17/11/2023 às 10h14min - Atualizada em 17/11/2023 às 10h14min

Apoio útil!?

Paulo Lúcio Carterinho
Fotos: João Gabriel Baía Meneghite /Arquivo jornal Leopoldinense
Na eleição é muito comum o eleitor, mesmo tendo um candidato o qual ele gostaria que ganhasse, seja por ideologia política, afinidade ou parentesco, votar em outro candidato por achar que  esse terá mais chance de ganhar ou até mesmo impedir a vitória de um candidato que ele não quer que ganhe de jeito algum.  Quando o eleitor faz essa mudança de voto  chamamos isso de voto útil.  

Agora quando um dirigente partidário ou membros de partido deixem de apoiar uma candidatura própria para apoiar uma outra  candidatura  para derrotar um candidato específico, isso chamamos de apoio útil. 

O apoio útil é muito comum em eleições polarizadas. Foi o caso da eleição presidencial de 2022, polarizada em Lula e Bolsonaro, onde muitos percebendo que a eleição girava em torno deles fez com que a classe política escolhesse um dos dois, chegando ao ponto de Alckmin virar vice do Lula.  Em 2016 ocorreu algo parecido em Leopoldina, que teve Zé Roberto e Marcinho na mesma chapa, eles que já disputaram um contra o outro e eram "adversários" políticos". 

Vejo esse cenário nas eleições de 2024 em Leopoldina. Até porque por aqui a eleição tem tradição de ser polarizada. A última eleição foi uma exceção, seis candidatos, mas se olhar as anteriores vai ver que a disputa girava em torno de dois. Em eleições que teve uma terceira via, a mesma não vingou,  muitas das vezes tendo votação um pouco maior que dos vereadores eleitos.  

A polarização de 2024 deve girar em torno do grupo do Pedro Augusto e do Zé Roberto. Apesar dos dois não assumirem publicamente que concorrerão, avalio que Pedro deve concorrer a eleição de modo testar seu governo, se ganhar vai ter certeza que fez um bom mandato. Zé Roberto deve participar, talvez como candidato ou como apoiador. Dificilmente ele ficará na dele. 

Com a eleição girando em torno desses dois grupos,  Pedro e Zé Roberto, a classe política já percebendo  que não tem como enfrenta-los, começa a definir um dos dois lados.  Quem não quer Pedro vai para o lado do Zé Roberto e quem não quer Zé Roberto vai para o lado do Pedro, ocorrendo assim o apoio útil.  

O cenário de Leopoldina hoje é esse. Pode ser que mude, caso Pedro não venha candidato ou Zé Roberto deixe de participar, o  que eu acho muito difícil. Dessa forma, enquanto os dois estiverem na disputa resta a classe política escolher um dos dois.  Pedro ou Zé?  
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