Desenhista, chargista, cronista, fotógrafo, escultor... na verdade um curioso
Luc Luciano
Fotografia gentilmente cedida por Maria da Glória Costa Reis
O prefeito de Leopoldina Osmar Lacerda França “Liliu” durante seu primeiro mandato (1973-1977) com Ziraldo, diretor do jornal “O Pasquim” de oposição à ditadura então vigente. Passados alguns anos da publicação desta fotografia na Memória Leopoldinense, ainda não consegui identificar as demais pessoas nem o local em que foi registrada, mas o meninos acho que são filhos de Ziraldo.
Falar de Ziraldo e seus múltiplos talentos a grande mídia já está falando por conta de seu falecimento neste sábado, 06 de abril de 2024. Desenhista, cartunista, chargista, pintor, caricaturista, dramaturgo, escritor, cronista, humorista, advogado e jornalista.
Ziraldo Alves Pinto, segundo o mesmo disse em algumas entrevistas, assim como os irmãos Zélio e Ziralzi, ao saírem de Caratinga para Belo Horizonte foram com empregos garantidos no Banco Ribeiro Junqueira, cuja sede era em Leopoldina, mas acabaram seguindo pela arte e o jornalismo. Ainda bem e para o bem do Brasil.
O pai deles Geraldo era Gerente do banco na cidade natal. Há inclusive uma história que não sei se é verdade que diz que a Viação São Geraldo teria este nome, em homenagem ao Sr. Geraldo que teria facilitado empréstimos no início da empresa.
Ziraldo também dizia... ou era Carlos Drumond de Andrade? Ah... Nem vou olhar no Google, já que poderia ter sido os dois. Que alguns mineiros vivendo no Rio de Janeiro eram mais mineiros ainda. E ele era um grande exemplo disso.
Acho que a primeira vez que prestei atenção no seu nome foi quando pequeno, na biblioteca da E. E. Luiz Salgado Lima, fiquei impressionado com seu livro “Flicts”.
Mas pra mim seu maior talento era contar histórias ou causos como típico mineiro. Tem muitas entrevistas dele no You Tube. E sempre rendia assunto. Tanto que foi quem mais Jô Soares entrevistou, sendo também seu último entrevistado.
Assim como o também mineiro Darcy Ribeiro,com quem lançou outro grande livro infantil "Noções de Coisas", parecia uma metralhadora de ideias, sempre com muita inteligência e humor.
Quando lançou o "Pasquim 21", mandei uma charge que não chegou a ser publicada. Era meio fraca e faria melhor hoje, mesmo assim recebi um agradecimento muito educado de Zélio.
Mesmo não conhecendo Ziraldo pessoalmente,ele parecia algum conhecido, um vizinho meio maluquinho e genial que existe em toda cidade.
Fotografia gentilmente cedida por Maria da Glória Costa Reis
