26/02/2024 às 09h00min - Atualizada em 26/02/2024 às 09h00min
O cálculo de multidões e a manipulação de números contra e a favor
Luc Luciano
Logo após o carnaval deste ano algumas pessoas me perguntaram sobre o número de foliões que desceram o morro do Pirineus na terça-feira, durante o desfile conjunto do Bão Igual Bosta, Unidos dos Pirineus e Bloco da Bento. As imagens em fotos e vídeos mostram realmente uma multidão; claramente a maior entre todos os blocos de Leopoldina, mas nenhuma que tenha feito arriscar um número exato. Tanto no texto que escrevi sobre o desfile, quanto na resposta aos questionamentos, não fui taxativo. Na base do “olhometro” poderia chutar de duas a três mil pessoas, o que já é muito para o tamanho da cidade.
Há métodos utilizados pelos órgãos de segurança e de governos para o cálculo de pessoas por metro quadrado e uma rápida pesquisa no Google prova que muitos eventos têm seu público inflado ou reduzido conforme os interesses de quem divulga.
Neste domingo,25/02 houve a tal micareta pró-Bolsonaro na Avenida Paulista em São Paulo, como já houve contra em anos anteriores. Como já esperado, a discrepância de informações e números beira o ridículo. Tanto por quem é contra tentando minimizar, quanto por fanáticos bolsonaristas (Pleonasmo) tentando inflar a quantidade de pessoas presentes.
Por todas as fontes e métodos de cálculos que li, cabem na Paulista, no máximo 600 mil pessoas; isso se tiver todos seus cerca de2,8km de extensão ocupados. Com as ruas adjacentes esse número pode chegar a 750 mil. O que passou longe. A própria Polícia Paulista não divulga estatísticas. Segundo o Monitor do Debate Político no Meio Digital, da Universidade de São Paulo que utiliza programa que através de fotos calcula o número de cabeças de pessoas, tinha cerca de 185 mil no horário de pico. Tinha muita gente e isso é fato. Ou como ouvi de Luiz Megale na Band News, “Tinha gente pra burro... em todos os sentidos”. O resto é delírio, má informação e mau-caratismo. O que também se viu em outros eventos políticos, seja de direita ou esquerda. Cada um propagandeia o que quer acreditar.
E vamos dizer que tá tudo errado e tinha mesmo dois ou três milhões de verde e amarelo. Em nada muda a situação jurídica de Bolsonaro que continua inelegível, cada vez mais enrolado com processos e desprezado pelo restante do planeta.
Ou seja, tá no bico do urubu.