz, sobrinho do prefeito Pedro Augusto, e a do vereador Rogério Suíno.

Na disputa para deputado federal o discurso bairrista não funciona muito. Afinal, ambos sabem que mesmo se tivessem 100% dos votos de Leopoldina não seriam eleitos, já que a votação para deputado federal é alta.  Logo, vão precisar de muitos, mas muitos votos fora.

Até mesmo quem for candidato a deputado estadual, mesmo sabendo que uma boa votação na cidade ajudaria elegê-lo, é necessário ter votos fora. Logo, da mesma forma que os candidatos daqui vão buscar votos fora, os de fora vão buscar votos aqui. Até porque, quem for eleito vai representar todo o Estado e não apenas sua cidade ou região.

Essa crítica que se faz a candidatos de fora é totalmente sem sentido, afinal, Leopoldina não é uma ilha, nem mar tem por aqui. A cidade está ligada a outras, faz parte de um Estado e de um país.  Os eleitores e os candidatos devem ter consciência disso e muitos têm, o que explica muitos terem votos aqui, na última eleição mais de 300 candidatos tiveram votos aqui.

O eleitor não vota somente por amizade ou afinidade, mas leva em consideração um projeto, que não deve ser pessoal, mas sim coletivo. Dessa forma, cabe aos candidatos daqui apresentarem esse projeto, de modo a convencer os eleitores que esse projeto, do qual eles irão fazer parte, será bom para eles, para a cidade, para o Estado e para o país. Política é isso. Porém, como brilhantemente mostrou Luciano Baia Meneghite, o Luc, na sua última charge, os candidatos daqui estão em cima do muro. Limitando ao discurso bairrista, achando que apenas isso será suficiente.

De nada adianta o deputado trazer recursos para a cidade e em seguida votar contra o povo tirando deles os poucos recursos que têm, além de direitos. É o mesmo que dar com uma mão e tirar com as duas. Quem for candidato tem que ter consciência disso e quando for pedir voto não peça porque mora na cidade, mas sim por querer defender não só quem mora nela, mas defender todos aqueles que de alguma forma são prejudicados pela falta de política pública. 

Candidato que não entender isso terá poucos votos, mesmo sendo o único candidato da cidade e verá candidatos de fora tendo muito mais votos que ele. Isso ocorreu na última eleição. Bené Guedes foi o único candidato a deputado federal da cidade e mesmo assim ficou em quarto lugar por aqui, sendo que o primeiro e o segundo, que foram candidatos de fora, tiveram o dobro de votos que ele teve. Quem acha que basta ser da cidade e que com isso terá votos está muito enganado.

Vamos deixar esse debate mais para frente, afinal, ninguém ainda é candidato. Todos ainda são pré-candidatos, já que têm até o dia 5 de agostos para confirmarem suas candidaturas, que serão analisadas pela Justiça Eleitoral, onde só depois disso terão suas candidaturas oficializadas, lá por volta do dia 15 de agosto. Hoje o cenário é sem o Paixão, amanhã poderá ser outro.  Até lá, a gente vai analisando essas movimentações dos bastidores. Tendo alguma novidade farei um novo texto.

 

 
 
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