Recentemente, uma notícia mexeu com a política de Leopoldina mudando o cenário político. Trata-se da saída do Dr. Marco Antônio do Partido dos Trabalhadores (PT). Depois de anos a frente da legenda, onde disputou as duas últimas eleições, concorrendo ao cargo de vice-prefeito, Marco Antônio resolveu sair do partido.
No momento em que o partido mais precisa de apoio político Marco Antônio deixa a legenda. Essa notícia pegou a muitos de surpresa, principalmente membros do partido, que ficaram sabendo da notícia através de entrevista no rádio.
Segundo comentários, em nenhum momento Marco Antônio procurou a Executiva do partido para conversar a respeito de sua saída. Do seu descontentamento com o partido. Ou até mesmo com a direção municipal.
Segundo Marco Antônio, sua saída se deu devido questões internas. Dentro do partido o nome de Marco Antônio não é uma unanimidade. Outros companheiros colocaram o nome a disposição do partido para disputar a eleição. Sendo eles: Isaías, Oldemar Montenari e Paulo Celestino.
Vale destacar que disputa interna no PT é normal. Isso que diferencia o PT dos demais partidos. Até o Lula passou por isso. Enfrentou Eduardo Suplicy nas prévias do partido.
Essa disputa interna mostra que o PT não tem dono. As decisões são tomadas em conjunto. Não é aceito impor candidatura. Muitos menos proibir que os filiados coloquem seus nomes a disposição do partido. Cabe a Executiva, ao diretório e os filiados decidirem o que é melhor para o grupo. Deixando de lado candidaturas individuais.
No caso de Leopoldina, foi sugerida uma conversa entre os candidatos a fim de que chegassem a um entendimento, evitando uma disputa, já que o partido precisa estar unido. Disputa cria um clima de rivalidade. A saída repentina do Marco Antonio é prova disso. Dentro dessa política de união, Paulo Celestino chegou a retirar seu nome e manifestou apoio à candidatura do Marco Antônio, que tudo indicava que ganharia. Mas saiu antes que isso acontecesse. Decidiu garantir sua candidatura em outro partido.
Com a saída do Marco Antônio e a desistência do Paulo Celestino, a disputa no PT será entre Isaías e Oldemar Montenari. Dois candidatos jovens. Isso mostra que o PT está renovando. O que é bom para a política.
Precisamos de gente nova.
A decisão do partido será tomada através de uma votação, realizada no mês de Setembro. O partido pretende iniciar o mês de Outubro com um nome já definido, o que facilita as negociações com outros partidos e grupos, em especial o blocão, onde muitos partidos já definiram seus nomes e com isso largam na frente nas pesquisas. Por isso é bom definir logo um nome, fica mais fácil trabalhar esse nome e avaliar seu desenvolvimento.
A saída do Marco Antônio do PT muda o cenário político. Aumenta a quantidade de pré-candidatos. Agora, além do nome de Marco Antônio, teremos o nome do PT (Isaías ou Oldemar Montenari). Ou seja, mais um pré-candidato. O que acaba sendo ruim para o próprio Marco Antônio, já que criou mais um “adversário” político.
Outro fato prejudicial à candidatura do Marco Antônio é a questão do partido. Não vem ao caso citar para qual partido ele irá. Apenas chamo atenção para um fato importante. Estamos nas vésperas do prazo final para filiações, que é até Outubro. Tendo em vista que para concorrer a cargo eletivo o eleitor deve estar filiado ao partido há pelo menos um ano antes da data fixada das eleições. Resta saber se Marco Antônio terá tempo para organizar o partido nesse curto prazo de tempo.
Não basta dizer que é candidato. O partido ter apenas candidato a prefeito. É preciso um bom quadro de candidatos a vereadores, principalmente de mulheres, já que os partidos ou coligações devem respeitar o mínimo de 30% das candidaturas de um gênero, normalmente, feminino.
Candidato sem grupo acaba tendo dificuldades nas negociações com outros grupos, ainda mais quando se pretende formar um blocão, que avalia muito a força de cada grupo na hora de compor a chapa.
Por falar no blocão, a saída do Marco Antônio do PT muda o cenário dentro desse grupo também. Até então, Marco Antonio estava meio que de fora das conversas, que são feitas via presidentes de partidos. A frente de uma nova legenda ele terá vez e voz dentro do blocão. Podendo encabeçar essa chapa.
Apesar de ter rompido com o partido, acredito que isso não impedirá que o grupo do Marco Antônio e o PT conversem. Quem sabe eles não caminhem juntos?