31/10/2022 às 16h46min - Atualizada em 31/10/2022 às 16h46min

JOSÉ MAURO BARBOSA JUNQUEIRA – In Memoriam –

Edson Gomes Santos
Foto: Facebook - José Mauro Barbosa Junqueira
Minha irmã, Carmen, me remete o obituário do “Zé” Mauro, cujo sepultamento ocorreria dia 30/10/22.

Afloram-me à memória o já longínquo ano de 1964, período escolar em que cursei a segunda série ginasial no Ginásio de Laranjal e ele lá contribuía com reforços de inglês aos alunos que deles tivessem carência.

Período letivo noturno, diariamente eu me deslocava de Leopoldina para Laranjal à tarde, de ônibus, e após as aulas eu pernoitava na residência do Maestro Mário Silveira e sua esposa, Dª Zizinha, para, no dia seguinte pela manhã, retornar a Leopoldina.

“Ze” Mauro passou a ir diariamente de carro a Laranjal, oferecendo-me confortável carona e, de “brinde”, começou a ensinar-me a dirigir seu carro, tal qual instrutor de autoescola.

Seus pais, Minguinho e Dª Dinoca eram donos do restaurante situado em frente à concessionária de veículos (Levesa), e em diversas oportunidades em que estive no restaurante lá estava “Zé” Mauro dedilhando músicas ao acordeom e as cantando em inglês, das quais Blue Moon foi a que mais me persistiu – até hoje – na lembrança.

Minguinho era pescador (e caçador), por diversas vezes em suas pescarias na Light (Além Paraíba), em Volta Grande, Pirapetinga, Fazenda Laranjeiras, levou-me em sua companhia, talvez para estimular-me na arte da pesca, o que não ocorreu.

Saí de Leopoldina em 1971 e só voltei a encontrar-me com “Zé” Mauro em 1998, quando estive temporariamente gerindo a agência BB-Leopoldina, ocasião em que conversando,  relembramos os tempos de 1964.

Feira da Paz, setembro/2022, minha cunhada Fátima e eu lá estávamos, dirigimo-nos à tenda da Casa de Caridade para cervejinhas e salgados saborear, animação total na mesa que compartilhávamos com diversas pessoas amigas, momentos de deliciosas lembranças, abraços, risos, casos antigos relembrados, enfim, revivendo.

Sentado a uma mesa próxima, após tantos anos, vejo “Zé” Mauro, solitário e pensativo; dirijo-me a ele; felizes com o reencontro, abraçamo-nos; iniciamos conversa; relembro-o no acordeom cantando Blue Moon; ele começa a cantá-la em inglês e traduzindo para o português; Laranjal se fez presente nas lembranças; enfim, atualizamos nossos “tempos”.

Porém, dos assuntos que mais me “tocaram” foi ele falar sobre suas “grandes perdas” em tempo muito curto, sua filha, precocemente falecida em acidente automobilístico e poucos meses após, o falecimento do seu pai, perdas tais que, infiro, o levaram àquele estado de espírito... como ocorreria com quaisquer pais e filhos, em situações semelhantes.

“Zé” Mauro, filho único, pai, mãe e filha falecidos, infiro que ele já desejasse a “passagem”, a fim de juntar-se aos seus familiares no Plano Astral e, juntos, viverem a Eterna Felicidade.

Não me lembro de haver agradecido ao “Zé” Mauro pelas caronas, músicas e amizade com que ele me contemplou, agradecimentos que nesta oportunidade concretizo, dizendo:  “Zé” Mauro, GRATIDÃO pelo respeito e amizade que você me dispensou.
                                                   
                                                                                             
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