26/10/2022 às 18h14min - Atualizada em 26/10/2022 às 18h14min

“Day after”: o que podemos esperar?

Bernardo Guedes
Hoje é 26 de outubro e escrevo enquanto é chegada a reta final em uma semana das mais importantes nos últimos tempos em que se decide para os próximos 4 anos quem chefiará a nação. Nas histórias que contaremos depois certamente haverá uma dose de romantismo, mas desde que entrei em processo de amadurecimento percebo que a política não é lugar para sonho.
 
Representar é o real significado da democracia. E embora, a discussão tenha se focado muito mais num modo de ser e não de gerir, é incrédulo pensar no fanatismo enraizado. Já dizia o escritor Antony MacCarter ao fazer a biografia do primeiro ministro conservador do Reino Unido Wiston Churchil “ser a oratória um poder independente”. Sendo assim, quando sem noção do tamanho que um chefe de estado profere palavras odiosas é tal como impulsionar a quem acredita naquilo às vias de fato.
 
Mea culpa para chegar ao estágio em que chegamos da falta de autocrítica, à meritocracia tóxica. Admitir que irmãos saindo de ponto de partidas diferentes consigam os mesmos resultados é permitir perverter o jogo.

Além disso, a própria insegurança em saber se aquilo que mais se aproxima do que você quer para o Brasil, faz cair o custo de adesão. O medo se traduz na escolha do senso comum, do voto útil, de não jogar para perder, o que de certa forma é perigoso. Já pensou se uma pessoa tiver em apuros e todos que passem ao lado não pararem para ajudar? Ainda assim, a Democracia, com seus erros, é o melhor caminho. Sempre haverá alguém para contrariar e ela será defendida.

Paz é o mais importante para o “day after”. Da esfera municipal até a esfera federal a política segue uma linha crescente para ideologia. Em eleições municipais se vota mais pelo pragmatismo, em quem você conhece, em grande parte independentemente de partido. Quando se vai para as eleições nacionais, se busca mais a ideologia.

Se vota pelas ideias que aquela candidatura representa, sem ter um mínimo de contato pessoal. E aí que te pergunto: “vale a pena brigar por quem nem te conhece ?”.

Cada um com suas crenças. Somos um país de diversidades. 
Foi muita luta até que se chegasse à uma Constituição garantidora de direitos que não pode ser preterida agora por uma guerra de narrativas. Afinal, o mundo não é binário. A política não se resume em direita e esquerda. Há a corrente liberal, a social e a conservadora. E acredito ser humanamente impossível ser cada indivíduo essencialmente uma delas. O que pode haver é predominância de uma.

Partidos a todo o momento mudam seus vieses se fundem, desaparecem e agora também montam federação. Já há muito tempo defendo uma maior participação popular no entendimento do jogo democrático antes de se começar as campanhas. É fundamental para aquilo que depois pode ser considerado pitoresco.

O que desejo para os próximos 4 anos é um plano de desenvolvimento. De reindustrialização, de respeito e paz. Que Deus abençoe essa nação.
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