11/07/2021 às 18h05min - Atualizada em 11/07/2021 às 18h05min

Da minha janela

Maria José Baía Meneghite
Foto: João Gabriel Baía Meneghite
Na calmaria de uma manhã fria e ainda cinzenta, observo a vida da cidade que desperta para mais um dia agitado. Em meio a paisagem destacam-se alguns ipês que se encarregam de dar colorido à cinzenta manhã. São ipês rosas que nesta época do ano vestem-se de gala roubando mesmo a cena. São lindos, majestosos e ao mesmo tempo de uma simplicidade encantadora.

Bem ao pé do ‘Morro do Cruzeiro’ uma árvore quebra a monotonia entre a vegetação. É ainda uma árvore pequena, mas seu destino será no futuro reinar soberana, florir e encantar   Da minha janela

Caso o famigerado “progresso “ a alcance, transformando seu espaço em lotes ruas ou praças de concreto sentirei sua falta e lamentarei bastante sua sina. Fosse eu arquiteta, paisagista, respeitaria com meus projetos a esplêndida natureza.  No entanto, sou apenas alguém que se preocupa com o lugar onde vive. Sou apenas alguém que sonha em ver seus filhos e netos desfrutarem de espaços bem cuidados, floridos como as árvores de ipê que enfeitam vários pontos de nossas ruas. Fosse eu responsável pelo embelezamento dessa cidade, aplicaria severas multas nos destruidores dos oitis e de espaços públicos.

Não concordo definitivamente com a destruição que alguns moradores promovem com podas destruidoras alegando o não cumprimento da poda das árvores pela prefeitura. Não compete a mim, defender ou acusar de descaso os encarregados desse serviço. Acredito que nenhum dirigente público gostaria de ver sua cidade destruída no que tem de mais belo: seus oitis.

Espero e acredito que a poda correta ainda possa acontecer e que as pessoas se conscientizem da necessidade de uma rua arborizada e não se esqueçam de que o verão em breve baterá em nossa porta e os inimigos dos oitis, aqueles que fazem questão de destruí-los, sofrerão seus efeitos em maior escala. Perderão sua sombra e suas casas serão aquecidas impiedosamente

Quanto aos ipês, continuarei a admirá-los daqui do alto onde moro, pedindo a Deus que os conserve lindos, maravilhosos para que façam outras pessoas felizes, transmitindo-lhes a mesma paz que hoje senti.

Apesar da manhã nublada eles iluminaram as primeiras horas do meu dia.

Que sejam eternos! A todos que amam os ipês pois ocupam um lugar privilegiado.

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