23/09/2022 às 09h34min - Atualizada em 23/09/2022 às 09h34min

Tamanho do Poder

Bernardo Guedes
O mundo assiste todo um ritual do funeral da figura central que por tanto tempo sentou no trono do reino mais importante do mundo. É a história vista pelos nossos próprios olhos de tanta reverência à Rainha Elizabeth II do Reino Unido.

Desde pequenos escutamos: “O rei reina, mas não governa”. Enumerar as diferenças entre monarquia e democracia mereceria mais tempo e palavras do que uma coluna pode dar. Longe disso, o que se procura aqui é tratar do simbolismo que a Rainha Elizabeth II possuía.

Hábil conhecedora de seu próprio espaço era daquelas lideranças públicas que sempre tiveram o discernimento de seu tamanho. Com classe e estudiosa de cada movimento, foi capaz de por 70 anos unificar seu reino em meio às várias trocas de primeiro ministro, recebendo para sua última aparição pública a recém-eleita Liz Truss.

O falecimento da Rainha me fez lembrar um livro interessante de Antony Maccarten chamado “O Destino de uma Nação”, que foca na figura do lendário primeiro ministro conservador Wiston Churchill em combate na Segunda Guerra Mundial, com alguns episódios junto ao pai de Elizabeth, o rei George VI, este também personagem no filme “O Discurso do Rei”.

Olha que nem vi ainda a série “The Crown”, mas num contexto de mais ação vejo agora a série “Peaky Blinders” que retrata os porões do regime monárquico.

E o que isso tudo tem a ver com o Brasil? Digo para você que muita coisa. A política internacional influencia a economia de todo o planeta. Falas mal colocadas ou posicionamentos equivocados são capazes de tensionar relações.

A título de exemplo, é nítida toda a barbárie provocada pelo imperialista e bélico Vladimir Putin frente à Rússia. Todavia, a Ucrânia tenha eleito para seu cargo mais importante um comediante que nunca havia experimentado um cargo público. Teria mais sorte caso houvesse escolhido alguém mais experimentado? Não se busca culpar Volodymyr Zelensky, mas é muita responsabilidade comandar uma nação.

Elizabeth II e Wiston Churchill são do rol da mais alta prateleira de políticos mundiais. Duas figuras inclusive consideradas vitoriosas no segundo confronto mais importante da história da humanidade. Como disse anteriormente, aqui não se busca mostrar preferências nem diferenciar os regimes, o que demanda uma discussão muito mais profunda. O Brasil em sua juventude, também já teve seus grandes.

O potencial proporcionado pela tecnologia deu espaço para uma certa falta de noção na capacidade de representar o povo. É compreensível pelas mazelas que ainda precisam ser solucionadas o desprezo que se levou ao politicamente correto. Mas o politicamente incorreto também já teve sua oportunidade e o cenário não mudou muito.

O Brasil precisa não somente de pessoas bem intencionadas, mas de pessoas qualificadas e com coragem para guiar nossa nação, ainda que em um caminho tortuoso. E cabe a nossa população em 2 de outubro decidir esse rumo. Ah, mas se errar? Falei que não ia adentrar nos regimes, mas a vantagem da democracia é justamente que se muda o poder sem precisar esperar a dissolução do parlamento prevista na monarquia.
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