30/04/2015 às 09h46min - Atualizada em 30/04/2015 às 09h46min

Babilônia

Não é de hoje que a Rede Globo de Televisão investe pesado contra a família e os valores morais e éticos. Ela presta um desserviço à população há muitos anos; e o que, no início, era veiculado subliminarmente hoje é feito às claras, de forma objetiva e direta. Apologia à promiscuidade, desrespeito aos bons costumes, disseminação da insegurança afetiva, incentivo à vingança, ao ódio e ao crime. Tudo isso encontramos na seleta programação da TV Globo. E, agora, mais uma novela que nem bem começou e já está dando o que falar. Não bastassem os BBB’s da vida... Não vou perder meu tempo em descrever o que chamou tanto a atenção no primeiro capítulo, visto que isso é público e notório, mas tentar esclarecer o que está por trás dessas tramas e teias do mundo televisivo.

O que mantém um programa no ar? Você sabe? Lógico que são os anunciantes. Eles pagam para aparecer nos intervalos comerciais e nos apresentarem seu produto com o intuito de comercializá-lo. Ou seja, somos consumidores em potencial toda vez que estamos sentados em frente à telinha. E eles sabem disso. Entretanto, acredito, que isso você também sabe. O que talvez ainda não saiba é que gente infeliz consome mais. É verdade! Quando estamos tristes, insatisfeitos ou revoltados, consumimos mais. E, sabe por quê? Porque desejamos sair desse estado de tristeza, insatisfação e revolta. Queremos ficar alegres, satisfeitos e em paz!

Muitas pessoas, naturalmente, encontram-se bem. Possuem uma família estruturada, emprego, ganho suficiente para arcar com as despesas mensais, saúde e sonhos. Como fazer delas consumidores se possuem a maioria daquilo que necessitam para ter uma vida plena e feliz? Tirando-lhes algumas dessas coisas ou fazendo com que desejem algo diferente, aguçando-lhes a curiosidade para o inusitado, transformando-o em aprazível e satisfatório aos olhos e aos sentidos. 

Coloca-se o personagem em situações parecidas ou até idênticas a da vida real, e, manipulam-se suas sensações e sentimentos de acordo com o interesse comercial que está financiando a programação. Então, queremos vender um carro, e lá está ele sendo dirigido por dois ou três personagens da trama. Queremos vender uma marca, e certamente mais dois ou três atores estarão vestidos com ela. Mas, isso é muito básico e simples... Não param por aí... Para venderem a ilusão da felicidade em produtos e serviços, primeiro precisam exterminar sua alegria, pois somente infeliz você irá buscar adquirir felicidade. Assim, procuram destruir o que lhe é mais precioso: suas crenças, valores, certezas, autoestima, família, relacionamento...

Quando nossas crenças são abaladas, ficamos à mercê de sugestões mentais. Eles constroem pais e filhos maus, cônjuges infiéis, amigos inescrupulosos, pessoas capazes de tudo por dinheiro, fama e poder. Ficamos pensando se nos encaixamos nesses personagens. Surge a dúvida, a desconfiança... Pronto; perdemos a paz! A ansiedade se instaura e já não temos a certeza de sermos amados, queridos, aceitos... Passamos a comer mais, dormir menos, e buscar coisas que nos satisfaçam. Inicialmente produtos, depois pessoas, relacionamentos, doutrinas... Quanta coisa poderia ser evitada se simplesmente desligássemos a TV. Mas, insistimos em ser modernos e achar normal as barbaridades que nos são apresentadas como naturais. Babilônia não é natural. Cuidado para não cair nas armadilhas dessa grande confusão.

Maria Regina Canhos (e.mail: [email protected]) é escritora.

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