24/05/2022 às 19h50min - Atualizada em 24/05/2022 às 19h50min

RUBENS DÁRIO LEMOS, aliás, DÁRIO SAPATEIRO – 03/06/ 1932... 2022 – 90 anos!!!

Edson Gomes Santos
Dário em sua sapataria Foto: Luciano Baía Meneghite - 2018
- Dário Schumacher!!!    Bom dia!!!    Cumprimentei-o na última visita que lhe fiz.

- Mudou meu nome? Não sou piloto de F1, ele indaga e afirma.   – Não, respondo, schumacher em alemão significa sapateiro, o alemão ao volante na F1, pilotando, e você, na sua oficina, há quase 80 anos, suvelando (suvela uma ferramenta  para usada para furar couro).

Faz muito tempo e lembro-me da primeira vez em que entrei na sapataria dele, na Rua Benedito Valadares(?) lá pelos anos de 1950; alguns anos depois, anos 1960, ele muda de lá e se instala na Praça Dos Urubus, época em que passei a “frequentar“ a sapataria sob a motivação de, quinzenalmente, ir até lá para saber se meu número havia sido sorteado e premiado através do Clube do Sapato, com um par de sapato social, confeccionado sob medida pelo Dário.

Precisamente em 1968 ele se muda para Rua Cotegipe, numa loja térrea do prédio do Sr. Miguel Gesualdi, época em que a Sapataria do Dário se torna um ponto informal de encontro da Turma da Galomba, esta gerada na mente criativa e aglutinadora do Serginho do Rock.

Em 1970, com a criação do jornal A Verdade a sapataria começa a receber também o pessoal “vinculado” ao jornal, sendo que o Jader Augusto, Dinho, desenhista de mão cheia e chargista do jornal, desenha um mural contemplando e registrando a “turma” do jornal, inclusive os respectivos apelidos: Valoísio Bigodudo, Frajola, Vamponio Tramoia, SuperValmo, Robsés, Brahmedson, Plóvis, Dinho, Paulo Galombada, Serginho do Rock, dentre outros.

Após passar muitos anos ali, Dário se muda para um cômodo lateral do mesmo prédio e de lá, chega ao endereço atual, na Rua Tiradentes, onde continua exercendo sua atividade profissional, ininterruptamente, há quase de 80 anos, sendo que quando escrevo sobre algo ou alguém, minha intenção é compartilhar fatos e registrar pessoas que direta ou indiretamente “transitaram” pelas minhas vivências.

Hoje, 2022, Dário é uma das poucas pessoas vivas - “antigas” - em Leopoldina de que tenho lembranças latentes; não deixo de visitá-lo sempre que vou a Leopoldina; ocasiões em que relembramos os casos e causos ocorridos ou não na sapataria; rimos muito; ouvir as gargalhadas do Dário, não tem preço; uma vida laboriosa, honesta, amiga, solidária, respeitada no lar e na sociedade merece ser registrada e uma forma de comemorar seus 90 anos é relembrar/registrar alguns casos ocorridos, tanto dentro como fora da sapataria.

Quem conhece o Dário sabe que ele, apesar de educado, não leva desaforo prá casa, além de não perder as oportunidades de “colocar as coisas em ordem” ao perceber quaisquer desvios de rumos em procedimentos inadequados da parte de algum amigo, e gargalhar em alto e bom som nos momentos certos.

Então, chega dos “considerando” e vamos aos “finalmente”, como dizia Odorico Paraguassu, personagem de Paulo Gracindo na novela “ Bem Amado”, de 1972/73, sucesso da Rede Globo, 1ª novela brasileira em cores; e uma bela trilha sonora composta por Vinicius de Morais.   
                                                           
Continua...                                                                                                                                     
 
 
 
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