Quem vai ganhar a Copa do Mundo? Não sabemos! Como também não sabemos quem será o próximo presidente da Câmara. A eleição da mesa diretora ocorrerá no dia 20 de dezembro, última sessão da Câmara e vem agitando os bastidores políticos.
Os times ainda não estão definidos. Muitos grupos políticos tentam montar seu time de olho nos R$ 5 milhões do orçamento do Legislativo previsto para 2023, mais R$ 5 milhões em 2024, ou seja, quem ganhar irá administrar R$ 10 milhões, além de poder nomear 11 cargos.
Além dessa questão orçamentária e dos cargos tem também a questão política. O grupo que ganhar a Câmara irá pautar a política nos próximos dois anos, que serão decisivos para as eleições de 2024.
Um dos cotados para ser o próximo presidente é Rodrigo Pimentel. Craque político, está no seu segundo mandato. Membro da família Pimentel que tem histórico na política. Rodrigo é neto do ex-prefeito Wilson Pimentel, sobrinho do ex-vice-prefeito Marcinho Pimentel, primo do atual vice-prefeito Totonho Pimentel e do atual vereador Gilmar Pimentel.
Além dessa questão política familiar ele conta também com um grupo forte. Foi eleito no grupo do Ricardo Paf Pax, que fez 3 vereadores: Rodrigo, Zé do Carmo e Alexandre Badaró. Eles caminham juntos desde a eleição. Apesar de que Ricardo apoiou Robertinho para deputado e isso o aproximou de Zé Roberto. Será que Ricardo tem controle do seu grupo? Será que Zé Roberto tem influência sobre Ricardo?
Visando ampliar seu time, Rodrigo aproximou-se do time do Pedro Augusto, inclusive apoiou a candidatura do seu sobrinho, José Eduardo, a deputado federal. Como havia apoiado a candidatura de José Augusto para presidente da Câmara agora espera dele seu apoio.
Rodrigo está com a mão na Taça mas o jogo só termina quando o juiz apita. Apesar dessa enorme vantagem o nome de Rodrigo enfrenta algumas resistências. Chegou a ser articulada uma chapa formada pelo vereador Julius Cezar. Aqui percebo uma certa rivalidade provinciana. Julius é de Ribeiro Junqueira, reduto da família Pimentel, disputa contra eles os votos de lá. Inclusive, surpreendeu ao furar a bolha conseguindo mais votos que os Pimentel lá. Votos esses que foram fundamentais para sua vitória e caso queira ser reeleito precisará mantê-los e até ter mais, até porque a próxima eleição teremos menos partidos e candidatos e isso fará com que o cociente eleitoral aumente. Essa rivalidade em Ribeiro pode influenciar essa eleição.
Percebendo um possível racha na base do governo, outros nomes, não tão governamentais, se animaram. É o caso de Ivan Nogueira, vereador que está no seu quarto mandato, inclusive, já foi presidente da Câmara. Ivan sabe muito bem como jogar esse jogo.
A entrada de Ivan na disputa anima parte da “oposição” que anda desaparecida, parece nem existir. Até porque, é difícil fazer oposição ao governo Pedro, que vem fazendo um ótimo mandato. Mas a “oposição” existe e tenta surpreender o governo nessa disputa. Não que Ivan seja de fato oposição, mas como a oposição não tem nomes pode ser que ele venha ser uma alternativa. Ele que foi eleito pelo grupo do Zé Roberto, que apesar de ter sido traído na última eleição da mesa diretora têm alguns votos fieis.
Acontece que tem alguns vereadores do grupo do Zé Roberto que não agradam o governo e até mesmo a “oposição”. Isso prejudica a candidatura de Ivan. Por outro lado, fortalece o nome de Edvaldo, que tem muita ligação com Zé Roberto, foi por quatro anos secretário de esporte no governo dele. Edvaldo está no seu quinto mandato e também já foi presidente da Câmara. Como está no PT ele meio que afasta um pouco essa imagem do Zé Roberto o que é bom para ele.
Do lado do Brênio, que tradicionalmente costuma comandar a Câmara, temos Bernardo Guedes. Assim como Rodrigo Pimentel, sua família é muito influente na política. Bernardo é filho de Bené Guedes, segunda força política mais forte da cidade. Bené já foi secretário, chefe de gabinete, vereador, deputado estadual e prefeito. Agora vê seu filho construindo sua carreira política e tenta ajudá-lo.
Ivan, Edvaldo e Bernardo são assediados pela “oposição” mas eles sabem que dificilmente a chapa da “oposição” tem chance. Dessa forma, por mais que eles tenham apoio da “oposição” sabem que para ganhar precisa compor com o governo. Na verdade, o governo Pedro é que tem compor com a “oposição”. Vale destacar que grupo do Pedro só fez uma única vereadora, Inezinha. Dessa forma, ele teve que ir atrás de outros grupos para formar a base do seu governo.
Nesses dois primeiros anos de mandato Pedro conseguiu formar a base do seu governo. Será que vai conseguir manter nesses dois últimos anos? Vale destacar que muitos já pensam nas eleições de 2024. Apesar de Pedro está fazendo um excelente mandato, com a reeleição praticamente encaminhada, ele terá concorrente. Não vai ganhar no W.O. Até porque a disputa no legislativo exige diversas chapas de vereadores, tendo em vista que não tem como colocar todos num mesmo partido e grupo.
A disputa de 2024 já começou e isso pode interferir a eleição da mesa diretora. Muitos vereadores vão tentar a reeleição e já começam a definir um rumo, um partido e grupo que vão caminhar. Quem controla os partidos sabe disso e aproveita para cobrar desses vereadores um posicionamento. Muitos vereadores correm o risco de ficar sem legenda, parar um partido com muitos outros vereadores e nomes fortes ou até mesmo num partido fraco e com isso não ser reeleito.
A sobrevivência política pode mudar o rumo da eleição da Câmara. Por mais que todos queiram ficar do lado do governo, sabem que lá não terá espaço para todos. Até o dia 20 tem muita bola para rolar e essa disputa costuma ser decidida nos acréscimos do segundo tempo. Fica difícil saber quem será o campeão. Façam suas apostas!
