08/08/2023 às 16h25min - Atualizada em 08/08/2023 às 16h25min

COINCIDÊNCIAS - 3 - LEOPOLDINA/SALVADOR/GOIÂNIA – Anos 1960 –

Edson Gomes Santos
Em princípio nada a ver entre elas, exceto o fato de serem cidades brasileiras.

Quando vivenciamos ocorrência de coincidência não dá para imaginar e mensurar todos os fatores e condições – aleatórias ou não – que intervieram para que ela viesse a ocorrer, às vezes bastando um segundo para mais ou para menos, para frustrar uma ocorrência.

Num indeterminado dia dos anos 1960, um colega de classe estudantil no Ginásio me aborda dizendo que desejava me relatar um fato inusitado com ele ocorrido:

- A empresa onde trabalho determinou que eu fosse até Salvador a fim de realizar cobranças atrasadas, bem com visitar nossos bons Clientes naquela cidade; embarquei num ônibus do Expresso Salvador no Posto Centenário; enfrentei cerca de 1.400 km em 27 horas de viagem; e desembarquei na capital baiana.

Hospedei-me num hotel onde, naquele mesmo dia, chegara um grupo de turistas vindos de Goiânia para uma semana de estadia, decorrendo que no dia seguinte eu já estava me entrosando com aquela simpática e acolhedora turma, sendo que após meu serviço diário a eles me agregava tornando-me turista também.

Uma das goianas e eu nos tornamos mais próximos; muito conversávamos sobre música, livros, filmes, viagens; assim foi até o término das nossas estadias; despedimo-nos; trocamos  endereços (como era comum naquela época); e retornamos às nossas cidades.

Mantivemos troca de cartas durante algum tempo; o tempo foi “vencendo”; cartas escassearam; ... até que um dia talvez um ano depois, recebo uma carta em que a goiana dava notícias e dizia:

- Estou com um livro em minhas mãos; não sei como ele chegou até uma amiga minha que me mostrou; este livro pertence a você; e o título é (...?).

Surpreso, constatei e confirmei a ela que eu tinha um livro daquele; emprestei-o não sei a quem; nunca o recebi de volta; porém numa das páginas do meu livro eu havia escrito a letra de uma música, fato que o diferenciaria de quaisquer outros exemplares.

Quarenta dias depois recebo um livro pelo Correio, vindo de Goiânia; retiro-o da embalagem; constato ser o mesmo daquele meu, perdido; vou direto àquela página onde eu escrevera a letra daquela música; e CONSTATO:  AQUELE ERA O MEU LIVRO “DESAPARECIDO”!!!

- Que caminhos aquele livro percorreu para que, numa inusitada coincidência, o “triângulo” Leopoldina/Salvador/Goiânia se concretizasse sob a forma daquele livro?   Jamais saberei.

Nunca mais tive notícias da goiana, até, que, com advento da internet, certo dia ela me “acessou”, lembrou do caso, informou já ser vovó; quem sabe talvez viéssemos nos rever e recordar nossos passeios em Salvador; relembrar a COINCIDÊNCIA QUE VIVENCIAMOS.

Àquele amigo que me relatou estes fatos, minhas SAUDADES.
                                                                                                    
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